Um
personagem que estampa a capa da última edição da revista ISTOÉ se diz que era
amigo do ex-acionista majoritário da empreiteira Camargo Corrêa, que morreu em
acidente de avião, há cinco anos.
Ele
disse àquela revista que, entre 2011 e 2012, passou a privar da intimidade da
cúpula da empreiteira Camargo Corrêa, tendo participado de reuniões com a
presença do então presidente da construtora e acompanhado de perto as
atividades cotidianas da família, no resort da empresa em Itirapina (SP).
Segundo
ele, os estreitos laços de amizade com o homem forte da referida empreiteira o
credenciaram ao cumprimento de missões especiais comandadas por ele.
Em
entrevista à ISTOÉ, publicada na última revista em circulação nacional, o
personagem da capa revelou a sua mais delicada das tarefas delegadas pelo ex-acionista
da construtora Camargo Corrêa, que consistiu no transporte de uma mala recheada
de dinheiro, tendo como destinatário o ex-presidente da República petista.
A
afirmação dele à ISTOÉ foi de que “Levei
uma mala de dólares para Lula”. A revista atesta que o mensageiro é a
primeira testemunha ligada à empreiteira a reconhecer ter servido de ligação para
pagamento de propina ao político.
O
mensageiro não informou os valores exatos transportados, mas adiantou que o
dinheiro foi conduzido por ele no início de fevereiro de 2012, do hangar da
Camargo Corrêa, em São Carlos (SP), até a sede da Morro Vermelho Táxi Aéreo em
Congonhas, também de propriedade da empreiteira.
O
mensageiro afirmou que o dinheiro foi entregue por ele nas mãos de um
funcionário da Morro Vermelho (tendo declinado o nome dele na entrevista), que
ficou encarregado de efetuar o repasse da propina ao político.
Segundo
ele, “O dinheiro estava dentro de um
saco, na mala. Deixei o saco com o dinheiro, mas a mala está comigo até hoje”.
Ele
esclareceu à ISTOÉ que, dias depois, o próprio político compareceu ao local,
acompanhado de segurança, para buscar a encomenda.
O
mensageiro disse que “Lula ficou de
ajudar a fechar um contrato com a Petrobras. Um negócio de R$ 100 milhões”.
Na
entrevista à ISTOÉ, o mensageiro disse que o transporte dos dólares ao político
não foi cota única, porque ele já teria sido designado para a entrega outras
malas recheadas de dinheiro de propina para funcionários da Petrobras.
Trata-se
de mais uma denúncia explosiva envolvendo o nome do político, que vem sendo acusado
de ter se beneficiado de gordas propinas, em troca do tráfico de influência
junto a órgãos públicos, como no caso à Petrobras, conforme é declarado pelo
mensageiro.
Esse
é mais um caso que precisa ser devidamente investigado, com vistas ao
esclarecimento da verdade, sabendo-se que a principal peça desse jogo de
xadrez, o corruptor, não mais existe, o que pode contribuir para dificultar a
elucidação dos fatos e isso pode conspirar a favor do denunciado.
Não
obstante, a situação parece se complicar ainda mais para o político, pelo
inesperado aparecimento de mais um enorme estorvo no seu caminho à Presidência
da República, por ser considerável complicador que se junta a muitos outros
fatos também com suspeita de irregularidade, cuja autoria lhe é atribuída, tendo
o peso de poderoso pesadelo que precisa ser urgentemente esclarecido e
justificado perante a sociedade, como forma de prestação de contas sobre os
atos da sua vida pública, não com meras retóricas e falácias vazias, sob a
alegação de injustiça e perseguição, mas sim com provas consubstanciadas em
elementos juridicamente válidos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de fevereiro de 2017
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