quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sob o comando das máscaras

Essa turma entusiasmada de mascarados que tomou conta das principais ruas das metrópoles brasileiras somente surgiu com as manifestações de protestos, a partir de junho último. A sua participação nos movimentos reivindicatórios vem causando enorme transtorno também aos verdadeiros manifestantes, em virtude da destruição do patrimônio público e privado, como principal forma da tática normalmente empregada pelos Black Bloc, que se infiltram nas concentrações pacíficas para, logo após, mostrarem a sua real face, embora ajam sob o manto da máscara. Seu principal foco de atuação tem sido as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que foram vítimas de violentas depredações, no embalo das manifestações pacíficas em apoio ao movimento dos professores cariocas em greve. O curioso é que nada escapa das barbaridades, mas agências bancárias, prédios públicos, lojas e veículos são devastados, depredados, pichados e queimados, num frenético ímpeto incontrolável, que supera com extrema facilidade a decepcionante fragilidade do sistema de segurança, que não é capaz de causar o mínimo de intimidação, porque, quando muito, alguns gatos pingados são presos, quando o certo seria que o aparato policial fosse bastante superior aos baderneiros, de modo a evitar que não houvesse estrago nenhum, preservando integralmente o patrimônio da sociedade. A incompetência e a impotência da segurança púbica estão contribuindo de forma decisiva para que o encorajamento dos arruaceiros aumente ainda mais e se agigante, a ponto de se tornar incontrolável. Enquanto os vândalos tomam conta das ruas, com suas ações violentas e destemidas, a população fica encurralada e amedrontada, diante da impossibilidade de haver controle sobre os delinquentes, que ainda deformam e maculam movimentos que tencionam defender suas causam de forma ordeira e legítima. Além disso, as ondas de violência estão causando sérios e alarmantes prejuízos às cidades afetadas, como no caso do Rio de Janeiro, onde já foram contabilizados danos da ordem de R$ 2 bilhões, resultantes dos protestos animados pelos quebra-quebras. A gravidade a que chegou com os incontroláveis baderneiros acena para urgente adoção de medidas estratégicas, com vistas a combater, de forma enérgica, o vandalismo, sob pena de as autoridades envolvidas na segurança pública continuarem sendo ridicularizadas e as pessoas prejudicadas tomarem a iniciativa de partir para o revide com o uso de meios igualmente violentos, cujas consequências serão, certamente, drásticas e altamente prejudiciais aos interesses nacionais, por denunciarem ao mundo que o país da Copa não tem condições de manter a ordem pública e o controle sobre os focos de protestos violentos e destruidores. Na realidade, os fatos estão mostrando que não adianta se imaginar que os Black Blocs vão ser controlados à base da negociação, por meio de convencimento pedagógico, porque o real objetivo desses grupos é praticar atos de confronto e de destruição, mediante métodos violentos para causar verdadeiro transtorno e caos para a população e os demais participantes de movimentos de causas pacíficas, resvalando para o confronto direto com os policiais, para quem há constante provocação de agressividade. Na constatação da impotência e total incapacidade das forças policiais estaduais, não há dúvida de que as Formas Armadas devem ser convocadas para manter a ordem pública e social, porquanto, à toda evidência, a situação já se tornou visivelmente incontrolável e insuportável, à luz dos sentimentos das pessoas que imaginam que um país com a grandeza do Brasil não pode permanecer sob o império da insegurança, da violência e do desrespeito aos princípios democráticos da integridade patrimonial e do essencial direito humano de transitar livremente. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de outubro de 2013

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