Na
estrita interpretação dos especialistas, o Brasil teve importante derrota na violenta
batalha travada entre o país e as forças do atraso e do antipatriotismo,
evidenciada com a surpreendente saída do presidente da Petrobras, que, diante
das pressões de toda ordem e das circunstâncias dos acontecimentos decorrentes
da greve dos caminhoneiros, não poderia haver desfecho diferente.
Não
se trata de simples perda de competente e primoroso administrador, que vinha
prestando eficientes serviços ao governo e ao país, à vista do indiscutível
soerguimento da petrolífera, mas, em especial, pela evidente vitória daqueles
que vegetam nos palácios, contribuindo para o retrocesso ou a paralisia do
Estado, em verdadeira contraposição àqueles que mostraram competência e
trabalho exitoso na busca da racionalidade administrativa e na melhor
operacionalidade da empresa estatal, encontrada em situação crítica e
cambaleante, quando da assunção do atual governo.
Venceram
as forças contrárias à eficiência e ao trabalho produtivo e de bons resultados,
próprios das empresas com vocação privada, nos moldes planejados para a
Petrobrás, que ainda tem o monopólio em diversos setores essenciais da sua área
de atuação, que é estrategicamente importante para os interesses nacionais.
À
toda evidência, o ex-presidente da empresa demonstrou caráter, competência
administrativa, retidão moral e capacidade profissional inexistentes entre os
principais assessores do presidente da República, o que evidencia enorme
prejuízo para o interesse público e o país, porque a saída dele do governo e da
Petrobras é prova incontestável da fragilidade do Palácio do Planalto, que se
curva facilmente às pressões da incompetência e da falta de amor às causas
essenciais do país.
Ao
ex-presidente da Petrobras foi creditada a notável recuperação econômico-financeira
da empresa, que se encontrava em estado de visível destroço e desestruturação na
passagem do governo petista para o atual, em razão da devastação do seu
patrimônio pelo desastroso estratégico processo de rapinagem ali perpetrado,
cuja esculhambação campeava principalmente na má gestão administrativa, em que muitos
investimentos foram feitos por bel-prazer e irresponsabilidade do Palácio do Planalto,
exclusivamente para o atendimento de capricho político, sem quaisquer estudos técnicos
sobre viabilidades econômica e comercial, a exemplo da criação de refinarias
que não tiveram continuidade ou que estão sendo construídas para se evitar prejuízos
ainda maiores.
A
consequência da gestão desastrosa foi tanta que a estatal, que se situava no
ranking mundial como uma das maiores do seu ramo, foi transformada na
petrolífera mais endividada do planeta, tendo chegado à beira do abismo
operacional, diante do estrangulamento econômico, por ter sido usada como verdadeira
máquina de dinheiro para financiar o populismo do governo que a destruiu, sob a
forma de subsídio para os combustíveis como na participação da empresa em
empreendimentos controvertidos e planejamentos duvidosos e contrários aos
resultados lucrativos próprios da sua finalidade econômica.
A
única hipótese de saneamento da estatal era encerrar imediata e definitivamente
que os injustificáveis e prejudiciais interesses políticos ditassem os rumos da
sua gestão, tendo sido escolhido exatamente o ex-presidente, que teve a
garantia da total autonomia para administrar a Petrobras sob o ritmo
empresarial de resultado econômico-financeiro de eficiência e competividade.
O
que se viu, na gestão do ex-presidente, foi a implementação e a efetividade de
trabalho com a marca da austeridade e da dinâmica que resultaram, ao longo da
sua administração, no reequilíbrio das finanças da Petrobras, graças à venda de
ativos e à implantação de política de preços que fugia dos subsídios e respeitava
as variações de mercado, principalmente da valorização internacional do petróleo.
Não
obstante, no seu glorioso e promissor caminho, surgiu a greve dos
caminhoneiros, que cuidou de travar a bem-sucedida política que vinha dando excelentes
resultados econômicos e a pôs em definitivo na berlinda, uma vez que a
principal reivindicação do movimento tinha exatamente como cerne o
restabelecimento do famigerado subsídio.
Não
há a menor dúvida de que a decisão do governo de restabelecer o subsídio, sem
dar suporte firme para manter a política de preços implementada na Petrobras
teria sido o principal motivo que o levar a pedir o chapéu, sendo o real motivo
para a sua saída, a se perceber do seguinte trecho da sua carta, nestes termos:
“Diante desse quadro, fica claro que a
minha permanência na presidência da Petrobrás deixou de ser positiva”.
Quando
foi aceita a demissão em apreço, o governo sinalizava para também patentear a
vitória dos petroleiros, que tinham deflagrado greve de cunho estritamente político,
na qual se incluía, como principal reivindicação, a saída do executivo, fato que
comemorado e mereceu os aplausos à decisão por aqueles que são favoráveis ao
subdesenvolvimento com o viés da defesa da “justiça social”, nas pessoas
declaradamente esquerdistas e assemelhadas que se comprazem com a estagnação e
a precariedade administrativas, porque assim melhor satisfazem aos seus
interesses pessoais e partidários, em evidente desfavor das causas nacionais e
dos brasileiros.
Embora
o Brasil ressinta-se de bons quadros de executivos, com competência e
eficiência a serviço da pátria, há que se lamentar a força dos sabotadores dos
interesses nacionais, que trabalham dentro do governo, prestigiando políticas
retrógradas que somente contribuem para atravancar o desenvolvimento da nação, porquanto
a volta às políticas de subsídio na economia é demonstração de que o povo passa
a arcar com o ônus da incompetência da gestão pública, em clara demonstração de
desprezo à vanguarda das desejáveis políticas de saneamento das contas públicas.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 3 de junho de 2018
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