Quem teve
a infeliz e desastrosa oportunidade de assistir o jogo programado pela 27ª
rodada do Campeonato Brasileiro deve ter se conscientizado da triste realidade pela
qual passa o Botafogo, como soe acontecer no final das competições congêneres,
quando sempre apresenta futebol de quinta categoria, comparável aos times que
brigam bravamente para sair da zona de rebaixamento, objetivo, aliás, não
descartado no caso dele, a partir deste momento do certame, depois que ele
pretendia, embora sem a mínima condição para tanto, se classificar para a
Libertadores. Quem tem um elenco razoável, com pouquíssimos jogadores de
qualidade e os demais apenas esforçados, não pode almejar senão se manter entre
a elite do futebol brasileiro. É verdade que já faz bastante tempo que o
Glorioso não vem jogando absolutamente nada, mas se pode dizer com convicção
que hoje houve espetáculo da pior qualidade. Um verdadeiro vexame jogando em
caso, quando ninguém se entendia em campo, os passem errados sobressaíram em
profusão e os atletas que vinham se destacando em jogos anteriores se nivelaram
aos demais e até conseguiram contribuir para os dois gols do adversário e a
empurrar as esperanças de melhores resultados para o espaço sideral. O
diagnóstico que se pode fazer, no momento, é de que o time não reage nem
encontra saída para as armadilhas preparadas pelos adversários, tornando-se
presa fácil, ainda que atuando nos seus domínios, quando até há pouco tempo era
seu forte jogar com a sua torcida, que já percebeu a ruindade do time e
simplesmente não comparece mais ao Engenhão, para não ter o dissabor de sofrer
de corpo presente, em pleno estádio. Será se há
necessidade de técnico para dirigir time que somente empata ou perde? Não seria
melhor se experimentar, nesta fase cruel, que os jogadores se escalem entre si,
como fazem nas várzeas? Com certeza, a união de todos seria capaz de arrancar
vitórias surpreendentes. Como a
crise abateu de forma generalizada, atingindo tanto o elenco como a torcida,
conviria que o Botafogo tivesse o privilégio de ser rebaixado para a 2ª Divisão
do Campeonato Brasileiro, para que seus dirigentes se conscientizassem de que time
medíocre não pode permanecer na elite do futebol e algo especial precisaria ser feito com urgência. É de se lamentar que essa hipótese
seja quase impossível, porque há vários times brigando para não permanecer na
1ª Divisão, de tão ruins, porém piores do que o Glorioso, que está a cinco
pontos para sair desse pesadelo. A propósito, quando houve a contratação do
jogador holandês, não tive qualquer dificuldade em afirmar, em artigo, que nada
adiantaria tamanha euforia, em virtude de vários fatores, entre os quais o de
que pouco adiantaria a contratação de excelente profissional se o resto do time
é precário e impotente para respaldar o talento, que não tem condição de
sobressair, por falta da fertilidade própria do futebol, tão abundante em passado
longínquo e até servia de essencial sustância para manter a Estrela Solitária sempre
altaneira e cintilante. Como é duro viver do passado, abençoado pela
fertilidade de bons e felizes momentos...
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de outubro de 2012
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