domingo, 27 de outubro de 2013

A manipulação socialista

O presidente socialista da Venezuela anunciou a criação de órgão denominado "Vice-ministério da Suprema Felicidade Social", que terá a incumbência de cuidar dos casos relacionados com os sem-teto, os desvalidos, os idosos e as crianças. Segundo ele, o órgão foi inspirado no ex-presidente Bolivariano e tem por finalidade prestar-lhe honra. Para o presidente, o órgão irá cuidar das grandes missões presidenciais que têm o objetivo da suprema felicidade social. As chamadas "missões" foram criadas pelo falecido presidente venezuelano, objetivando o atendimento da população menos favorecida, em especial nas áreas de saúde, educação e alimentação. Além das missões destinadas aos serem humanos, o presidente anunciou que pretende criar programa para atender animais e que receberá o nome de "Missão Nevado", em homenagem ao cão de Simón Bolívar. Parece tratar-se mais um caso incrível patrocinado pelo governo venezuelano, porquanto esse anúncio ocorre em meio à gigantesca crise no abastecimento de gêneros à população e a inflação anual galgando o nível de 49,4% em setembro, enquanto o presidente atribuiu a derrocada do seu país a uma "guerra nacional e internacional" contra seu governo: "Com os investimentos que são feitos, o trabalho que se faz, se não estivesse submetida à guerra nacional e internacional desses fatores econômicos, a economia (venezuelana) teria um ano 2013 perfeito, teria reduzido a inflação abaixo de 20%", ou seja, para a classe dominante, o socialismo nunca falha e, quando há erro, a culpa normalmente é atribuída à oposição, à mídia etc. e jamais à incompetência gerencial de quem permitiu que a crise econômica se aprofundasse por sua culpa. No caso da Venezuela, com contínuas altas nos preços dos alimentos e escassez de vários produtos básicos, a ponto de a inflação superar a casa de 50% ao ano contra prognóstico inicial do governo de chegar ao máximo 16%, a culpa não é da administração do país, mas sim dos seus opositores, como se eles tivessem como manipular as ações do Estado. A escassez cíclica de alimentos e produtos básicos, a exemplo de açúcar, café, azeite, leite, papel higiênico e outros artigos essenciais, vem se agravando a cada mês naquele país. É bastante curioso como, no país de regime socialista, que é incapaz de produzir sequer papel higiênico, a inflação beira os 50% ao ano e o governo subsiste em nome de fantasma poderoso, o povo é facilmente levado a acreditar que a criação de órgão, estrategicamente planejado, com denominação estapafúrdia, poderá realmente satisfazer a sua suprema felicidade e solucionar os graves problemas da população. A criação de órgão com rótulo nitidamente fantasioso não passa de tentativa de manipulação maquiavélica, com finalidade absolutamente oportunista, leviana e irresponsável, por haver nisso tentativa de indução da consciência da sociedade a creditar em algo imaginário e irreal, quando os fatos evidenciam contrariamente situação caótica e desanimadora. Também é incrível se verificar que, apesar dos avanços nas áreas dos conhecimentos humanos, permitindo a sobeja obtenção de significativos progressos na vida moderna, ainda tenha espaço para absurda criatividade na vida dos povos, com objetivo meramente populista, sem o menor cunho de realismo e de efetividade, mas visando à materialização de fatos ilusórios para o povo, que ainda acredita no nirvana social, com a extinção dos sofrimentos por meio da criação de órgão, quando a realidade indica exatamente o contrário dos objetivos preconizados. De imediato à criação dessa “engenhosidade”, logo se aventou da possibilidade de ser criado órgão semelhante no país tupiniquim, com a mesma finalidade a que se refere o pomposo nome, mas também se concluiu a seguir pela desnecessidade dele, porque, na verdade, os poucos e escassos 39 ministérios – como assim entende o governo - com sede na mais famosa Esplanada do país já têm essa finalidade, tanto que a sua distribuição aos partidos aliados, com base no formalismo para assegurar a coalizão de governo, tem exatamente o objetivo de se permitir que seus titulares promovam a suprema felicidade dos comandados partidários, sem compromisso com a eficiência e efetividade das causas nacionais. A sociedade tem o dever cívico de perceber as artimanhas próprias dos sistemas socialistas, engendradas artificialmente para consolidar o perverso populismo, em nome de causas visivelmente deletérias aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de outubro de 2013

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