O
presidente da Venezuela afirmou que respeitará os resultados das próximas eleições
legislativas, "ganhe quem ganhar",
no momento em que as pesquisas mostram como certa a vitória da oposição, que
poderá ser a primeira em 16 anos de governo "chavista".
O
mandatário bolivariano disse, na presença de governadores e líderes da
oposição, que "Os resultados que
emanarem da soberania popular (...) para mim serão a palavra santa, ganhe quem
ganhar...".
O
ditador venezuelano acrescentou que "todos"
devem respeitar os resultados, já que o sistema eleitoral venezuelano "é o mais perfeito, protegido e transparente
que se conhece".
O
presidente, reconhecendo a vantagem eleitoral da oposição, reafirmou apelo aos
próximos deputados para "diálogo
nacional" após as eleições, incluindo os representantes da Mesa da
Unidade Democrática (MUD), que reúne os partidos da oposição.
Em
tom de inusitada distensão política, o tirano disse que pretende conhecer o
pensamento ideológico dos futuros parlamentares, ao afirma que "Estou lhes estendendo a mão, quero
conhecê-los, saber das suas propostas e pedir a colaboração constitucional para
que possamos trabalhar. A vida democrática do país, a paz do país vale mais que
qualquer coisa, que qualquer ambição pessoal, individual", dando a
entender que a ala vitoriosa da Venezuela vai cair nessa cilada, de entregar
seus planos para seu pior inimigo.
Ao
contrário, conhecedor das artimanhas políticas do bolivariano-mor, o
secretário-executivo da MUD declinou da oferta de diálogo, enquanto governador
do estado de Miranda, principal opositor ao regime socialista, permaneceu em
silêncio, talvez para estudar melhor a atitude maquiavélica do ditador, por ser
caso a pensar que ele se digne a mostrar disposição para diálogo somente diante
da vitória da oposição que se aproxima, que até então tem sido tratada com os
piores dos ferrões antidemocráticos, inclusive sob acusações de promover
sabotagem ao governo do país, para desestabilizar as suas estruturas.
Segundo
as pesquisas, a MUD, que agrega 30 partidos de várias tendências, lidera as
pesquisas para os cargos do Legislativo, em claro reforço ao nítido e crescente
descontentamento da população diante da terrível crise econômica e da
insegurança no país, que se encontra destroçado graças às políticas socialistas
impostas ao povo venezuelano, que vem perdendo o elã com a tragédia que se
abateu, em especial, na economia, com incontrolável inflação anual
ultrapassando os três dígitos, fragilizada pela descomunal escassez de produtos
de primeira necessidade, inclusive pelo desabastecimento de medicamentos,
provocando o caos generalizado, que o governo, a exemplo do que também ocorre
no país tupiniquim, atribui a culpa do seu fracasso às ações promovidas pela
oposição, que paga o pato pelos erros de governo que conseguiu quebrar o país que
possuía enorme potencial petrolífero, mas se encontra arrasado economicamente.
O
presidente venezuelano descartou que a possibilidade de a oposição poder
conquistar a maioria na Assembleia Nacional, tendo advertido que, se isso vier
a ocorrer, "a revolução jamais se
entregará", dando a entender que ela, mesmo tendo destroçado o país
com suas políticas trogloditas de retrocesso, conforme mostram os
acontecimentos, principalmente pelo desabastecimento de gêneros de primeira
necessidade.
Em
conclusão, o presidente bolivariano admite que estas eleições serão as "mais difíceis" para o "chavismo", diante da ausência do
seu padrinho político e do que é chamada de "guerra econômica" promovida pela oposição, uma vez que ele não
admite que o debacle do país foi construído pela incompetência da sua gestão,
que tem sido indiscutivelmente exemplo verdadeira tragédia.
Na
verdade, a sinceridade, ao contrário, chega a explodir no governo venezuelano,
quando sequer ele vem permitindo a presença de observadores nas eleições
daquele país, como aconteceu com a representação brasileira, que desistiu de
permanecer lá, diante das restrições impostas pela ditadura bolivariana, não
permitindo o livre exercício sobre a avaliação dos verdadeiros princípios democráticos.
Como se acreditar nas palavras de tirano que nega o
livre exercício das mínimas atividades democráticas, que são a simples
observância dos atos de campanha eleitoral, como forma de se verificar a
regularidade dos processos eleitorais, considerados normalíssimos nos país com
o mínimo de civilidade?
À vista dos acontecimentos protagonizados pela
truculência do regime bolivariano, fica bastante difícil se acreditar em
eleições livres, com o devido respeito aos adversários e ao resultado das urnas,
quando, naquele país, somente são priorizados os interesses da revolução, como
meio e fim da nação.
Por seu turno, não passa de pura balela a afirmação
do tirano de que o sistema eleitoral venezuelano "é o mais perfeito, protegido e transparente que se conhece”, quando
se sabe que se trata da utilização de urnas eletrônicas nos moldes do sistema
adotado nas terras tupiniquins, que não inspiram o mínimo de segurança e
confiabilidade, à luz dos infindáveis questionamentos e dúvidas suscitadas
sobre o funcionamento desse sistema, considerado perfeito “Caixa Preta“,
totalmente manipulável por seus gerenciadores.
Os
brasileiros precisam se conscientizar sobre os métodos truculentos e
retrógrados adotados pelo governo bolivariano da Venezuela, cujos fatos mostram,
com absoluta transparência, a indiscutível degeneração do ser humano, imposta
de forma ditatorial ao povo daquele país, com destaque para a completa
destruição dos consagrados princípios democráticos e dos direitos humanos, que
foram relegados a planos secundários em nome do ultrapassadíssimo regime
socialista, que privilegia a classe política dominante e arrasa por baixo a
população, que perde o que são mais sagrados existentes na vida, que é a liberdade
individual, de pensamento e de expressão, cujo processo de incivilidade
contribui para os monstruosos atrasos social, político, econômico e
democrático. Acorda, Brasil
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de novembro de 2015
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