O
ministro da Fazenda sugeriu aos congressistas que as discussões sobre a
recriação da famigerada e perversa Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
(CPMF) ou o “imposto do cheque” sejam levadas às ruas, sob o pretexto que não
está claro o motivo que leva as pessoas a serem contra esse tributo.
O
mais rejeitado e tão criticado ministro da Esplanada dos Ministérios pelos
petistas sugeriu, a propósito de ter sido questionado se o governo ainda conta
com o tributo para o Orçamento de 2016, que "Os jornais poderiam fazer uma enquete. Perguntar assim: o que você não
gosta da CPMF? Você não gosta porque ela é transparente? Você não gosta porque
ela é fácil de recolher? Você não gosta porque ela alcança todo mundo? Ou
porque é mais um imposto?".
Com
relação à última alternativa, o ministro disse que o governo precisa de mais
receitas e que é necessário às pessoas ter realismo. Ele afirmou ainda que a
CPMF "não é tão simpática",
mas que nenhum imposto é.
O
ministro ressaltou que "Ia ser
interessante ouvir o que as pessoas podiam dizer. As pessoas da rua, o
contribuinte, a dona de casa, que talvez até nem saiba exatamente como é que
funciona a CPMF.".
O
ministro sugeriu ainda perguntar às pessoas se elas ainda se lembram de como
funciona a cobrança. "Eu acho que
aqui poucos devem se lembrar."
Em
conclusão, o ministro disse que a CPMF é parte da solução, mas que ela não vai
resolver os problemas do Orçamento. O governo conta com a arrecadação do valor
de R$ 32 bilhões, se a aludida contribuição seja aprovada neste ano, algo em
que nem mesmo ele acredita mais.
O
ministro, nessa participação, demonstra absoluta falta de conhecimento sobre o
entendimento da abominável CPMF, ao ignorar que a população simplesmente a
odeia porque o governo cometeu horrorosos absurdos de desviar o produto dessa
contribuição para toda espécie de despesas, deixando a saúde à míngua, sem uma
gotinha salvadora do dinheiro que, institucionalmente, deveria se destinar com exclusividade
para o saneamento desse câncer nacional, que é o desprezo à saúde dos
brasileiros.
O
ministro poderia aproveitar o ensejo e se basear no entendimento originário da
presidente do país, que, até pouco tempo, era contra a CPMF, porque ela
entendia que os recursos provenientes dessa contribuição foram aplicados em
tudo que o governo quisesse, menos em saúde pública, motivo pelo qual há
verdadeira ojeriza à sua ressurreição, muito mais por falta de competência e
alternativa para saída honrosa para os problemas criados e nutridos pelo
próprio governo, que se encontra na lona e exaurido por falta de capacidade para
reação senão explorando o resto o suor dos brasileiros, que deveriam ter
dignidade para rechaçar mais uma imoralidade e indecência contra seus
interesses.
Não
adianta a realização de enquete para se saber ou aquilatar o óbvio, quanto à
falta de competência administrativa e gerencial do governo, à vista da sua
ineficiência para promover as reformas e reestruturações indispensáveis ao
aperfeiçoamento e à modernização dos mecanismos do Estado, que funciona de
maneira obsoleta e ultrapassada, sem alternativas quanto à qualidade e
eficiência da gestão dos recursos públicos, porquanto a criação de tributo
somente tem o condão de aliviar, de forma paulatina e momentânea, o buraco negro
da arrecadação, uma vez que os graves problemas continuarão existindo, porque a
causa, os malefícios permanecem no âmbito do governo gastador e irresponsável
quanto ao descontrole das contas públicas, que são representadas pelos piores
déficits, justamente pela falta de sensibilidade no sentido da premente
racionalização e sistematização de prioridades nas políticas públicas.
Urge
que o governo, antes de pensar em impor mais pesado sacrifício à sociedade, com
a criação de contribuição para cobrir, apenas em caráter mero remendo emergencial,
rombo das contas púbicas, tenha a sensibilidade de promover profundas e
abrangentes reformas nas estruturas do Estado, com significativa redução das
despesas públicas, drásticas diminuição dos ministérios e das empresas públicas,
corte nos cargos da administração pública, inclusive comissionados, investimentos
na eficiência dos mecanismos das instituições públicas, suspenção de subsídios
populistas, salvo os casos prioritários e indispensáveis, além da extrema
priorização de políticas voltadas para o atendimento das necessidades da
sociedade, com embargo das defesas das causas pessoais e partidárias, com
objetivos de reafirmação do domínio absoluto da classe política e da perenidade
no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de novembro de 2015
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