O PMDB se reúne, em congresso promovido por uma
fundação a ele vinculada, para discutir propostas de superação da crise
econômica e alternativas às políticas do governo petista, que tem a sua participação
como principal sócio, por ocupar sete ministérios e a Vice-Presidência do país.
O presidente da fundação disse que “As pessoas estavam com medo de que o
congresso (do partido) fosse para
afirmar posição contrária ao governo. Não estamos nessa. Não podemos ser
cúmplices de uma crise tão profunda que atormenta a sociedade brasileira. Não aceitamos a camisa de força que querem
nos impor de transformar o ano de 2015 inexistente na vida do país”.
Embora reforce o entendimento de que o caráter do
congresso é apresentar propostas ao país e não discutir a aliança com o PT, ele
reconhece que, “em algum momento, vai se
discutir isso”.
Na verdade, a expectativa inicial era que o encontro
fosse um congresso deliberativo em que pudessem ser decididas questões como o
desembarque do governo federal, pretendidos por muitos peemedebistas.
Há ala da legenda que defende o fim da aliança com o
PT, mas esse assunto ficou fora da pauta oficial. Não obstante, é certo que não
faltou ataques aos petistas, principalmente no discurso de um deputado do
PMDB-RS, que afirmou que a aliança com o PT é "um problema", tendo defendido abertamente o impeachment da
presidente da República. Ele propôs que o estatuto partidário pregue a adoção
de um sistema parlamentarista.
O parlamentar gaúcho disse que "Essa aliança está sendo um problema. Vocês
querem continuar juntos? Vocês querem esse modelo baseado em consumo interno?
Querem aliança com países bolivarianos? Não acredito. Estamos à beira de uma
depressão, Se não houver essa mudança
em três, quatro, cinco meses, só vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com
o sistema que lá está no Palácio do Planalto? A solução agora para a crise é o
afastamento da presidente Dilma por impeachment.".
O líder do PMDB no Senado Federal disse que "O momento do país é extremamente delicado.
Houve uma opção de não fazer um movimento de poder decisório, porque a fundação
é de estudo técnico e proposições. Ela não tem poder deliberativo. O nosso raciocínio partidário é que esse não
seria o momento adequado do anúncio de uma ruptura. Ninguém sabe, com essa
crise toda, de que forma isso tudo evoluiria dentro do congresso. Se evoluiu,
então, para essa coisa da fundação. É uma situação delicada, com o governo em
baixa".
Um deputado federal pode ter sintetizado o verdadeiro
sentimento oportunista do partido, ao afirmar que o “espírito da base era transformar” a relação com o PT, mas, após a
reforma ministerial, que ampliou o espaço do PMDB para o comando de sete
pastas, a situação mudou.
Já outro parlamentar disse que "Como deputado que quer o rompimento com o
PT, eu queria que fosse um congresso com a ruptura. Era um congresso e ficou
uma convenção. Mas foi uma atitude de cautela para não colocar mais querosene".
Com a cara do oportunismo próprio do partido, um
senador, que tem um irmão muito bem empregado como conselheiro da Itaipu Binacional,
criticou as mudanças defendidas pela fundação e defendeu a aliança do PMDB com
o PT e o governo, demonstrando, sem o menor pudor, sua total cumplicidade com o
desastre administrativo e a destruição do país, mesmo por que não poderia ser
diferente.
Diante da aliança com o governo petista, não há dúvida
de que o PMDB, mais cedo ou mais tarde, há de colher fruto bastante amargo,
porque a sua cumplicidade nas travessuras e ruindades na gestão dos recursos e
das políticas públicos é patente e indissociável, inclusive quanto aos atos
maléficos da corrupção e do desgoverno, porque eles se confundem, não
importando quando seja o seu afastamento da aliança tão questionada, por ter
tido o respaldo do fisiologismo e do oportunismo como marcas indeléveis da
pobreza da administração do país, que tanto desagrada os brasileiros, que já sentenciaram
que a presidente do país tem o pior desempenho de todos os tempos, ficando a
sua a imagem completamente comprometida pelo desastre das políticas públicas.
Na realidade, o PMDB se reúne
simplesmente para reafirmar a sua índole de partido oportunista, no dizer de um
peemedebista de que a concessão dos ministérios aplaca a fúria da agremiação em
direção ao rompimento da aliança com o PT, dando a entender perfeitamente a
parte antiética do fisiologismo ideológico, que não pode abri mão das benesses
do poder, que disponibiliza nomeações de milhares de apaniguados e facilita o
tráfico de influência para a resolução dos interesses pessoais e partidários.
Os fatos mostram à saciedade a
imoralidade da aliança por pura conveniência política, sendo que apenas alguns
parlamentares, muito pouco mesmo, atrevem-se a contrariar o pensamento que
sempre prevaleceu e se adensou nas entranhas da agremiação de participar da
administração do país para se beneficiar das facilidades do poder.
A gigantesca dificuldade do
PMDB é como subsistir sem ministérios. Com certeza, esse terrível vácuo de
poder deve atormentar profundamente quem não tem experiência fora do governo. O
que fazer com o batalhão de desempregados, ávidos por cargos públicos mantidos
sem o menor esforço e sem necessidade de qualificação?
O oportunismo e o fisiologismo
são a garantia e a segurança do governo de que o maior partido da aliança
jamais cometerá suicídio político, mesmo que a desgraça seja a fiel companheira
de governo sem rumo nem perspectiva.
Os brasileiros precisam se
conscientizar sobre os malefícios causados ao país e povo pela forma
oportunista e antipatriótica como partidos políticos formam aliança de governabilidade,
tendo como finalidade o exclusivo usufruto de vantagens propiciadas pela farta
distribuição de cargos públicos e possiblidade do aproveitamento do tráfico de
influência para o saneamento de situações pessoais e partidárias, em claro
detrimento do interesse público, que fica prejudicado diante da precariedade
dos serviços públicos, notadamente da sua péssima qualidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de novembro de
2015
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