O presidente socialista
da Venezuela anunciou a criação de órgão denominado "Vice-ministério da
Suprema Felicidade Social", que terá a incumbência de cuidar dos casos
relacionados com os sem-teto, os desvalidos, os idosos e as crianças. Segundo
ele, o órgão foi inspirado no ex-presidente Bolivariano e tem por finalidade
prestar-lhe honra. Para o presidente, o órgão irá cuidar das grandes missões
presidenciais que têm o objetivo da suprema felicidade social. As chamadas
"missões" foram criadas pelo falecido presidente venezuelano,
objetivando o atendimento da população menos favorecida, em especial nas áreas
de saúde, educação e alimentação. Além das missões destinadas aos serem
humanos, o presidente anunciou que pretende criar programa para atender animais
e que receberá o nome de "Missão Nevado", em homenagem ao cão de
Simón Bolívar. Parece tratar-se mais um caso incrível patrocinado pelo governo
venezuelano, porquanto esse anúncio ocorre em meio à gigantesca crise no
abastecimento de gêneros à população e a inflação anual galgando o nível de
49,4% em setembro, enquanto o presidente atribuiu a derrocada do seu país a uma
"guerra nacional e internacional" contra seu governo: "Com os investimentos que são feitos, o
trabalho que se faz, se não estivesse submetida à guerra nacional e
internacional desses fatores econômicos, a economia (venezuelana) teria um ano 2013 perfeito, teria reduzido
a inflação abaixo de 20%", ou seja, para a classe dominante, o
socialismo nunca falha e, quando há erro, a culpa normalmente é atribuída à
oposição, à mídia etc. e jamais à incompetência gerencial de quem permitiu que
a crise econômica se aprofundasse por sua culpa. No caso da Venezuela, com
contínuas altas nos preços dos alimentos e escassez de vários produtos básicos,
a ponto de a inflação superar a casa de 50% ao ano contra prognóstico inicial
do governo de chegar ao máximo 16%, a culpa não é da administração do país, mas
sim dos seus opositores, como se eles tivessem como manipular as ações do
Estado. A escassez cíclica de alimentos e produtos básicos, a exemplo de
açúcar, café, azeite, leite, papel higiênico e outros artigos essenciais, vem se
agravando a cada mês naquele país. É
bastante curioso como, no país de regime socialista, que é incapaz de produzir
sequer papel higiênico, a inflação beira os 50% ao ano e o governo subsiste em
nome de fantasma poderoso, o povo é facilmente levado a acreditar que a criação
de órgão, estrategicamente planejado, com denominação estapafúrdia, poderá realmente
satisfazer a sua suprema felicidade e solucionar os graves problemas da
população. A criação de órgão com rótulo nitidamente fantasioso não passa de
tentativa de manipulação maquiavélica, com finalidade absolutamente
oportunista, leviana e irresponsável, por haver nisso tentativa de indução da
consciência da sociedade a creditar em algo imaginário e irreal, quando os
fatos evidenciam contrariamente situação caótica e desanimadora. Também é
incrível se verificar que, apesar dos avanços nas áreas dos conhecimentos
humanos, permitindo a sobeja obtenção de significativos progressos na vida
moderna, ainda tenha espaço para absurda criatividade na vida dos povos, com
objetivo meramente populista, sem o menor cunho de realismo e de efetividade,
mas visando à materialização de fatos ilusórios para o povo, que ainda acredita
no nirvana social, com a extinção dos sofrimentos por meio da criação de órgão,
quando a realidade indica exatamente o contrário dos objetivos preconizados. De
imediato à criação dessa “engenhosidade”, logo se aventou da possibilidade de
ser criado órgão semelhante no país tupiniquim, com a mesma finalidade a que se
refere o pomposo nome, mas também se concluiu a seguir pela desnecessidade
dele, porque, na verdade, os poucos e escassos 39 ministérios – como assim
entende o governo - com sede na mais famosa Esplanada do país já têm essa
finalidade, tanto que a sua distribuição aos partidos aliados, com base no
formalismo para assegurar a coalizão de governo, tem exatamente o objetivo de se
permitir que seus titulares promovam a suprema felicidade dos comandados
partidários, sem compromisso com a eficiência e efetividade das causas
nacionais. A sociedade tem o dever cívico de perceber as artimanhas próprias
dos sistemas socialistas, engendradas artificialmente para consolidar o perverso
populismo, em nome de causas visivelmente deletérias aos interesses nacionais. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de outubro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário