O ex-presidente da República petista declarou que o
julgamento do mensalão não deve influenciar o eleitor, porque "O povo não está preocupado com isso. Está
preocupado em saber se o Palmeiras vai cair e se o Haddad vai ganhar".
Para o ex-presidente, o candidato petista à Prefeitura de São Paulo deverá enfrentar
uma pessoa "de ontem, com ideias de
anteontem", referindo-se ao candidato tucano, "ou um candidato que não tem uma perspectiva
de projeto", numa citação indireta ao candidato do PRB. Como de
hábito, o ex-presidente despreza a real importância do que seja o significado
do valor do culto à honestidade, sempre que ele faz referência aos criminosos
fatos inerentes à corrupção, preferindo desviar o cerne da questão para foco
diversificado e ao mesmo tempo externar seu ponto de vista para algo comum, como
se não devesse ser exigido padrão de probidade e de respeito à ética, à
moralidade e à honradez na administração pública. Enfim, para ele, não há qualquer
valia a necessidade de decência na gestão dos recursos públicos, como se a
dignidade no serviço público não tivesse a mínima relevância para a contribuição
de um país fortalecido pelo respeito aos princípios da honestidade e probidade dos
seus dirigentes. O mais grave da sua manifestação é a clareza com que ele
exprime a certeza pelo qual o povo valoriza seus sentimentos com muito mais importância
em relação ao fracassado rendimento de um time de futebol do que a seriedade na
gestão pública, quando, no seu entendimento, em se tratando desta matéria, não
se exige responsabilidade do administrador público, a exemplo do repulsivo
mensalão, que vem merecendo verdadeira recriminação das pessoas sensatas,
equilibradas e honestas, por envolver o desvio de verbas públicas, cuja
especificidade difere ano-luz, em grau de importância, de qualquer situação de
mero desempenho de time de futebol. Apesar de o mensalão ser o marco extremo da
roubalheira dos recursos públicos, tendo por origem exatamente o governo do
ex-presidente, este o avalia como desprezível operação denominada caixa 2, que
todos os partidos o praticam sem nenhum escrúpulo nem preocupação com o
ferimento aos princípios da honestidade e probidade na gestão de dinheiros públicos,
deixando escancarada a promiscuidade com os mais sagrados preceitos da
honorabilidade, que não deveriam jamais se afastar das pessoas de bem e de
caráter. Quanto a essa atitude, cabe acentuar o célebre provérbio segundo o
qual ”Pelos frutos se conhece a árvore”, ou
seja, pelos atos se pode julgar seu autor. No caso em comento, percebe-se que o
governante que foi capaz de dar guarida e respaldar os vergonhosos escândalos
do mensalão não tem a mínima condição moral para dizer o sentimento da
sociedade sobre qualquer assunto. A sociedade amadurecida e consciente da sua
responsabilidade cívica não pode se deixar envolver por mensagens tão
degradantes e aviltantes de políticos de mentalidades medíocres, destorcidas e
distanciadas dos valores e princípios morais e éticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de outubro de 2012
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