quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Os conselhos do "mestre"

Enquanto o Partido dos Trabalhadores continua na aguda via crucis, padecendo com o julgamento do escandaloso mensalão, ante a comprovação da compra de votos de parlamentares com dinheiros sujos e a punição dos envolvidos, o ex-presidente da República petista ultrapassa a fronteira brasileira e desembarca, em vídeo, na Venezuela, para fazer companha política para o seu amigo candidato à reeleição presidencial vitalício daquele país. No vídeo, entre outras afirmações, ele declara que “Tua vitória será a nossa vitória. Sob a liderança de Chavez, o povo venezuelano teve conquistas extraordinárias. As classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. Essas conquistas precisam ser preservadas e consolidadas.”. Também está sendo veiculado naquele país o surrado bordão: “Nunca antes na história deste país...”, usado por atores que apresentam projetos e ações chavistas em favor da população. As conquistas extraordinárias referidas pelo petista dizem respeito à distribuição de bolsa-família, o famoso programa sinônimo de curral eleitoral aqui e lá. Enquanto isso, aquele país é submetido ao subdesenvolvimento, principalmente nos setores econômicos. A clara vontade do petista na continuidade do amigo na Presidência venezuelana tem tudo a ver com a filosofia de governo petista, uma vez que lá também se pratica absurdos na gestão dos negócios do Estado, sobressaindo, entre tantos, a banalização da corrupção e a concentração de poder, em prejuízo da transparência dos atos da administração pública. A temida concentração de poder é compensada, tal como no Brasil, com os programas assistencialistas sociais, como forma de atender às necessidades das pessoas, sob a alegação de combate às carências prioritárias da população, ou seja, os contribuintes são obrigados a sustentar, de maneira assistencialista, os bolsões de pobreza, em troca do apoio político, com o seu voto. É lamentável que o ser humano se torne mensageiro de ideias revolucionárias, em nome da pseudo-bondade com recursos públicos, para se aproveitar da situação, com a conquista da simpatia por meio de políticas assistencialistas ineficientes quanto à valorização do cidadão. Essas ideias retrógradas somente contribuem para o enfraquecimento da livre iniciativa, o robustecimento da vadiagem, o esvaziamento da mão de obra, a submissão do povo à vontade política dos inescrupulosos mandatários e o atraso e subdesenvolvido do país. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de refutar essas ridículas práticas de “benevolência” e “assistencialismo” voltados para objetivos meramente eleitoreiros, além de exigir que os agentes públicos sejam probos na aplicação dos recursos públicos, observados os princípios da transparência, austeridade e economicidade, sempre em sintonia com a satisfação do interesse público. Acorda, Brasil!      
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 04 de outubro de 2012

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