Diante
das circunstâncias, depois que a situação se tornou incontrolável, os deputados
do círculo da proximidade do presidente da Câmara dos Deputados vêm conversando
e se articulando sobre a melhor maneira de convencer o peemedebista a arranjar,
para o bem de todos, “saída alternativa” e até honrosa, para evitar a cassação
do seu mandato no Conselho de Ética.
Os
aliados do peemedebista se manifestaram favoráveis que ele renuncie à presidência
da Casa, como tentativa para preservar seu mandato e se defender no citado
conselho “apenas como mais um deputado”,
à vista da existência de dezenas de outros também investigados no esquema de
corrupção da Petrobras e que ainda nem foram denunciados.
A
insistência dos amigos coincide com o momento delicado em que o peemedebista
perdeu o benefício da dúvida, depois de ele ter apresentado defesa capenga e
sem a menor consistência, ensejando a alternativa de afastamento como a maior força,
principalmente porque também cresceu, de forma assustadora, o incômodo entre os
que se acham desgastados e intimidados com o apoio a quem não conseguiu, mesmo
que minimamente, refutar as acusações de ter se beneficiado de esquema de
corrupção, que é completamente incompatível com a relevância do cargo da Presidência
da Câmara.
Alguns
deputados entendem que, se o pemedebista se afastar da direção da Câmara, ele irá
para a “vala comum” e se junta a
outros parlamentares que estão na mesma situação, fato que poderá facilitar
acordo de preservação do mandato, que seria importante para ele, para assegurar
a manutenção do foro privilegiado, que, se perdido, tanto ele como a sua mulher
e a sua filha correm o risco de ser julgados pela Justiça Federal, em Curitiba,
cujo juiz tem mostrado implacável contra os atos de corrupção.
Em
uma análise fria, pode-se concluir facilmente que situação do peemedebista é
delicada e se complica cada dia, havendo os menos otimistas que entendem que a
renúncia à Presidência da Câmara não é garantia de que haverá a segura salvação
dele no Conselho de Ética.
O
certo é que o desgaste que o presidente da Câmara vem contabilizando, principalmente
diante da opinião pública, que não perdoa corrupção com dinheiro público, ganhou
enorme dimensão e, por via de consequência, o apoio dos amigos vem ficando cada
vez mais rarefeito e escasso, mas parece que ele prefere insistir em se manter
na briga e continuar à frente daquela Casa, como se ele realmente estivesse
ainda em condições de conduzir manobras perigosas, como tem sido o seu feitio,
de quem já foi muito forte e poderoso.
Também
é certo que o processo para se apurar a quebra do decoro parlamentar deverá seguir
normalmente e as pressões e cobranças da sociedade estão contribuindo para que
os amigos do peemedebista se conscientizem sobre a adoção de medidas que sejam
melhores para o interesse do país.
Com certeza, se o
Brasil fosse um país mesmo com pouca seriedade, qualquer caso considerado
irregular, envolvendo corrupção com dinheiro público, seria imediatamente
enquadrado na forma da lei e o envolvido tratado como criminoso, até se provar
em contrário.
Em se tratando de
ocupante de cargo público eletivo, ele já teria sido afastado do cargo imediata
e automaticamente à revelação do fato delituoso, a exemplo do que acontece com
o presidente da Câmara dos Deputados, que já deveria ter sido afastado, há
muito temo desse cargo, cujas provas o incriminam, por não deixarem a menor
dúvida de que os crimes por ele praticados já seriam mais do que suficientes
para que ele já não tivesse sido somente afastado do relevante cargo, como
também julgado e condenado por tantos malefícios causados à sociedade.
É lamentável que
ele ainda esteja sendo acobertado e protegido por parlamentares considerados
"representantes" logo do povo, que termina sendo indiretamente
cúmplice com as graves irregularidades praticadas pelo peemedebista, que fica
usando o cargo para driblar as leis e as autoridades do país, em indevido uso
da máquina pública, por se beneficiar do tráfico de influência.
O país constituído
por estrutura podre como o Congresso Nacional, conforme mostram os fatos em
comento, em que integrante de importante poder da República insiste em
permanecer no cargo para se livrar da perda do mandato, da prisão e da
reparação pelos crimes praticados, realmente não merece a mínima credibilidade,
que ainda tem a presidente da República suspeita de ter cometido crime de
responsabilidade fiscal, à vista das práticas de pedaladas fiscais, que
consistem na maquiagem dos resultados das contas públicas, ou seja, gastança
muito além do dinheiro em caixa, com infringência das normas de administração
orçamentária e financeira, em contrariedade, em consequência, aos limites
previstos nas Leis de Responsabilidade Fiscal e de Diretrizes Orçamentárias,
tudo isso mostrando o verdadeiro caos na administração do país.
Os brasileiros
precisam se conscientizar sobre a premência de reflexão acerca dos rumos
desastrosos para os quais o país está sendo conduzido e exigir que os homens
públicos tenham o máximo de sensibilidade quanto à necessidade da
governabilidade da nação com extrema responsabilidade, competência e
eficiência, sobretudo, em estrita observância dos salutares princípios da
ética, moral, legalidade, transparência e dignidade, que devem imperar na
administração pública séria e voltada exclusivamente para a satisfação das
necessidades públicas e do bem comum, com embargo dos conchavos e das
maracutaias que se sucedem às claras, normalmente visando ao atendimento de
intesses pessoais e partidários, em evidente detrimento das causas nacionais.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR
FERNANDES
Brasília, em 24 de novembro de 2015
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