Antes
do falecimento do ditador cubano, que já estava afastado do poder, por motivo
de doença, o presidente da França se encontrou com ele em Havana, que disse à
comunidade francesa residente na Ilha que "desejava viver este momento histórico".
O
presidente francês disse que "Tive
diante de mim um homem que fez história. Há, evidentemente, debates sobre o
lugar que ocupa, suas responsabilidades, mas estando em Cuba queria me reunir
com Fidel Castro".
O
líder da França qualificou como histórica sua visita à Ilha, por tratar-se da
primeira viagem a Cuba de um chefe de estado francês e a primeira também de um
governante europeu em quase três décadas, o que demonstra o total isolamento
daquele país do resto do mundo, exatamente graças ao seu retrógrado sistema comunista
de maus-tratos aos seres humanos, que perderam por completo a sua
individualidade e as liberdades como pessoa, além do pleno usufruto do
princípio democrático.
Causa
perplexidade o ávido interesse demonstrado, à época, pelo presidente francês de
se encontrar com o então tirano cubano, que foi responsável, entre outras
atrocidades, por milhares de mortes, por fuzilamento no paredão, diante da
oposição ao regime comunista, mas aquele estadista não demonstrou a menor vontade
de se encontrar com qualquer dissidente na Ilha, em que pese ele ter afirmado que
a questão dos direitos humanos seria "necessariamente"
tratada durante a visita, conquanto não houve informação à imprensa com relação
à possível conversa nesse sentido.
Segundo
foi informado pelos meios de comunicação estatais, o ex-ditador cubano e o
mandatário francês sustentaram "um
interessante diálogo" sobre os laços históricos entre Cuba e França, tendo
o ilhéu lembrado que, entre os primeiros textos que leu quando iniciava seu
bacharelado, tinha um extenso livro tratando da Revolução Francesa, "embora então não conhecesse sequer o valor
dos estudos políticos e o complexo mundo que estava por trás das ciências
históricas".
Não há dúvida de que o mandatário francês
esteve diante dele uma pessoa que fez história universal, porém se trata de
história da pior qualidade no contexto humanitário, por sua abominável
representação para o ser humano, que jamais deveria ter existido, à vista da deplorável
forma como ela foi escrita, bastante carregada com tinta da negritude do horror
e da crueldade, permeada com a mancha e o rastro de muito sangue humano e da destruição
da dignidade do povo cubano, que foi trucidado e sacrifício com a marca da
desumanidade e da truculência de ditador sanguinário que fez a triste história
agora lembrada pelo líder francês, como se ela tivesse protagonizada por herói
universal.
É lamentável que o presidente francês possa
ter se orgulhado de ter enaltecido a figura de alguém que é pivô de história
tão degradante e deprimente contra a humanidade, que foi timbrada com a marca do
terror do fuzilamento de seus opositores e da prisão de muitos outros que não
se submeteram aos métodos e tratamentos intimidativos e desumanos do insensato
e cruel sistema comunista.
É muito difícil se acreditar que, com a
evolução da humanidade e as conquistas científicas e tecnológicas, há quem
ainda tenha a indignidade e a insensatez de bajular ditadores sanguinários como
os irmãos cubanos, como se eles fossem verdadeiros heróis da humanidade, quando
a sua história não contém absolutamente nada digna que mereça ser enaltecida
como heroica, à vista do histórico de monstruosidade e destruição do país e de
seu povo, que se encontram completamente destroçados, cujas estruturas fazem
lembrar somente a ruína e o pesadelo do retrocesso socioeconômico.
Essa lastimável história, enaltecida pelo
presidente francês, tem o condão de ser ressuscitada apenas como marco de uma tirania
que precisa sim ser lembrada para servir de péssimo exemplo para as gerações,
no sentido de que seus episódios terríveis e lamentáveis protagonizados por
homens vis, cruentos e desumanos jamais sejam reescritos na evolução da humanidade,
diante do horroroso quadro de sofrimento e maldade impingido indevida e
injustamente contra um povo indefeso. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de fevereiro de 2017
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