terça-feira, 29 de outubro de 2013

País da impunidade e da insegurança

Reportagem publicada no jornal britânico The Mirror orienta turistas ingleses sobre cuidados a serem tomados para o acompanhamento, no Brasil, da Copa do Mundo de 2014, com o título: “O lado negro da Copa do Mundo do Brasil: os cartéis de drogas, assassinatos e distúrbios civis”. Ele diz que “A violência irrompeu nas ruas do Rio de Janeiro, com anarquistas sequestrando a paz, incendiando carros e travando batalhas com a polícia. Os protestos foram em apoio à greve dos professores e tiveram agitações civis recentes para destacar os gastos do governo com o futebol, em vez da infraestrutura decadente do Brasil.”. O jornal cita outros perigos e problemas do Brasil, como grupos criminosos, drogas e prostituição, afirmando que a taxa de homicídios aqui mais do que dobrou ao longo das últimas três décadas, sendo que pesquisas mostram que taxa de homicídios era de 27,4% a cada 100 mil habitantes em 2011, ou 134% maior do que os 11,7% de 1980: “Entre 1980 e 2011, 1,2 milhão de pessoas foram assassinadas no Brasil, quase 39% deles tinham entre 14 a 24 anos.”. A reportagem recomenda que os turistas fiquem atentos e se cuidem, em especial nas proximidades das caixas eletrônicos e casas de câmbio. O jornal britânico está completamente correto, ao alertar os turistas sobre os perigos que eles podem enfrentar no Brasil, porque ele existe em potência alarmante. Os governos e as autoridades que deveriam cuidar da segurança pública não conseguem garantir proteção sequer para os cidadãos brasileiros, que estão sendo vítimas da incompetência das forças policiais, demonstrada no enfrentamento com os criminosos, os narcotraficantes, os vândalos dos grupos Black Blocs e demais desafiadores da ordem pública. Não há a menor dúvida de que os turistas estarão completamente passíveis a sérios riscos de assalto, sequestro, estupro, morte e outros casos de violência, que tomou conta das metrópoles, principalmente nos últimos anos, fruto da notória falta de prioridades das políticas públicas para combater o progressivo crescimento das causas da violência e da delinquência, justamente porque não houve suficientes investimentos na valorização e modernização da segurança pública, como aumento expressivo da quantidade do policiamento, preparação e aperfeiçoamento das tropas, melhoria dos vencimentos dos policiais, em consonância com a relevância do trabalho de enorme risco por eles desempenhado, aquisição de equipamentos para superar o material bélico dos narcotraficantes, enfim, os governos não têm se preocupado em combater com a devida eficiência o pernicioso avanço da delinquência, em todas as suas formas de atuação, principalmente no tráfego de drogas, que entram tranquilamente pelas fronteiras do país, em enorme quantidade capaz de abastecer legião de drogados, que perambulam livremente feitos zumbis pelas ruas das cidades do país e, infelizmente, nada é feito para combater essa terrível praga, como também ninguém é responsabilizado por esse caos, que, com absoluta razão, desacredita o país junto à comunidade internacional, onde alguns países se preocupam, com muito razão, com a fragilidade da segurança neste país. O Brasil precisa, com urgência, se despertar dessa irresponsável letargia e se conscientizar sobre a necessidade da adotar de medidas drásticas e eficientes para combater as formas de violência que tomaram conta do país, em evidentes prejuízos aos interesses nacionais. É lamentável que a grandeza econômica do país não seja suficientemente capaz de fazer com que as autoridades públicas enxerguem os graves prejuízos que esse câncer da criminalidade vem causando não somente à sociedade brasileira - que clama e implora cada vez mais por proteção e não é atendida -, mas também à comunidade internacional, que teme, com absoluta razão, pela falta de segurança e proteção dos turistas que desejarem assistir à Copa do Mundo, no Brasil. A sociedade anseia por que a reportagem do jornal britânico sirva de importante alerta para que os governos federal e estaduais e demais autoridades públicas adotem, com urgência, medidas efetivas de combate à criminalidade, de modo que a civilidade e a racionalidade possam imperar de forma tranquila e segura sobre a marginalidade deste país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de outubro de 2013

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