domingo, 26 de fevereiro de 2017

Basta ao retrocesso político

Já visando à batalha da disputa ao Palácio do Planalto, no próximo ano, o ex-presidente da República petista lidera grupos de economistas e políticos para a construção do novo discurso que pretende implantar a partir das viagens país afora.
O político entende que há necessidade de discurso com nova roupagem, em consonância com o que ele vem denominando de "uma nova plataforma", com o objetivo de fazer a retomada do crescimento do país e da redução das desigualdades, já descartando a velha e inútil xaropada do "golpe", que se esgotou e não levou a absolutamente nada, senão ao desgaste do partido, porque os brasileiros conscientizados sabem perfeitamente o que seja realmente golpe.
O ex-presidente tem como principal lema de campanha a defesa do que chama de “o legado do PT”, na certeza de que se trata de discurso que precisa ser resgatado, haja vista que há forte evidência que "muito deste legado está se desfazendo" pelo atual governo.
Ele defende também forma de comparação entre os governos petistas e o atual, no que tange à geração de empregos, além de outros temas que precisam ser discutidos com os economistas simpatizantes ou filiados ao partido, que estão trabalhando na nova plataforma de campanha dele.
Em concomitância com o discurso para as ruas, que vem sendo alinhavado com a ajuda de colaboradores, o ex-presidente também constrói o discurso interno para o Congresso Nacional do PT, que será realizado em junho, quando o seu nome deverá ser vitorioso para dirigir o partido, embora ainda há alguma resistência interna, que certamente será afastada até o encontro do partido.
A ambição do PT vai além da candidatura à presidência da República, por pretender se estruturar para apresentar forte chapa com candidatos a deputado federal, uma vez que o tamanho da bancada federal tem o condão de pesar na definição do tempo de televisão de cada partido e da divisão dos recursos do fundo partidário.
À toda evidência, não se esgotou somente o discurso do "golpe", porque,  junto com ele, também se esgotaram as magias do partido e de seus líderes, quase todos envolvidos em suspeitas da prática de corrupção, que é crime considerado hedionda contra a administração pública e os políticos que estão respondendo como réus na Justiça não podem sequer cogitar em se candidatar, porque o exercício de cargo público eletivo exige que o seu ocupante comprove conduta ilibada e desvinculação com qualquer causa na Justiça, como forma de mostrar plenas condições de representar com dignidade os interesses dos brasileiros.
É inacreditável como a ideologia impregnada no partido que congrega homens públicos que foram capazes de destruir a dignidade do Brasil, à vista de múltiplos escândalos, com destaque para o mensalão e o petrolão, não consegue o mínimo de lucidez para se perceber que os brasileiros imploram por mudanças, por revolução nos quadros políticos, com o advento de novas mentalidades políticas incorporadas em nova geração de homens públicos, com capacidade suficiente para compreender que as atividades político-administrativas se encerram exclusivamente na satisfação dos interesses públicos, obviamente com embargo às práticas que defendem o pleno domínio das classes política e social e a perenidade no poder, como já foram amplamente demonstradas e defendidas pelo partido que pensa em reformulação de sua plataforma de governo, como se os brasileiros não tivessem o mínimo de sensibilidade e sensatez para entender o que seja golpe de verdade e de gestão temerária.
Em um país sério e evoluído quanto à sua responsabilidade cívica, que exige, sobretudo, o cumprimento dos princípios da dignidade, legalidade, honestidade e moralidade, entre outros que confirmem conduta insuspeita de cidadania, certamente não chancelaria a candidatura de alguém sendo réu e respondendo a vários processos na Justiça, além de ainda ser suspeito de outras práticas de irregularidades em fase de investigação, antes que todas as denúncias sejam devidamente justificadas e o seu nome liberado para a prática das atividades político-administrativas, evidentemente plenamente desvinculado de qualquer suspeita sobre atos contrários à moralidade e à dignidade administrativas.
Diante dos resultados das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato e da desastrada gestão temerária, que foram capazes de causar enormes rombos nas contas públicas, conduzir o país à grave recessão econômica e contribuir para turbinar o desemprego, os brasileiros precisam se conscientizar sobre a necessidade de urgentes aperfeiçoamento e reformulação das estruturas político-administrativas, não aceitando mais que partidos e homens públicos defendam ideologias comprovadamente contrárias aos interesses nacionais e da população, porque o país precisa, sem perda de tempo, de estadistas com mentalidades sadias e futuristas, completamente imunes às oligarquias, ao fisiologismo e ao retrocesso político, com vista à retomada do desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de fevereiro de 2017

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