O governador de
Pernambuco e presidente nacional do PSB defende, agora, a alternância dos
partidos no poder e afirmou que o “PSB
precisa estar preparado para assumir responsabilidades”. Ele ressaltou a
importância dos partidos que ocuparam a presidência da república, a exemplo do
PMDB, PSDB e PT, que tiveram seus momentos históricos, tendo destacado a
preocupação em não repetir erros: “A
gente tem obrigação de aprender com os erros dos outros, a gente precisa ter
humildade, ter um partido que dialoga com os valores reclamados pela sociedade,
tem que renovar seus quadros, tem que acreditar na alternância do poder, que é
algo que faz muito bem aos partidos. Exercer o governo e exercer a oposição é
um ciclo que alimenta o processo de renovação”. O político pernambucano
defendeu ainda novo ciclo na política, à vista do que foi feito pelos
antecessores, para possibilitar a busca da renovação: “O que blinda as instituições dos vícios, das distorções, é exatamente a
capacidade de elas se inovarem, de elas estarem submetidas ao controle social,
à alternância de papel que ela passa a cumprir na vida política do país. Por
isso que é importante que todo tempo os partidos possam experimentar governar,
fazer oposição, cuidar com responsabilidade do seu papel naquele determinado
processo histórico”. Ele disse que o país precisa de obras em diversas
frentes e de mecanismos eficientes de gestão, para evitar atrasos: “Eu acho que o Brasil precisa de obra em tudo
que é setor, no setor de saúde, educação, saneamento, abastecimento d'água,
estradas, portos. E é fundamental para que as obras cumpram o cronograma
acertado ter não só um time com capacidade, mas ter também um modelo que
gerencie no dia a dia os gargalos”.
Ao contrário do que afirmou o governador, de que a alternância do poder deve
fazer bem para os partidos, a mudança de governo é necessária, na verdade, para
o beneficio da sociedade, que não pode permitir que políticas muitas vezes
viciadas com práticas retrógradas perpetuem no tempo, em prejuízo da
administração do país. A alternância no poder também pode demonstrar o nível
cultural do povo, que não tem o direito de se acomodar diante de governo que
não apresente senão o mesmo programa administrativo, sem a iniciativa para
priorizar investimentos em obras de melhorias. A alternância de poder é forma
democraticamente salutar e absolutamente necessária para se evitar a
continuidade da incompetência e da ineficiência na administração do país. A
perenidade no poder ocorre normalmente nas republiquetas, onde prevalecem, de
forma preponderante, os conchavos políticos das coalizões mantidas sob a
indigna politicagem à base do fisiologismo, em suas formas inaceitáveis, tendo
por finalidade apoio político. Nos países desenvolvidos, a alternância no poder
é prática indispensável, em consonância com a modernidade e a evolução da
humanidade. É estranho o governador idealizar a necessidade de mudança
do governo que ele ajudou a elegê-lo, a mantê-lo no poder e de quem se
beneficiou com cargos públicos e benesses próprias das alianças partidárias,
mas, por interesses pessoais, até mesmo a morosidade das obras em andamento é
motivo de crítica, por entender que elas podem ser feitas com celeridade, basta
ter competência para tocá-las. Fica difícil acreditar em político que demonstra
falta de ética quando a situação já não satisfaz seus interesses. Seria melhor
que ele tivesse a elegância de não criticar seu passado muito próximo. No caso
do Brasil, a alternância de poder já deveria ter se processado há bastante
tempo, à vista do caos que assola a sua estrutura, em especial pela
predominância das mazelas, a exemplo da insegurança pública, com devassidão das
drogas, cuja disseminação e falta de combate do narcotráfico vem contribuindo
para turbinar a violência no país; da falta de priorização para as políticas
públicas essenciais, como educação, saúde, infraestrutura etc.; banalização do
fisiologismo na administração pública, em troca de apoio político e tantas
outras práticas não recomendáveis para a grandeza do país. A sociedade tem
enorme dificuldade para entender essa opinião de alternância de poder, que, em
princípio, implicaria novas filosofias de governo, com ideologias modernas,
eficientes e totalmente diferentes do que vem sendo praticado na atualidade,
quando o mentor dessa ideia de mudança participou, com absoluta efetividade,
por dez anos desse governo que foi incapaz de implementar as reformas
estruturais que o país precisa. Como acreditar em quem, somente a partir da sua
candidatura à Presidência da República, enxerga atraso nas práticas políticas e
acha que urgem inovações na gestão do país. Infelizmente, a
predominância da ignorância da população tem propiciado a perenidade no comando
da nação, mercê da facilidade de manipulado do povo pela esperteza do marketing
partidário e da alienação mediante a indigna política assistencialista,
infalivelmente funcionando em prol do sistema donatário do poder. A sociedade
entende que a alternância de poder, não de partidos, é saudável e fundamental
para a manutenção e o fortalecimento da democracia, desde que sejam efetivamente
mudadas as corriqueiras práticas sebosas do toma lá, dá cá, do fisiologismo,
das benesses e das maracutaias com recursos públicos, visando exclusivamente à
continuidade no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de outubro de 2013
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