Essa
turma entusiasmada de mascarados que tomou conta das principais ruas das
metrópoles brasileiras somente surgiu com as manifestações de protestos, a
partir de junho último. A sua participação nos movimentos reivindicatórios vem
causando enorme transtorno também aos verdadeiros manifestantes, em virtude da
destruição do patrimônio público e privado, como principal forma da tática
normalmente empregada pelos Black Bloc, que se infiltram nas concentrações
pacíficas para, logo após, mostrarem a sua real face, embora ajam sob o manto
da máscara. Seu principal foco de atuação tem sido as cidades do Rio de Janeiro
e de São Paulo, que foram vítimas de violentas depredações, no embalo das
manifestações pacíficas em apoio ao movimento dos professores cariocas em greve.
O curioso é que nada escapa das barbaridades, mas agências bancárias, prédios
públicos, lojas e veículos são devastados, depredados, pichados e queimados,
num frenético ímpeto incontrolável, que supera com extrema facilidade a
decepcionante fragilidade do sistema de segurança, que não é capaz de causar o
mínimo de intimidação, porque, quando muito, alguns gatos pingados são presos,
quando o certo seria que o aparato policial fosse bastante superior aos
baderneiros, de modo a evitar que não houvesse estrago nenhum, preservando
integralmente o patrimônio da sociedade. A incompetência e a impotência da
segurança púbica estão contribuindo de forma decisiva para que o encorajamento
dos arruaceiros aumente ainda mais e se agigante, a ponto de se tornar incontrolável.
Enquanto os vândalos tomam conta das ruas, com suas ações violentas e
destemidas, a população fica encurralada e amedrontada, diante da
impossibilidade de haver controle sobre os delinquentes, que ainda deformam e
maculam movimentos que tencionam defender suas causam de forma ordeira e
legítima. Além disso, as ondas de violência estão causando sérios e alarmantes
prejuízos às cidades afetadas, como no caso do Rio de Janeiro, onde já foram
contabilizados danos da ordem de R$ 2 bilhões, resultantes dos protestos
animados pelos quebra-quebras. A gravidade a que chegou com os incontroláveis
baderneiros acena para urgente adoção de medidas estratégicas, com vistas a
combater, de forma enérgica, o vandalismo, sob pena de as autoridades
envolvidas na segurança pública continuarem sendo ridicularizadas e as pessoas
prejudicadas tomarem a iniciativa de partir para o revide com o uso de meios
igualmente violentos, cujas consequências serão, certamente, drásticas e
altamente prejudiciais aos interesses nacionais, por denunciarem ao mundo que o
país da Copa não tem condições de manter a ordem pública e o controle sobre os
focos de protestos violentos e destruidores. Na realidade, os fatos estão
mostrando que não adianta se imaginar que os Black Blocs vão ser controlados à
base da negociação, por meio de convencimento pedagógico, porque o real
objetivo desses grupos é praticar atos de confronto e de destruição, mediante
métodos violentos para causar verdadeiro transtorno e caos para a população e
os demais participantes de movimentos de causas pacíficas, resvalando para o confronto
direto com os policiais, para quem há constante provocação de agressividade. Na
constatação da impotência e total incapacidade das forças policiais estaduais,
não há dúvida de que as Formas Armadas devem ser convocadas para manter a ordem
pública e social, porquanto, à toda evidência, a situação já se tornou
visivelmente incontrolável e insuportável, à luz dos sentimentos das pessoas
que imaginam que um país com a grandeza do Brasil não pode permanecer sob o
império da insegurança, da violência e do desrespeito aos princípios
democráticos da integridade patrimonial e do essencial direito humano de
transitar livremente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de outubro de 2013
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