domingo, 28 de outubro de 2012

Apagões governamentais


Os apagões já não mais surpreendem ninguém e, agora, houve grande desligamento do sistema elétrico vitimando a população dos nove estados do Nordeste, em consequência, segundo o Operador Nacional do Sistema, de incêndio em equipamentos entre duas subestações de energia. O ministro de Minas e Energia disse que as ocorrências de apagões em série "não são normais" e isso representa "diminuição na confiabilidade do sistema elétrico brasileiro”, em que pese o governo sempre defender a robustez do sistema interligado do país. Ele considera que a coincidência dos apagões é mais anormal ainda e isso precisa ser avaliado por equipes técnicas, para possibilitar a adoção das medidas pertinentes. O certo é que há sobrecarga prejudicando a eficiência do sistema de interligações Sudeste/Norte e Sudeste/Nordeste, interferindo constantemente no fornecimento de energia elétrica não somente para a região Nordeste, mas para o país. As falhas no fornecimento de energia elétrica causam quebra da confiabilidade do sistema elétrico interligado e abala a tranquilidade dos usuários, que ficam à mercê da incompetência do governo em controlar e fiscalizar o funcionamento de tão importante setor elétrico e dos interesses das empresas controladoras do fornecimento de energia elétrica, que vêm sendo forçadas a renovar os contratos pertinentes. A falta de investimentos no setor elétrico permite que os equipamentos se tornem obsoletos e ineficientes para o acompanhamento do crescimento socioeconômico do país, prejudicando diretamente a sociedade. Não obstante, o governo garante que o sistema elétrico de transmissão do país é um dos maiores do mundo e funciona com nível de confiabilidade bom e capaz, embora as sequências de falhas demonstrem que essa confiança está sendo abalada, em especial porque não se tem as razões e justificativas plausíveis para a vulnerabilidade dos equipamentos falhando e da proteção primária não atuando, com consequente implicação na proteção secundária alternada, capaz de provocar grandes reflexos no sistema elétrico nacional. Ao dizer que os apagões “não são normais”, o ministro confirma a incompetência do governo, por não ter condições de identificar de pronto a causa do grave problema, deixando a população em completa insegurança e incerteza quanto à confiabilidade no fornecimento de energia elétrica. Esse governo é muito hábil em apontar os erros dos outros, mas bastante incapaz para reconhecer e assumir suas incompetências e corrigi-las imediatamente. Enquanto o país continuar sendo administrado por quem se especializou em criticar a falta de planejamento e de investimentos nos setores estratégicos da economia, as falhas, não somente no sistema elétrico, continuarão ocorrendo com natural frequência. Veja-se que a presidente da República, até há pouco tempo, sem imaginar que o pior poderia acontecer, cutucava o governo tucano pelos apagões, normalmente resultantes de estiagem e não por falta de investimentos no setor elétrico, como pode ser a causa dos apagões atuais. A culpa pela falta de gerenciamento e pelos apagões que assolam o país é do povo, que se satisfaz ao eleger governantes produzidos em laboratórios da incompetência e da leniência com os malfeitores; aqueles que ainda se vangloriam das suas falcatruas afirmando que o país mudou nos últimos anos, apesar do seu pífio crescimento e de generalizado desgoverno. Urge que a sociedade enxergue, ainda que nos constantes apagões, a incompetência oficial com características prejudiciais às causas da nacionalidade e decida pela completa renovação dos dirigentes do país. Acorda, Brasil!  

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 26 de outubro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário