quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A contumácia criminalidade

Um homem, vítima de roubo em Taguatinga, no Distrito Federal, depois de ser atingido por dois tiros, ainda teve disposição para conseguiu tomar a arma do ladrão e matá-lo também com dois tiros. Após ser baleado, o representante comercial tomou a arma do bandido e efetuou os disparos contra o meliante, que teve óbito imediato. A vítima do assalto foi encaminhada ao hospital, com um tiro no peito e outro num braço, mas o seu estado de saúde não é grave. Não deixa de ser desesperador para a vítima ser obrigada a reagir e se defender depois de ser assaltada e fragilizada, em virtude dos dois tiros. Contudo, diante da ausência da ação do Estado, que pouco ou nada faz cumprir a sua competência constitucional, para combater a criminalidade, não resta alternativa ao cidadão senão ariscar a própria vida para dominar o bandido, mesmo estando em desvantagem, desarmado e ainda ferido, como no caso em referência. Não deixa de ser preocupante a falta de providências das autoridades públicas, com relação aos aumentos progressivos da criminalidade, com o emprego de métodos cada vez mais sofisticados de crueldade e violência, enquanto as forças de segurança pública, compreendendo basicamente o preparo policial, continua ano-luz de atraso e de descompasso com o avanço da delinquência. Veja-se que a criminalidade se especializa e se aperfeiçoa, mas o aparato policial se mantém estagnado de forma inversamente proporcional, principalmente quanto ao quantitativo de pessoal, que, de forma inexplicável, diminui à medida do crescimento populacional das cidades, em especial no caso do Distrito Federal, onde as corporações militares estão constituídas com quantitativos de pessoal defasados para menos da metade das suas necessidades razoáveis para atender às demandas de segurança pública. A consequência disso é a insegurança generalizada, o aumento da criminalidade e a maior necessidade de a sociedade se expor perigosamente para se defender, mesmo diante das adversidades, como no caso do cidadão aludido acima, que teve a ajuda do Ser supremo para contar agora a sua heroica história. A ameaçadora criminalidade, que domina as cidades há bastante tempo, não deixa dúvida alguma de que as autoridades públicas são totalmente coniventes com a violência e a delinquência, por não moverem uma pena para criar instrumentos capazes e leis duras com vistas a combater a bandidagem, que se esparrama e se banaliza país afora. Até quando o povo ordeiro vai permitir que o caos na segurança pública continue ao deus-dará? É lastimável que os governos, em todas as esferas, permaneçam de braços cruzados assistindo o país ser dominado pela extrema criminalidade e não esbocem qualquer reação no sentido de, pelo menos, atenuar a violência que aterroriza a população, que paga pesados impostos e, infelizmente, não tem a quem recorrer para se proteger contra o mal do século, que é a criminalidade, em suas diversas especialidades delitivas. A sociedade precisa reagir com urgência contra essa indignidade ao ser humano e exigir que as autoridades públicas cumpram a sua competência constitucional, quanto à necessidade de assegurar segurança pública aos cidadãos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de outubro de 2012

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