Conforme pesquisa CNT/MDA, divulgada pela
Confederação Nacional dos Transportes (CNT), se a eleição presidencial ocorresse
agora, o ex-presidente da República petista venceria o pleito com ampla
vantagem sobre os demais adversários.
O Instituto MDA assegura que o levantamento
realizado indica que o petista teria 30,5% das intenções de votos contra 11,8%
da ex-senadora ambientalista, vindo em seguida de muito perto, com 11,3%, o
deputado ex-militar do PSC-RJ, que tem na sua cola, em quarto colocado, o senador
tucano mineiro, ex-candidato à Presidência, no último pleito, com 10,1%, que é
seguido, com 5%, pelo político do PDT-CE, ex-governador do Ceará, e, por
último, aparece o atual presidente do país, com 3,7%.
O referido instituto esclarece que a soma dos votos
branco/nulo ou indecisos atingiu 27,6% dos entrevistados, com base em consulta
de intenção de voto estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados
para eles.
Na realização da consulta espontânea, sem a
indicação de nomes de presidenciáveis aos entrevistados, o ex-presidente também
lidera com 16,6% as intenções de voto, que é seguido pelo deputado ex-militar, com
6,5% e o senador tucano, com 2,2%. Nessa modalidade de consulta, a soma de
branco/nulo ou indecisos atinge percentual altíssimo de 67,8%, o que indica que
um candidato novato, com o mínimo de competência, tem grande chance de ganhar o
pleito presidencial.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 a 11 do
corrente mês, tendo sido ouvidas 2.002 pessoas, em 138 municípios de 25 unidades
federativas, das cinco regiões.
O presidente do CNT afirmou que “O presidente Lula ganha hoje em todos os
cenários. Se as eleições fossem hoje, facilmente seria eleito como presidente
da República. Há também um crescimento bastante significativo do Jair
Bolsonaro, que mostra esse nicho de pessoas que pensam de forma diferente da
média”.
Sem nenhuma pretensão de censurar ou desprezar os
resultados da pesquisa, exatamente por falta de elementos que os objetivaram, mas
convém que sejam mostradas as suas fragilidade e inconsistência para
fundamentá-los, diante do alarde na sua divulgação, a ponto de alguém se
afirmar que “O presidente Lula ganha hoje
em todos os cenários. Se as eleições
fossem hoje, facilmente seria eleito como presidente da República...”,
pasmem, com base em insignificantes pouco mais de dois mil votos, quando o país
já deve ter cerca de 150 milhões de eleitores, fato que demonstra o grau de
leviandade por parte de quem se arvora em concluir de forma exagerada e sem a
mínima credibilidade eleitoral sobre matéria de altíssima importância.
É evidente que o cidadão até poderia assegurar que o
ex-presidente poderia ganhar facilmente hoje o direito de ser presidente da
República, caso somente os 2.002 eleitores, que demonstraram altíssimo grau de
dúvida, à lua dos exagerados votos nulos e brancos (27,6% e 67,8% mostrados
acima), fossem os únicos responsáveis pela escolha do futuro mandatário do país.
Trata-se de informação de caráter absolutamente precária,
precipitada e irresponsável, à vista da insustentabilidade dos elementos
colhidos na pesquisa totalmente extemporânea, como atestam os altos percentuais
de respostas “branco/nulo”, de 27,6% e 67,8%, respectivamente com a
apresentação dos nomes de candidatos e sem o nome dos candidatos.
O resultado da pesquisa se torna ainda mais grave, temerária
e irresponsável quando se sabe que falta capacidade para as pessoas entenderem
que as conclusões sobre ela foram jamais podem refletir a realidade dos fatos,
a vista da insignificância da abrangência consultada, apenas 2.002 pessoas, que
não houve informação se todas são eleitores.
Por
seu turno, a pesquisa em tela mostra, de forma cristalina, a monstruosa falta
de novas lideranças no país, com a dificuldade de renovação de estadista que se
comprometa com a transformação de tudo de ruim que já podia ter acontecido na
política e na administração pública.
É
absolutamente inconcebível e inacreditável que político extremamente suspeito
do envolvimento na prática de corrupção, quando no exercício do principal cargo
da República, mesmo que ainda não tenha sido julgado pelas aludidas suspeitas,
cujas denúncias se encontram em tramitação na Justiça, consiga angariar a
simpatia de eleitores, com índices absurdamente incompatíveis com os fatos denunciados,
inclusive com os crimes que ele responde como réu na Justiça, consistentes em
corrupção passiva, tráfico internacional de influência, organização criminosa,
obstrução da Justiça, todos absolutamente dissonantes com os requisitos
indispensáveis para a ocupação do Palácio do Planalto, que não deveria aceitar,
na sua cadeira presidencial, senão pessoa comprovadamente possuidora de conduta
ilibada e completamente livre de investigações sobre suspeitas da prática de
corrupção na administração do país.
Causa
perplexidade que muitos brasileiros não se conscientizem sobre a necessidade de
mudança de mentalidade política, com a renovação dos quadros das pessoas que
possam efetivamente contribuir para a moralização do país, de modo que isso
também seja fundamental para que o país possa retomar os trilhos do
desenvolvimento socioeconômico, por meio de políticas estritamente voltadas
para o atingimento de metas exclusivamente de satisfação do interesse público,
com embargo de ideologias que privilegiam partidos políticos, sindicatos,
entidades de classe, organizações sociais e outras setores simpatizantes de
sistemas socialistas, a exemplo da prática pelos governos anteriores ao atual,
visivelmente contrária aos interesses do conjunto da sociedade e do país, à
vista dos pífios e melancólicos resultados da economia, da prestação dos
serviços públicos, da política, da administração, além dos descaminhos
inerentes aos princípios ético e moral, conforme os escândalos do mensalão e
petrolão, que assombraram o mundo com os seus efeitos devastadores nos cofres
públicos.
À
toda evidência, o Brasil não merece passar novamente pelo pesadelo da
incompetência e da corrupção, absurdamente disseminadas nos governos petistas,
conforme mostram os resultados consubstanciados na recessão econômica, nos doze
milhões de desempregados e nas denúncias de muitos casos de irregularidades na
administração pública, que contribuíram para o retrocesso do desenvolvimento e
o afastamento das nações evoluídas.
Urge
que a sociedade se conscientize sobre a premência da mudança das mentalidades
dos estadistas, no sentido de que eles sejam absolutamente compromissados com a
limpeza de tudo de ruim que foi impingido, nos últimos tempos, aos brasileiros
e ao país e ainda tenham vocação clara para entender que a finalidade pública
diz respeito exclusivamente à satisfação do interesse público, não permitindo
que o populismo e caudilhismo voltem a imperar na República brasileira. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 17 de fevereiro de 2017
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