A
sociedade se encontra estarrecida diante das alarmantes ondas de violência que
grassam no país, em contrariedade à passividade das autoridades incumbidas do
combate a essa chaga inominável, por permanecerem despreocupadas e distanciadas
da lamentável realidade de terror que toma conta da sociedade, totalmente desprotegida
e impotente, sem ter a quem recorrer para pedir providências contra tanta criminalidade,
que já superaram os limites da tolerância e da racionalidade.
Não
se estar tentando fazer apologia à pena de morte, apesar de, no país
tupiniquim, a sociedade viver sob a permanente condenação desse castigo
infernal da pena capital, à vista do domínio da bandidagem, que comanda
livremente o tráfico de drogas no país, salvo alguma ou outra intervenção das
forças de segurança, apenas quando a situação já tenha extrapolado os limites
da civilidade e da razoabilidade, mas essa medida se impõe quando a população
ordeira, digna e tradicionalmente respeitadora dos princípios humanitários está
sendo severa e terrivelmente ameaçada e incomodada no seu direito de viver com
dignidade, liberdade e protegida com a segurança que o Estado tem obrigação
constitucional e legal de proporcionar à sociedade.
A
verdade é que os brasileiros estão sitiados nas suas casas e nada é feito para
mudar o terrível status quo da criminalidade,
que se expande à claridade solar e não há iniciativa esboçada por parte do
governo, senão em defesa de narcotraficantes executados por governo cônscio da
sua responsabilidade de cuidar, de forma intransigente, da proteção e higidez
do seu povo.
Essa
demonstração crítica ao governo indonésio, de fazer cumprir com fidelidade a
sua legislação penal, não passa de verdadeira nuvem de fumaça, quando a lição
daquele país poderia até servir de modelo para as autoridades brasileiras e
mundiais perceberem a gravidade da fragilidade e da ineficiência da legislação
penal e das ações governamentais no combate à criminalidade e à violência em
geral, porque é fundamental que se cuide prioritariamente da situação interna
dos brasileiros, com a urgente resolução dos graves e alarmantes problemas inerentes
também ao gigantesco tráfico de drogas e de armas no país.
É
inegável a absurda quantidade de mortes de inocentes, quer sejam usuários ou
não de entorpecentes, contabilizadas no cotidiano, mas ninguém do governo ou da
sociedade civil organizada se apiede nem pede clemência por eles, revelando, à
vista dos casos das execuções de brasileiros, além-mar, pura demonstração de
hipocrisia e de demagogia, quando as autoridades brasileiras deveriam se
associar em solidariedade ao governo indonésio, por ter feito algo que já deveria
ter sido feito há bastante tempo no país tupiniquim, dando o exemplo de eficiência
no combate à abominável traficância de drogas e à criminalidade a ela associada.
É
bastante estranho que o governo tupiniquim tenha se valido do bisonho argumento
de cunho humanitário para defender as vidas de insensatos criminosos, quando os
traficantes não tiveram esse mesmo sentimento ao transportar drogas para
alimentar o desgraçado vício dos usuários.
Os
usuários de drogas, estes sim, são os verdadeiros dignos de sentimento de
piedade humanitária, que não se encontra presente no pensamento do governo
brasileiro, que, se tivesse imbuído com esse propósito, já teria aprovado penas
duras de combate à traficância de drogas e de impedimento de brasileiros se
aventurarem mundo afora, dando péssimo exemplo de país exportador de cocaína e
de autoridades públicas cúmplices com a criminalidade.
O Brasil precisa, com urgência, amadurecer política
e diplomaticamente, para compreender que a pena de morte somente é aplicada
contra quem comete erro grave contra a vida e a sociedade, cuja contumácia da
sua prática é absolutamente prejudicial à humanidade, aspecto este que não foi
sequer levado em consideração pelo governo tupiniquim, no contexto que envolve
os brasileiros executados.
Aliás, os mencionados cidadãos até poderiam merecer
total apoio do Estado brasileiro caso eles tivessem sido condenados
injustamente, caso não evidenciado, obviamente porque eles foram pegos com traficando
quilos de cocaína, quando das suas entradas naquele país, fato este que apenas demonstra
indispensável zelo pela integridade da vida do povo indonésio, contrariamente ao
que fazem os governantes que se esforçam ao máximo para defender
narcotraficantes, sem demonstrarem o indispensável interesse em proteger as
pessoas de bem que são, cotidianamente, prejudicadas pelo malévolo tráfico de
drogas nos seus respetivos países, cujos militantes nesse território ilegal
gozam de imunidade e da maior liberdade para o exercício de suas atividades
“laborais”, para a venda de seus produtos letais.
Em atenção aos princípios da dignidade e da
valorização humanas, urge que as autoridades públicas se conscientizem sobre a
necessidade da prioritária adoção de políticas públicas, com vistas ao efetivo
combate à traficância de drogas e ao crime em geral, de modo que se possa evitar
a incidência de situações constrangedoras envolvendo países amigos, causadas
exatamente em razão da deficiência de medidas capazes de contribuir para a
melhoria das condições de vida da população, que nunca precise recorrer à
criminalidade como meio de profissão. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de maio de 2015