A ex-senadora da Rede
Sustentabilidade, diante da repercussão causada pela sua filiação ao PSB, disse
que não quer "destruir" a presidente da República, mas ajudar a
"construir o país". Ela fez essa afirmação para explicar o
significado de um colar com pingente em forma de flecha com três pontas, feito
por ela. Em sua opinião, o adereço resume a postura que pretende adotar a um
ano da eleição presidencial, no sentido de que "Quando você a (flecha) estende
para outra pessoa, duas pontas estão apontadas para você. O combate não é só
com o que está fora, é com o que está dentro. Neste momento ela é muito
simbólica para mim, porque para além dos desafios da política brasileira, do
que a gente critica nos outros, é preciso que eu e o Eduardo nos voltemos para
aquilo que são os nossos problemas e que nós devemos combater. Existem coisas que a gente não consegue
controlar nos outros, mas na gente a gente controla. Eu não sei o que meus
oponentes vão fazer comigo, vão dizer de mim, mas eu sei o que eu quero fazer.
Eu não quero destruir a Dilma, nem o Aécio, nem ninguém. Eu quero ajudar a
construir o Brasil. Na entrevista, a ex-senadora foi bastante enfática, ao sentenciar:
"Não consigo imaginar que a
presidente Dilma possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo
chantageada dentro do Congresso. O meu movimento e o de Eduardo já criou um
grupo que está pressionando a presidente, dizendo que se não tiver mais acenos
eles podem sair da base. Eu acho isso um horror. Isso tem que acabar.". A afirmação da ex-senadora de que quer
ajudar a construir o Brasil, pelo visto, significa o que ela sabe exatamente o
que deve ser feito para consertar as monstruosidades e as deformações estruturais
mediante as quais o país foi submetido ao atraso e ao subdesenvolvimento, em
especial no que diz respeito ao sempre nebuloso relacionamento entre o
Executivo e o Legislativo, onde não é novidade de que existe explícito esquema
de espúria chantagem parlamentar, segundo a qual não são aprovadas matérias de
interesse do governo enquanto não forem asseguradas as liberações das vexaminosas
emendas parlamentares, com destinação de recursos para os fins indicados pelos
parlamentares, normalmente seus currais eleitorais, em evidente manobra de pura
deslealdade e de indignidade por parte do Parlamento, por haver utilização de
cargos eletivos para manter a presidente da República refém do Congresso. Não
há dúvida de que seria bastante salutar se os homens públicos tivessem reais
condições de enxergar, com nitidez, as mazelas e as indecências que grassam na
política e de tirar proveito pra valer da forma irresponsável e incompetente
como o país vem sendo administrado, de modo que as lições e a aprendizagem
pudessem contribuir positivamente para serem extirpadas, em definitivo, as
práticas inescrupulosas e deprimentes das politicagens imperantes na gestão do
país, onde a administração pública tem servido de permanente processo de atos
escusos, em verdadeiro balcão de negociata que prevalece, sem o menor
escrúpulo, o vergonhoso esquema denominado toma lá, dá cá, formalizado às claras
por meio do loteamento dos órgãos, das entidades e das empresas públicas entre
os partidos da coalizão, com a indecente finalidade de assegurar apoio à
ridícula governabilidade, que não passa de esdrúxulo projeto de perenidade no
poder, com o irregular e indecente envolvimento de recursos públicos. A
sociedade anseia por que os homens públicos possam realmente vislumbrar alguma forma
eficiente de o Brasil ser administrado com competência, dignidade e compromisso
com o interesse público, observados os princípios da administração pública, em
especial, a ética, a moralidade, o decoro, a efetividade, a eficiência, a transparência
e a legalidade. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de outubro de 2013
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