O procurador-geral da República rebateu a
declaração de ex-dirigente do PT de que o Supremo Tribunal Federal teria
realizado julgamento de exceção, ao condenar, por maioria, o ex-chefe da Casa
Civil, que afirmou: "Hoje (terça), a Suprema Corte do meu país, sob forte
pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os
autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e
a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios
constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção”, que foi
condenado sem que os autos apresentassem provas contra ele e que vai "lutar até provar minha inocência". Na
avaliação do chefe do Ministério Público, a reação do ex-ministro foi "Uma afirmação absolutamente despropositada.
O Supremo Tribunal Federal tem, desde o início da tramitação do inquérito, se
esmerado em assegurar aos acusados o devido processo legal, a observância de todos
aqueles direitos e garantias previstos na Constituição. Longe de constituir um
julgamento de exceção, constitui um exemplo magnífico de um julgamento feito em
um tribunal de um país em que o Estado Democrático de Direito vigora".
O procurador-geral ainda contestou as acusações feitas pelo ex-presidente do PT,
também condenado por maioria pela Suprema Corte, por corrupção ativa, ao dizer
que "Perseguição do Ministério
Público jamais houve. Como se diz desde o início, é uma acusação solidamente
baseada em provas. Não se fez qualquer afirmação leviana, mas uma acusação que
é amparada fartamente pelos elementos que são provas dos autos". O
ex-presidente disse que o PT teria sido vítima de uma "campanha de ódio" de setores da
sociedade que "nunca aceitaram"
a chegada do partido ao Palácio do Planalto. É natural que os petistas estejam
desesperados após as punições sofridas, por terem a certeza da impunidade. Não
há a menor dúvida de que as reações dos petistas não guardam conformidade com
os elementos probantes dos autos, que evidenciam com segurança que o ex-tesoureiro
do PT não teria condições de, sozinho e ao seu talante, desviar montanhas de
dinheiros dos cofres públicos, negociar empréstimos fictícios etc. e os
repassar, em quantias combinadas, às mãos dos parlamentares corrompidos. No
caso, os superiores do ex-tesoureiro eram justamente o ex-ministro e o
ex-presidente do PT, que participaram ativamente de reuniões com banqueiros e
presidentes de partidos e deram palavras finais sobre as matérias deliberadas. Na verdade, os fatos
mostram que quem foi vítima nesse imbróglio indecente foi a sociedade, que teve
a desdita de acreditar ter elegido governo que se dizia ético, mas este a
enganou com o calote eleitoral, ao defender política limpa, mas foi picado pela
mosca azul do poder e danou-se a corromper políticos igualmente inescrupulosos,
mediante pagamento de propina com dinheiros conseguidos por meios ilícitos,
conforme as revelações da Corte Excelsa. Ao que parece, os petistas pensavam que o julgamento
do mensalão seguiria os ritos e parâmetros vigentes nas Repúblicas nada
democráticas, onde os corruptos nunca são condenados, por serem apenas
considerados vítimas de “campanha de ódio” oriunda de parte da sociedade que
“nunca aceitou” a tomada do poder pelos revolucionários. Urge que a sociedade
se desperte da profunda letargia da cegueira política, como meio de compreender
que a corrupção somente será combatida com o expurgo da vida pública dos
políticos desonestos, indecorosos e mentirosos, que se diziam defensores da
ética e da moral, mas, na realidade, cometiam ilícitos e corrompiam parlamentares
para conquistar seus objetivos políticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de outubro de 2012
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