Um homem, vítima de roubo em Taguatinga, no
Distrito Federal, depois de ser atingido por dois tiros, ainda teve disposição
para conseguiu tomar a arma do ladrão e matá-lo também com dois tiros. Após ser
baleado, o representante comercial tomou a arma do bandido e efetuou os
disparos contra o meliante, que teve óbito imediato. A vítima do assalto foi
encaminhada ao hospital, com um tiro no peito e outro num braço, mas o seu estado
de saúde não é grave. Não deixa de ser desesperador para a vítima ser obrigada
a reagir e se defender depois de ser assaltada e fragilizada, em virtude dos
dois tiros. Contudo, diante da ausência da ação do Estado, que pouco ou nada
faz cumprir a sua competência constitucional, para combater a criminalidade, não
resta alternativa ao cidadão senão ariscar a própria vida para dominar o
bandido, mesmo estando em desvantagem, desarmado e ainda ferido, como no caso
em referência. Não deixa de ser preocupante a falta de providências das
autoridades públicas, com relação aos aumentos progressivos da criminalidade,
com o emprego de métodos cada vez mais sofisticados de crueldade e violência,
enquanto as forças de segurança pública, compreendendo basicamente o preparo
policial, continua ano-luz de atraso e de descompasso com o avanço da delinquência.
Veja-se que a criminalidade se especializa e se aperfeiçoa, mas o aparato
policial se mantém estagnado de forma inversamente proporcional, principalmente
quanto ao quantitativo de pessoal, que, de forma inexplicável, diminui à medida
do crescimento populacional das cidades, em especial no caso do Distrito
Federal, onde as corporações militares estão constituídas com quantitativos de
pessoal defasados para menos da metade das suas necessidades razoáveis para
atender às demandas de segurança pública. A consequência disso é a insegurança
generalizada, o aumento da criminalidade e a maior necessidade de a sociedade
se expor perigosamente para se defender, mesmo diante das adversidades, como no
caso do cidadão aludido acima, que teve a ajuda do Ser supremo para contar
agora a sua heroica história. A ameaçadora criminalidade, que domina as cidades
há bastante tempo, não deixa dúvida alguma de que as autoridades públicas são totalmente
coniventes com a violência e a delinquência, por não moverem uma pena para criar
instrumentos capazes e leis duras com vistas a combater a bandidagem, que se
esparrama e se banaliza país afora. Até quando o povo ordeiro vai permitir que
o caos na segurança pública continue ao deus-dará? É lastimável que os governos,
em todas as esferas, permaneçam de braços cruzados assistindo o país ser
dominado pela extrema criminalidade e não esbocem qualquer reação no sentido
de, pelo menos, atenuar a violência que aterroriza a população, que paga
pesados impostos e, infelizmente, não tem a quem recorrer para se proteger
contra o mal do século, que é a criminalidade, em suas diversas especialidades
delitivas. A sociedade precisa reagir com urgência contra essa indignidade ao
ser humano e exigir que as autoridades públicas cumpram a sua competência
constitucional, quanto à necessidade de assegurar segurança pública aos
cidadãos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de outubro de 2012
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