segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A paz é possível?


Mais uma vez, a França foi tomada pela extrema bestialidade do terrorismo, cuja violência encerrou a vida de 129 pessoas inocentes, deixando mais de 300 gravemente feridos, depois de sucessão de ataques considerados o maior da história da Europa, desde as explosões que mataram 191 pessoas na estação de trem madrilenha de Atocha, em 11 de março de 2004.
A violência tomou conta da cidade parisiense, disseminando o terror por meio de um conjunto de explosões de bombas e de tiros de metralhadoras e fuzis, em verdadeiro massacre que visava à exclusiva vingança do nada contra pobres inocentes, que foram imolados pelo islamismo radical, que se acha dono da verdade suprema e tenta disseminá-la por meio da truculência e do terror.
Por meio de comunicado, logo após os ataques, o Estado Islâmico reivindicou a sua autoria e afirma ter “tomado como alvo a capital das abominações e da perversão, aquela que carrega o estandarte da cruz na Europa, Paris. A França e aqueles que seguem sua via devem saber que continuam os principais alvos do Estado Islâmico e continuarão a sentir o odor da morte por ter assumido a liderança da cruzada (…). Este ataque é apenas o início da tempestade e um alerta para aqueles que quiserem meditar e extrair lições”.
Os termos da horrorosa mensagem, infelizmente, se tornaram realidade no centro de Paris, deixando o rastro de destruição de importantes vidas humanas e de enorme esteira de ferimentos em pessoas e a imagem da tragédia e da violência que precisa ser esquecida com urgência, ante a marca da degradação de parte podre do ser humano, que age com total irracionalidade e incivilidade.
A mensagem do comunicado deixa antever a clara frustração por parte daqueles que têm visão distorcida sobre o que seja o real estado de plena felicidade, quando se vive em harmonia com os verdadeiros sentimentos de liberdade e de amor às belezas da vida.  
É totalmente descabido e injustificável que as pessoas inocentes possam ser alvo da violência protagonizada pela parte doentia do islamismo, como se elas fossem inimigas do verdadeiro islã, que tem por fundamento princípios edificantes, e tivessem ativa participação em movimento contrário à sua existência, fato que demonstra a insanidade daqueles que atingem com truculência pessoas ao acaso, justamente em situações de divertimento e do pleno usufruto das maravilhas da vida.
É evidente que esse atentado em Paris foi mais um ato repugnante e monstruoso de ódio contra a sociedade, com a deliberada intenção de desestabilizar a base da humanidade, ameaçada duramente pelo Estado Islâmico, que nomeou a capital francesa como o centro do terrorismo e ameaçou que ela vai continuar a sentir, na promessa estampada no último comunicado desse grupo, o odor da morte, porque a barbárie em comento foi apenas o início da tempestade e serve de alerta àqueles que quiserem meditar e extrair os ensinamentos da tragédia.
O momento atual é mais do que convidativo para a formação de sentimentos de solidariedade aos franceses, que foram impiedosamente massacrados pelo instinto da maldade e da crueldade, em demonstração de união de pensamentos positivos no sentido da constituição de movimentos contra o ódio e o desamor e também em defesa da vida e do fortalecimento dos princípios humanitários, que não podem ficar reféns de desatinados terroristas.
Tem sido justamente nos momentos de grandes dificuldades que são encontradas inspirações para a solução dos graves problemas mundiais e certamente os governantes das grandes potências hão de se empenhar na busca do melhor caminho para combater esse terrível inimigo da sociedade, que age em dissonância com os melhores sentimentos de humanidade.
É lamentável que, em pleno avanço da humanidade, que foi capaz de conquistar novos conhecimentos e horizontes em benefício do ser humano, ainda existam segmentos sociais com mentalidade tão retrógrada a ponto de cometer inexplicável barbárie contra seus semelhantes, exatamente quando eles comemoravam a vida, em harmonia com os princípios da alegria e felicidade.
A humanidade fica bastante entristecida quando os bárbaros, irracionais e tresloucados, sem a mínima plausibilidade, comentem insana monstruosidade contra seus semelhantes, em nome de ideologia que não se coaduna com os princípios humanitários de união, aceitação, fraternidade e amor, que têm por finalidade a construção do mundo evoluído, sem violência e sem ódio.
Importa se perceber, pelas veementes manifestações populares, e isso é muito importante, nessa contextualização de violência, que há verdadeira conscientização de que o monstruoso ataque ocorrido em Paris atingiu maciçamente o coração da humanidade, que tem a responsabilidade de se unir e de lutar contra a intolerância e o ódio, porque isso representa a antítese dos princípios de liberdade e dos valores intrínsecos da vida, que precisam ser defendidos mesmo que sob sacrifícios.
O mundo civilizado tem obrigação de se esforçar para mudar a forma desumana de ideologia deformada e prejudicial à sobrevivência da humanidade, que precisa cada vez mais de compreensão, união e amor, não permitindo que o radicalismo se expanda e se agigante, a ponto de dominar as nações, caso elas se fragilizem e se omitam quanto à sua responsabilidade de defender a sua integridade e principalmente os princípios humanitários. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de novembro de 2015

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