Na sua costumeira e
peculiar forma de proceder, o ex-presidente da República petista voltou a
ironizar o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, ao lembrar o episódio
da bola de papel atirada contra o tucano durante a campanha presidencial de
2010, quando ele foi atingido na cabeça por um rolo de fita adesiva e uma bola
de papel durante caminhada no Rio de Janeiro. O ex-presidente fez questão de
relembrar o triste fato com a finalidade de pedir cautela aos militantes do
partido, dizendo, de forma sarcástica: "A gente não pode nesses últimos dias (da eleição) aceitar nenhuma provocação, porque nós
sabemos que tem muito candidato aí que até uma bolinha de papel que alguém
jogou na cabeça dele ele diz que foi uma agressão e culpou o PT. Então, por
favor, nada de brincar com bolinha de papel, nada de brincar de bolinha de
isopor, nada. A partir de agora, nem bolinha de sabão vocês podem fazer". Ainda
em tom de deboche e desdenho, ele disse que o tucano é "frágil" e que
"qualquer coisa o machuca". A maneira agressiva com que o
ex-presidente petista procura atingir seus adversários, de forma gratuita e relembrando
fatos ocorridos há tempos passados, demonstra a pobreza de espírito e a deselegância
cultural de quem não tem argumentos de nível razoável para defender com equilíbrio
e inteligência as ideias programáticas, em sintonia com os princípios democráticos,
que devem imperar as disputas nas campanhas eleitorais. Essas críticas
depreciativas, que não são novidades, partindo de onde se originou, são
extemporâneas, totalmente fora do atual contexto político e ainda têm o condão
de revelar a nítida vontade apelativa de menosprezo ao ser humano, de
desqualificá-lo na sua honra e integridade moral, a completa falta de
argumentos produtivos e construtivos ao aperfeiçoamento dos princípios da
democracia e a decadência dos discursos políticos, contribuindo para que a
oratória nas campanhas eleitorais decaia a nível deplorável de
intelectualidade. A participação na política de pessoas com mentalidade
retrógrada e pouco desenvolvida constitui verdadeiro desserviço à civilidade e
ao respeito à dignidade humana. Com certeza, o povo não concorda com
procedimentos deprimentes de desdenho nem gostaria que os discursos dos
políticos descessem ao nível da baixaria e da falta de racionalidade, não somente
porque não seria inteligente respaldar imbecilidade, se nivelando ao seu
protagonista, mas, sobretudo, por entender que o momento da campanha deve
servir para a apresentação de programas de governo, de metas para o benefício
da sociedade. Urge que o povo se conscientize sobre a necessidade de sopesar a
contribuição negativa e nefasta dos políticos que menosprezam deliberadamente
seus adversários com o propósito de diminuir a sua dignidade, tendo em conta que
o exercício da política não comporta mediocridade nem muito menos ideias vazias
e destituídas de conteúdos saudáveis à desconstrução da democracia de qualidade.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de outubro de 2012
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