A
ex-presidente da República petista reaparece em público depois do seu regresso
da Europa e dos Estados Unidos da América, bastante descontraída e mais
disposta a falar sobre o seu futuro político, após ter sido afastada do cargo,
no ano passado, pelo Senado Federal, sob a acusação de maquiar as contas
públicas, à vista da prática do crime de responsabilidade, a par de ter tido
seu governo marcado pelo escândalo de corrupção da Petrobras, fato que continua
em plena evidência político-policial.
A
ex-presidente declarou, em entrevista à agência AFP, que “Eu não serei candidata a presidente da República, se é essa a sua
pergunta. Agora, atividade política nunca vou deixar de fazer (…) Eu não afasto a possibilidade de me
candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada, esses cargos”.
Contrariando
disposição constitucional, em que pese ela ter sido afastado do cargo
presidencial, por via do processo de impeachment, seus direitos políticos
ficaram preservados, o que a credencia para ocupar cargos públicos eletivos.
Quando
perguntada como é possível não ter conhecimento da gigantesca rede de subornos
que contribuíram para desviar bilhões de reais da Petrobras, para financiar
campanhas políticas, a ex-presidente se mostrou menos tranquila nesse momento,
tendo respondido que “Os processos são
extremamente complicados (…) Ninguém
no Brasil sabe de todos os processos de corrupção, hoje”.
Em
termos políticos, a petista disse que não se depara com problemas ao percorrer
as ruas do bairro onde vive em Porto Alegre, nem quando viaja para o Rio de
Janeiro, para visitar a mãe dela, em que pese o seu impeachment.
Com
relação ao impeachment, ela disse que repassa “sistematicamente” os documentos do processo que a afastou do poder
e que pôs término ao ciclo de mais de 13 anos do PT no governo federal, que foi
substituído pelo PMDB, na pessoa do seu vice, a quem ela acusa de ter liderado “golpe parlamentar”, que “As pedras de Brasília e as emas da Alvorada
sabiam que eles estavam inventando um motivo para me afastar. Foi a chamada justiça do inimigo: não se
julga, se destrói”.
Os
brasileiros até que poderiam eleger seus representantes políticos com base no
passado deles. No caso da ex-presidente, seu currículo é riquíssimo de fatos
que ajudam muitíssimo a decidir sobre o que ela poderia realizar no Parlamento
em benefício dos brasileiros.
Só
para lembrar, quando ela foi afastada do governo, a economia se encontrava no
fundo do poço, com galopante recessão e altíssima taxa de desemprego, atingindo
os doze milhões de desempregados, além do completo descrédito internacional
sobre o futuro econômico do Brasil, à luz das avaliações promovidas pelas
agências de classificação de risco financeiro, que, a todo instante, rebaixavam
o grau de investimento do país, mostrando os verdadeiros perigos sobre os
investimentos aplicados no Brasil.
Como
não bastassem os pífios resultados econômicos, convém lembrar que nunca o país
tinha chegado ao nível de precariedade na prestação dos serviços públicos,
quando os brasileiros eram amontoados nos hospitais, para terem tratamento
médico-hospitalar de péssima qualidade e terminavam morrendo; o ensino público
sucateado e desprezado a níveis desclassificáveis; a segurança pública
trucidada pelo alto grau de criminalidade, deixando a população atônita e
intranquila; entre muitas deficiências na gestão dos recursos públicos, a
exemplo das famosas pedaladas fiscais, onde a então presidente gastava mais do
que arrecadava e terminou sendo penalizada por isso, com o seu afastamento do
cargo, pela reconhecida prática do crime tipificado na Constituição Federal de
responsabilidade, que significa afronta a um dos princípios insculpidos na Lei
Maior do país, consistente no descumprimento das normas de Administração
Orçamentária e Financeira.
À
toda evidência, em rápida análise do histórico administrativo da ex-presidente,
à luz do bom sendo e da racionalidade, não se recomendaria que ela postulasse
tão cedo exercer cargo público eletivo, considerando que o Brasil precisa, com
urgência, de novas mentalidades políticas, que sejam capazes de contribuir para
revolucionar a representatividade política, no sentido de ter condições de apresentar
projetos e programas político-administrativos compatíveis com a produtividade tão
ansiada pelos brasileiros de desenvolvimento socioeconômico, em termos de
efetividade, competência e eficiência. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 19 de fevereiro de 2017
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