Segundo reportagem da revista Época, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão
de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, teria detectado movimentações
financeiras atípicas, quando da análise de transações bancárias do
ex-presidente da República petista e de três ex-ministros do PT.
Conforme a notícia, os petistas movimentaram aproximadamente
R$ 300 milhões nos últimos anos, sem que houvesse justificativa para a entrada
do dinheiro.
As informações sobre as aludidas movimentações estão
em poder da Comissão Parlamentar de Inquérito do BNDES, em curso na Câmara dos
Deputados, que investiga irregularidades em contratos celebrados pelo banco, no
período de 2003 e 2015, principalmente para se verificar se membros do PT
receberam recursos desviados desses contratos, que concediam empréstimos
subsidiados a grupos econômicos.
De acordo com os documentos, o ex-presidente teria
movimentado a cifra de R$ 52,3 milhões, entre abril de 2011 e maio de 2015,
sendo que chamou a atenção da Coaf a aquisição, pelo ex-presidente, de um
título de previdência privada, no valor de R$ 1 milhão, além de a empresa de
palestras do ex-presidente ter recebido o valor de R$ 27 milhões e transferido
a quantia de R$ 25,3 milhões.
Segundo o documento divulgado, há indícios de
irregularidades como transações financeiras incompatíveis, saques em espécie e
incapacidade de comprovação da origem legal dos recursos.
A reportagem ressalta que as informações em causa
vão servir de subsídio às investigações da Receita Federal, da Polícia Federal
e do Ministério Público, objetos das Operações Lava-Jato, sobre desvios nos
contratos da Petrobrás, Acrônimo, relacionada às suspeitas de lavagem de dinheiro
e corrupção no BNDES, e Zelotes, que apura fraudes em decisões do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O Instituto que tem o nome do ex-presidente disse
que a revista “criminaliza os fatos”
e que os dados foram “vazados
criminosamente. Não há nada de ilegal
na movimentação financeira do ex-presidente. Os recursos são oriundos de
atividades profissionais, legais e legitimas de quem não ocupa nenhum cargo
público.”.
Alguns integrantes da CPI do BNDES classificaram
como "estarrecedora" a
informação publicada pela revista Época.
Há suspeita de integrantes da referida CPI que o
ex-presidente e os ex-ministros teriam usado o BNDES para beneficiar grupos
econômicos, mediante financiamentos subsidiados, justificando, segundo eles, a
convocação dessas autoridades e a quebra dos sigilos fiscal e telefônicos
deles.
Já o presidente nacional do PPS considerou o
conteúdo do relatório em tela como “grave”,
tendo dito que “Esta é uma situação
inconcebível, pois se trata de mais uma denúncia que se acumula sobre o governo
de Lula".
Convém
que a CPI, ao ensejo das suspeitas de operações atípicas, ou seja, ilegais,
promova verdadeiro pente fino na movimentação financeira dos homens públicos que
podem ter enriquecido da noite para o dia, sempre alegando motivos não muito
convincentes, à vista de suas relações sempre carregadas de questionamento com
empresários inescrupulosos.
É
estranho que o ex-presidente não tenha acusado a oposição nem o governo
anterior ao seu para tamanha maldade pela publicação de notícia tão reveladora
e estarrecedora, ou seja, desta vez, a oposição não vai levar a culpa porque é
a Coaf, órgão do governo, que forneceu as informações que têm a força da verdade
e são incontestáveis, mostrando a movimentação financeira milionária de fazer
inveja aos coitados miseráveis que tanto o ex-presidente defende e faz questão
de se misturar entre eles, em evidente demonstração de pura demagogia e
hipocrisia, uma vez que os fatos mostram que ele se diz defensor dos pobres
para se beneficiar com faturamento de milhões de reais.
Os
fatos revelados nos últimos dias mostram, com toda riqueza de detalhes, que o
povo tem o governo que merece, porque nunca se viu personificado num homem
público tanta imagem de contraste e de contradição do seu pensamento como
político, que se mostra o mais puro do mundo, o mais perfeito, o mais
competente, que chegou a ser endeusado e nessa condição ainda permanece para
muitos fanáticos, enquanto a sua vida privada se mostra o homem milionário, sob
suspeita da origem dos recursos; amigo de muitos empresários envolvidos em
corrupções, sendo que alguns se encontram presos; pai de filhos suspeitos de
recebimento de propinas, conforme depoimentos de delatores; que foi capaz de
fazer lobby para conseguir financiamento para obras no exterior, em benefício
de construtora, de quem recebeu milhões de reais por palestras, apesar da
escassez de recursos no Brasil, conforme inquérito em curso no Ministério
Público Federal; entre outros casos bastante nefastos para os interesses
nacionais.
A
sociedade precisa se conscientizar sobre a necessidade de sopesar a
personalidade e a índole dos homens públicos, não permitindo que aqueles que,
comprovadamente, se aproveitam da administração pública para se beneficiar
economicamente continuem enganando as pessoas de boa vontade e honradas, porque
estas têm a sensibilidade de compreender o real sentido da dignidade que os
homens públicos devem honrar a representatividade delegada pelo povo. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de novembro de 2015
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