quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Vergonhosa dupla blindagem


A ex-senadora e ambientalista que se candidatou, no último pleito, à Presidência da República, afirmou que o governo está blindando o presidente da Câmara dos Deputados, como forma de impedir o andamento de processo de impeachment da presidente brasileira.

Ela também disse que acredita que já há provas que lançam luzes à convicção sobre a culpa do peemedebista, mas ressaltou que ainda não vê fatos contra a presidente petista.

O partido da ex-senadora, a Rede Sustentabilidade, é coautor, junto com o PSOL, de representação no Conselho de Ética da Câmara, com pedido de cassação do peemedebista, sob o argumento de que houve quebra de decoro parlamentar, haja vista que o deputado teria mentido em depoimento à CPI da Petrobras, quando disse que não tinha contas no exterior.

Ela disse que "Uma parte da oposição blindava (Cunha) em nome do impeachment e o governo continua blindando em nome do não impeachment. Neste momento, as provas que foram juntadas contra o presidente da Câmara dos Deputados não são fabricadas. Acontecem dentro de um processo que leva os parlamentares a uma convicção, com base naquilo que foi trazido pelas apurações. É isso que deve ser feito com relação à presidente.".

A ambientalista afirmou que é preciso haver provas para possibilitar o impeachment contra a presidente do país, assim como no caso do presidente da Câmara, porque "Não se muda presidente só porque a gente está discordando".

Quanto à situação da presidente do país, a ambientalista perdeu excelente oportunidade para ter ficado calada, por ter afirmado, de forma bisonha e sem base, que não existem provas contra ela a ensejar o seu impeachment, uma vez que a sua defesa da petista não tem a menor consistência, a se considerar que a gestão dela é robusta de atos recheados de equívocos e desastres que levaram o país ao fundo do poço, se é que esse poço tem fundo, diante do gigantesco abismo onde ele, inapelavelmente, se encontra, fruto da incapacidade gerencial e administrativa do governo absolutamente despreparado, desorganizado e ineficiente, por ter permitido que a navio chamado Brasil ficasse à deriva, completamente sem rumo e sem perspectivas.

É lamentável que a ex-senadora não perceba o rombo das contas públicas, causado pela leviana e irresponsável gastança do governo, tendo por objetivo a reeleição da presidente petista, que teria cometido o crime de responsabilidade fiscal, à vista das práticas abusivas das “pedaladas fiscais”, que ajudaram o Tribunal de Contas da União a reprovar as contas do governo, referentes ao exercício de 2014.

Como se sabe, as famigeradas “pedaladas fiscais” consistem na maquiagem dos resultados da execução do Orçamento da União, com a revelação absolutamente distorcida de que os gastos públicos estariam em conformidade com a normalidade, quando, na verdade, o rombo das contas ficava simulado pelo pagamento do que poderia ser considerado déficit por bancos oficiais, que assumiam as dívidas do governo e este se passava, de forma visivelmente indevida, como em dia com o resultado econômico-financeiro.

Seria conveniente que a ambientalista se conscientizasse de que apenas o estouro das contas públicas, na forma como praticado pelo governo, já é mais do que suficiente para a caracterização de provas capazes de ensejar o impeachment da petista, uma vez que ela deixou de observar normas de administração orçamentária e financeira, previstas na Carta Magna e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias e de Responsabilidade Fiscal, ficando claro que ela descumpriu o compromisso prestado por ocasião de seu juramento de posse de cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal e as leis do país.

Também há outro fato de suma importância a ser considerado no quesito que implica o afastamento da presidente do país, que diz respeito à condução imprudente e destruidora da economia por ela, que foi capaz de empurrar o país para a pior recessão da história contemporânea do país, graças à enorme incapacidade administrativa do governo, cuja consequência maléfica ao país e aos brasileiros é simplesmente de dimensão incomensurável e de difícil recuperação, ante o seu inevitável reflexo no desemprego, na redução da renda do trabalhador, na inflação, no aumento dos juros e das dívidas públicas, no rombo das contas públicas, na diminuição da arrecadação, na desindustrialização, na retirada do país do capital estrangeiro, na inexistência de investimentos público e privado, entre tantas dificuldades que somente contribuem para o subdesenvolvimento da nação e a agudeza das crises econômica, política e administrativa, principalmente porque o governo só tem alternativa para o aumento da carga tributária, como forma de aliviar o déficit das contas públicas, evidentemente sem nenhum esboço para o corte de despesas.

É evidente que a ambientalista não pretende enxergar a realidade sobre administração do país, notadamente no que se refere aos fatos prejudiciais ao interesse público, conforme acima referenciados, que são mais do que suficientes para aconselhar o afastamento da presidente brasileira do cargo, porque a sua continuidade constitui seríssimo perigo para o futuro da nação, à vista da demonstração de incapacidade administrativa e falta de perspectivas, considerando ainda que o pacote de ajuste fiscal lançado pelo governo não passa de mera medida paliativa, que tem como objetivo tão somente a tentativa de sanar o rombo das contas públicas.

Convém que a ex-senadora e ambientalista se conscientize, com urgência, de que a enorme desaprovação sobre o desempenho da presidente da República, por mais de 70% dos brasileiros, em clara demonstração da sua insatisfação com os péssimos serviços públicos prestados pelo governo, fruto da incompetência e da incapacidade gerencial e administrativa, que estão causando enormes danos aos interesses do país e da população, é robustamente suficiente para justificar o impeachment da presidente do país, salvo entendimentos de pessoas que ainda resistem à melhor compreensão sobre a realidade da atual administração extremamente deletéria e prejudicial aos interesses da nação. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de novembro de 2015

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