sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Estranha e indevida intromissão


O Ibope Inteligência acaba de realizar pesquisa inédita, entre 2.002 pessoas, para medir a opinião da população sobre a influência do ex-presidente da República petista no governo da sua sucessora.
De acordo com a opinião de 62% dos entrevistados, o antecessor da presidente tem influência sobre as decisões dela, contra apenas 28% deles, que consideram que o petista não tem essa ascendência.
Por sua vez, da totalidade entrevistada, 53% entendem que a influência do ex-presidente é negativa, enquanto apenas 33% consideram positiva a participação dele nas decisões governamentais.
A rejeição à influência do ex-presidente aparece em todos os estratos da pesquisa, menos nas classes sociais que declaram receber até um salário mínimo e nos entrevistados do Nordeste.
Nas classes sociais de mais baixa renda, 48% aprovam a ascendência do ex-presidente sobre a sucessora dele, contra apenas 39% que condenam tal situação.
No Nordeste, 45% veem como positiva a força do ex-presidente no governo, enquanto 41% a desaprovam.
A rejeição à interferência dele no governo aparece mesmo entre a população de escolaridade baixa, em regiões antes petistas, como o Norte do país, e é praticamente uniforme entre homens e mulheres e faixas etárias.
Em princípio, a influência do ex-presidente sobre a sua sucessora demonstra a ascendência dele sobre ela e, principalmente, a incapacidade dela de resolver as questões nacionais por iniciativa própria, não importando a sua gravidade, porque ele não arreda pé dos Palácios de Brasília, sempre dando a sua opinião, a exemplo da última reforma ministerial, que teve efetiva e decisiva participação dele, inclusive no que diz respeito à substituição do titular da Casa Civil, que foi emplacado o nome da confiança dele, como se as políticas do país fossem realmente decididas sob a sua vontade, em clara demonstração da incompetência presidencial.
Em um país com um pouco de seriedade e de evolução democrática, não fica bem para o presidente ser orientado, de forma sistemática, logo por quem não foi eleito e não tem delegação do povo para fazer esse papel, porque isso demonstra completas insegurança e fragilidade gerenciais de quem deveria realmente governar a nação com plena autonomia e competência, assumindo a responsabilidade por seus atos, não sendo, em hipótese alguma, normal a intromissão de pessoas estranhas na condução dos interesses nacionais, conforme, nesse sentido, entende, de forma expressiva, a maioria dos brasileiros, que reprova a ascendência do petista sobre a sua sucessora.
          Convém que os brasileiros se conscientizem de que o presidente da República precisa ser estadista com atributos e sensibilidades capazes de perceber que os interesses públicos não podem ficar à mercê da orientação de estranhos à administração do país, sob pena de submetê-lo à degradação e ao caos, como vem ocorrendo na atualidade, em que a mandatária brasileira demonstra completa incapacidade para agir por conta própria e sempre recorre ao seu guru para obter o respaldo às suas insuficiências administrativas e gerenciais, em evidentes prejuízos aos interesses do país e dos brasileiros. Acorda, Brasil!         
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de novembro de 2015

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