Enquanto o Partido dos Trabalhadores continua na aguda
via crucis, padecendo com o julgamento do escandaloso mensalão, ante a
comprovação da compra de votos de parlamentares com dinheiros sujos e a punição
dos envolvidos, o ex-presidente da República petista ultrapassa a fronteira
brasileira e desembarca, em vídeo, na Venezuela, para fazer companha política
para o seu amigo candidato à reeleição presidencial vitalício daquele país. No
vídeo, entre outras afirmações, ele declara que “Tua vitória será a nossa vitória. Sob a liderança de Chavez, o povo
venezuelano teve conquistas extraordinárias. As classes populares nunca foram
tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. Essas conquistas precisam ser
preservadas e consolidadas.”. Também está sendo veiculado naquele país o surrado
bordão: “Nunca antes na história deste
país...”, usado por atores que apresentam projetos e ações chavistas em
favor da população. As conquistas extraordinárias referidas pelo petista dizem
respeito à distribuição de bolsa-família, o famoso programa sinônimo de curral
eleitoral aqui e lá. Enquanto isso, aquele país é submetido ao
subdesenvolvimento, principalmente nos setores econômicos. A clara vontade do
petista na continuidade do amigo na Presidência venezuelana tem tudo a ver com
a filosofia de governo petista, uma vez que lá também se pratica absurdos na
gestão dos negócios do Estado, sobressaindo, entre tantos, a banalização da
corrupção e a concentração de poder, em prejuízo da transparência dos atos da administração
pública. A temida concentração de poder é compensada, tal como no Brasil, com
os programas assistencialistas sociais, como forma de atender às necessidades
das pessoas, sob a alegação de combate às carências prioritárias da população,
ou seja, os contribuintes são obrigados a sustentar, de maneira
assistencialista, os bolsões de pobreza, em troca do apoio político, com o seu
voto. É lamentável que o ser humano se torne mensageiro de ideias
revolucionárias, em nome da pseudo-bondade com recursos públicos, para se
aproveitar da situação, com a conquista da simpatia por meio de políticas
assistencialistas ineficientes quanto à valorização do cidadão. Essas ideias
retrógradas somente contribuem para o enfraquecimento da livre iniciativa, o
robustecimento da vadiagem, o esvaziamento da mão de obra, a submissão do povo
à vontade política dos inescrupulosos mandatários e o atraso e subdesenvolvido
do país. Urge que a sociedade se
conscientize sobre a necessidade de refutar essas ridículas práticas de “benevolência”
e “assistencialismo” voltados para objetivos meramente eleitoreiros, além de exigir
que os agentes públicos sejam probos na aplicação dos recursos públicos, observados
os princípios da transparência, austeridade e economicidade, sempre em sintonia
com a satisfação do interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de outubro de 2012
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