O presidente nacional
do PT declarou que seu partido não teme o embate com os adversários acerca da ética,
principalmente o PSDB, por entender que há várias denúncias não esclarecidas
por este partido, como a suposta compra de votos para a emenda da reeleição
aprovada durante o mandato do ex-presidente tucano, o dossiê Cayman e os fatos
envolvendo privatizações no governo tucano. Trata-se da reação do presidente do
PT em resposta às colocações do candidato tucano, que teria invocado o desejo
de mencionar a existência do mensalão, com a finalidade de mostrar as
comparações de biografias e discutir as questões inerentes à ética e aos
valores, no segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Ainda
nem começou a campanha dessa nova fase, o tucano já acusou o PT de usar as
eleições municipais para ''abafar'' o julgamento no Supremo Tribunal Federal do
famigerado caso do mensalão. O presidente do PT rechaçou as declarações do
candidato tucano sobre o uso do julgamento do mensalão no debate eleitoral, por
entender que tema sobre ética é desfavorável para ele travar, uma vez que o
candidato petista não tem denúncias "em
seu prontuário" e também "Seria
extremamente desfavorável para o nosso adversário fugir dos problemas da cidade
pelos quais ele é responsável e querer travar um debate sobre ética, campo no
qual ele fica devendo explicações.". O cacique petista disse que o
julgamento do mensalão somente tem sido possível porque o governo do
ex-presidente petista providenciou o reaparelhamento da Polícia Federal e a
Procuradoria Geral da República, dando-lhes condições de trabalho. O PSDB tem
todo direito de debater com a sociedade a questão ética, máxime porque esse tema
é bastante importante no contexto da gestão dos recursos públicos, que não pode
se distanciar da estrita observância aos princípios da ética e moralidade.
Preceitos estes que foram relegados a planos secundários por ocasião da
formação da quadrilha do mensalão, cuja existência sempre foi inexplicavelmente
abafada pelos líderes do PT. Não há como negar que esse lastimável escândalo
beneficiou os interesses do governo de então, em evidente prejuízo da
sociedade, que foi vítima pelo desvio de dinheiros que seriam aplicados em
programas de seu interesse. Não obstante, caso o mensalão tivesse sido
originado no PSDB, a cúpula petista certamente estaria explorando no grau
máximo os mínimos detalhes da maior sujeira já praticada com recursos dos
bestas dos brasileiros, sempre com o propósito de matá-lo aos poucos até não
restar mais nada do partido. O PT seria capaz de aprontar o maior terrorismo sobre
o escândalo para desmoralizar e humilhar até a última geração do PSDB. Na
verdade, esse caso do mensalão não pode sair jamais da pauta política enquanto
os envolvidos não forem penalizados, para que possa haver assepsia da podridão
e da tragédia causada à consciência moral dos brasileiros. O mensalão, pela sua
maldade intrínseca, ante o prejuízo à dignidade da nação, não pode ser jogado
para debaixo do tapete. Enquanto não houver reparação, na forma da lei, sobre
os males causados por ele ao país, a sociedade tem o direito de participar dos
embates e das discussões sobre seus malefícios, de modo a mostrar ao Brasil e ao
mundo os danos que o esquema criminoso propiciou ao povo, deixando clara a
participação do partido que protagonizou tamanha indecência com recursos
públicos, para que as punições cabíveis sirvam de lição às agremiações
políticas, com vistas a evitar a repetição de semelhante indignidade à história
política do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de outubro de 2012
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