sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Inconsistência sobre pesquisa

Conforme pesquisa CNT/MDA, divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), se a eleição presidencial ocorresse agora, o ex-presidente da República petista venceria o pleito com ampla vantagem sobre os demais adversários.
O Instituto MDA assegura que o levantamento realizado indica que o petista teria 30,5% das intenções de votos contra 11,8% da ex-senadora ambientalista, vindo em seguida de muito perto, com 11,3%, o deputado ex-militar do PSC-RJ, que tem na sua cola, em quarto colocado, o senador tucano mineiro, ex-candidato à Presidência, no último pleito, com 10,1%, que é seguido, com 5%, pelo político do PDT-CE, ex-governador do Ceará, e, por último, aparece o atual presidente do país, com 3,7%.
O referido instituto esclarece que a soma dos votos branco/nulo ou indecisos atingiu 27,6% dos entrevistados, com base em consulta de intenção de voto estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados para eles.
Na realização da consulta espontânea, sem a indicação de nomes de presidenciáveis aos entrevistados, o ex-presidente também lidera com 16,6% as intenções de voto, que é seguido pelo deputado ex-militar, com 6,5% e o senador tucano, com 2,2%. Nessa modalidade de consulta, a soma de branco/nulo ou indecisos atinge percentual altíssimo de 67,8%, o que indica que um candidato novato, com o mínimo de competência, tem grande chance de ganhar o pleito presidencial.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 a 11 do corrente mês, tendo sido ouvidas 2.002 pessoas, em 138 municípios de 25 unidades federativas, das cinco regiões.
O presidente do CNT afirmou que “O presidente Lula ganha hoje em todos os cenários. Se as eleições fossem hoje, facilmente seria eleito como presidente da República. Há também um crescimento bastante significativo do Jair Bolsonaro, que mostra esse nicho de pessoas que pensam de forma diferente da média”.
Sem nenhuma pretensão de censurar ou desprezar os resultados da pesquisa, exatamente por falta de elementos que os objetivaram, mas convém que sejam mostradas as suas fragilidade e inconsistência para fundamentá-los, diante do alarde na sua divulgação, a ponto de alguém se afirmar que “O presidente Lula ganha hoje em todos os cenários. Se as eleições fossem hoje, facilmente seria eleito como presidente da República...”, pasmem, com base em insignificantes pouco mais de dois mil votos, quando o país já deve ter cerca de 150 milhões de eleitores, fato que demonstra o grau de leviandade por parte de quem se arvora em concluir de forma exagerada e sem a mínima credibilidade eleitoral sobre matéria de altíssima importância.
É evidente que o cidadão até poderia assegurar que o ex-presidente poderia ganhar facilmente hoje o direito de ser presidente da República, caso somente os 2.002 eleitores, que demonstraram altíssimo grau de dúvida, à lua dos exagerados votos nulos e brancos (27,6% e 67,8% mostrados acima), fossem os únicos responsáveis pela escolha do futuro mandatário do país.
Trata-se de informação de caráter absolutamente precária, precipitada e irresponsável, à vista da insustentabilidade dos elementos colhidos na pesquisa totalmente extemporânea, como atestam os altos percentuais de respostas “branco/nulo”, de 27,6% e 67,8%, respectivamente com a apresentação dos nomes de candidatos e sem o nome dos candidatos.
O resultado da pesquisa se torna ainda mais grave, temerária e irresponsável quando se sabe que falta capacidade para as pessoas entenderem que as conclusões sobre ela foram jamais podem refletir a realidade dos fatos, a vista da insignificância da abrangência consultada, apenas 2.002 pessoas, que não houve informação se todas são eleitores.
Por seu turno, a pesquisa em tela mostra, de forma cristalina, a monstruosa falta de novas lideranças no país, com a dificuldade de renovação de estadista que se comprometa com a transformação de tudo de ruim que já podia ter acontecido na política e na administração pública.
É absolutamente inconcebível e inacreditável que político extremamente suspeito do envolvimento na prática de corrupção, quando no exercício do principal cargo da República, mesmo que ainda não tenha sido julgado pelas aludidas suspeitas, cujas denúncias se encontram em tramitação na Justiça, consiga angariar a simpatia de eleitores, com índices absurdamente incompatíveis com os fatos denunciados, inclusive com os crimes que ele responde como réu na Justiça, consistentes em corrupção passiva, tráfico internacional de influência, organização criminosa, obstrução da Justiça, todos absolutamente dissonantes com os requisitos indispensáveis para a ocupação do Palácio do Planalto, que não deveria aceitar, na sua cadeira presidencial, senão pessoa comprovadamente possuidora de conduta ilibada e completamente livre de investigações sobre suspeitas da prática de corrupção na administração do país.
Causa perplexidade que muitos brasileiros não se conscientizem sobre a necessidade de mudança de mentalidade política, com a renovação dos quadros das pessoas que possam efetivamente contribuir para a moralização do país, de modo que isso também seja fundamental para que o país possa retomar os trilhos do desenvolvimento socioeconômico, por meio de políticas estritamente voltadas para o atingimento de metas exclusivamente de satisfação do interesse público, com embargo de ideologias que privilegiam partidos políticos, sindicatos, entidades de classe, organizações sociais e outras setores simpatizantes de sistemas socialistas, a exemplo da prática pelos governos anteriores ao atual, visivelmente contrária aos interesses do conjunto da sociedade e do país, à vista dos pífios e melancólicos resultados da economia, da prestação dos serviços públicos, da política, da administração, além dos descaminhos inerentes aos princípios ético e moral, conforme os escândalos do mensalão e petrolão, que assombraram o mundo com os seus efeitos devastadores nos cofres públicos.
À toda evidência, o Brasil não merece passar novamente pelo pesadelo da incompetência e da corrupção, absurdamente disseminadas nos governos petistas, conforme mostram os resultados consubstanciados na recessão econômica, nos doze milhões de desempregados e nas denúncias de muitos casos de irregularidades na administração pública, que contribuíram para o retrocesso do desenvolvimento e o afastamento das nações evoluídas.
Urge que a sociedade se conscientize sobre a premência da mudança das mentalidades dos estadistas, no sentido de que eles sejam absolutamente compromissados com a limpeza de tudo de ruim que foi impingido, nos últimos tempos, aos brasileiros e ao país e ainda tenham vocação clara para entender que a finalidade pública diz respeito exclusivamente à satisfação do interesse público, não permitindo que o populismo e caudilhismo voltem a imperar na República brasileira. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de fevereiro de 2017

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