Já
visando à batalha da disputa ao Palácio do Planalto, no próximo ano, o
ex-presidente da República petista lidera grupos de economistas e políticos
para a construção do novo discurso que pretende implantar a partir das viagens país
afora.
O
político entende que há necessidade de discurso com nova roupagem, em
consonância com o que ele vem denominando de "uma nova plataforma", com o objetivo de fazer a retomada do
crescimento do país e da redução das desigualdades, já descartando a velha e
inútil xaropada do "golpe",
que se esgotou e não levou a absolutamente nada, senão ao desgaste do partido,
porque os brasileiros conscientizados sabem perfeitamente o que seja realmente
golpe.
O
ex-presidente tem como principal lema de campanha a defesa do que chama de “o legado do PT”, na certeza de que se
trata de discurso que precisa ser resgatado, haja vista que há forte evidência que
"muito deste legado está se
desfazendo" pelo atual governo.
Ele
defende também forma de comparação entre os governos petistas e o atual, no que
tange à geração de empregos, além de outros temas que precisam ser discutidos
com os economistas simpatizantes ou filiados ao partido, que estão trabalhando
na nova plataforma de campanha dele.
Em
concomitância com o discurso para as ruas, que vem sendo alinhavado com a ajuda
de colaboradores, o ex-presidente também constrói o discurso interno para o
Congresso Nacional do PT, que será realizado em junho, quando o seu nome deverá
ser vitorioso para dirigir o partido, embora ainda há alguma resistência
interna, que certamente será afastada até o encontro do partido.
A
ambição do PT vai além da candidatura à presidência da República, por pretender
se estruturar para apresentar forte chapa com candidatos a deputado federal,
uma vez que o tamanho da bancada federal tem o condão de pesar na definição do
tempo de televisão de cada partido e da divisão dos recursos do fundo
partidário.
À
toda evidência, não se esgotou somente o discurso do "golpe", porque, junto
com ele, também se esgotaram as magias do partido e de seus líderes, quase
todos envolvidos em suspeitas da prática de corrupção, que é crime considerado
hedionda contra a administração pública e os políticos que estão respondendo
como réus na Justiça não podem sequer cogitar em se candidatar, porque o
exercício de cargo público eletivo exige que o seu ocupante comprove conduta
ilibada e desvinculação com qualquer causa na Justiça, como forma de mostrar
plenas condições de representar com dignidade os interesses dos brasileiros.
É
inacreditável como a ideologia impregnada no partido que congrega homens
públicos que foram capazes de destruir a dignidade do Brasil, à vista de
múltiplos escândalos, com destaque para o mensalão e o petrolão, não consegue o
mínimo de lucidez para se perceber que os brasileiros imploram por mudanças,
por revolução nos quadros políticos, com o advento de novas mentalidades
políticas incorporadas em nova geração de homens públicos, com capacidade
suficiente para compreender que as atividades político-administrativas se
encerram exclusivamente na satisfação dos interesses públicos, obviamente com
embargo às práticas que defendem o pleno domínio das classes política e social
e a perenidade no poder, como já foram amplamente demonstradas e defendidas
pelo partido que pensa em reformulação de sua plataforma de governo, como se os
brasileiros não tivessem o mínimo de sensibilidade e sensatez para entender o
que seja golpe de verdade e de gestão temerária.
Em
um país sério e evoluído quanto à sua responsabilidade cívica, que exige,
sobretudo, o cumprimento dos princípios da dignidade, legalidade, honestidade e
moralidade, entre outros que confirmem conduta insuspeita de cidadania, certamente
não chancelaria a candidatura de alguém sendo réu e respondendo a vários
processos na Justiça, além de ainda ser suspeito de outras práticas de
irregularidades em fase de investigação, antes que todas as denúncias sejam
devidamente justificadas e o seu nome liberado para a prática das atividades
político-administrativas, evidentemente plenamente desvinculado de qualquer
suspeita sobre atos contrários à moralidade e à dignidade administrativas.
Diante
dos resultados das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato e da
desastrada gestão temerária, que foram capazes de causar enormes rombos nas
contas públicas, conduzir o país à grave recessão econômica e contribuir para
turbinar o desemprego, os brasileiros precisam se conscientizar sobre a
necessidade de urgentes aperfeiçoamento e reformulação das estruturas político-administrativas,
não aceitando mais que partidos e homens públicos defendam ideologias
comprovadamente contrárias aos interesses nacionais e da população, porque o
país precisa, sem perda de tempo, de estadistas com mentalidades sadias e
futuristas, completamente imunes às oligarquias, ao fisiologismo e ao
retrocesso político, com vista à retomada do desenvolvimento socioeconômico. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 26 de fevereiro de 2017
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