quarta-feira, 6 de junho de 2018

Exemplo de desperdício


Um vídeo que circula na internet, com origem em reportagem da TV Record, mostra que nos governos petistas foram criadas 40 empresas públicas, além do inchamento da máquina pública, com a criação de aproximadamente 120 mil cargos em comissão, do aumento de cargos nas estadas de 35 mil, em 2002, para 67 mil em 2016, com o custo passando de 1,5 bilhão de reais para 7,5 bilhões de reais, e, na administração direta, existiam cerca de 810 mil cargos, mas esse número passou de 1 milhão.
Essa verdadeira farra com os recursos dos contribuintes contribuiu para implodir e inviabilizar os orçamentos públicos, por não suportarem o peso dos gastos e a consequência desse desastre teve ressonância na recessão, na inflação alta, nas taxas dos juros elevados, na queda vertiginosa da arrecadação, na inexistência de investimentos em obras públicas, na péssima prestação de serviços públicos, na desindustrialização, entre outras precariedades que levaram o país à bancarrota e aos rombos nas contas públicas.  
O vídeo em questão é bastante revelador sobre a existência de outro lado de governos e seguidores habilmente especializados em disseminar as coisas boas e os resultados somente favoráveis, para mostrar, à exaustão, que as suas gestões se preocuparam em beneficiar as classes pobres, por meio de programas de assistência, que são importantíssimos, mas seriam muito mais importantes se houvesse outra forma combinada de distribuição de renda e criação de polos de produção, como o incentivo e a implantação de centros de desenvolvimento, com incentivo fiscal em toda região carente, com capacidade para a produção e o emprego.
Essa mentalidade administrativa poderia ter melhores resultados com os mesmos recursos destinados, em essência, também à produção, com incentivo ao emprego, que tem como princípio não somente à contribuição ao Produto Interno Bruto, mas à dignificação do ser humano, que sabe que a manutenção e o custeio da sua família são feitos por seus trabalho e esforço, e à Bolsa Família, apenas como instrumento secundário, quando não fosse possível a garantia do emprego, posto que essa forma de assistência social deveria ter validade por período muito curto, o necessário para que o governo conseguisse outras formas dignas de ocupação dos pais de família.
A verdade é que as famílias não podem ficar eternamente dependentes das migalhas desse programa, que é importante, mas precisa urgentemente de ser repensando, quanto mais na forma que ele é mantido na atualidade, como sendo a cara, o corpo e alma de quem tudo diz que fez para o seu turbinamento, mesmo sabendo que se trata do emprego de recursos públicos, circunstancialmente gastos e priorizados pelos governos de então, que, de uma forma ou de outra, seriam empregados compulsoriamente por outros governos de quaisquer partidos, que poderiam até fazê-los na forma como foi, diante da gritante carência identificada da miséria e da pobreza que exigiam, para minorar o sofrimento do povo, as providências do Estado e não de governo.
Infelizmente, a forma da distribuição de renda por meio do Bolsa Família tinha exatamente o objetivo de alcançar o formato idealizado de currais eleitorais que se percebem na atualidade e isso foi fato constatado na última eleição presidencial, onde houve município paupérrimo que deu 87% dos votos à candidata do governo, em clara evidência do peso do Bolsa Família, cuja propaganda eleitoral tinha por mote a falsa disseminação de que os outros candidatos, se eleitos, iriam acabar com essa assistência social.
Não há a menor dúvida de que a distribuição de renda é imprescindível, mas não na forma interesseira, oportunista e dissonante com a sua real finalidade de exclusiva ajuda do Estado,  que é feita com recursos públicos, advindos dos contribuintes, sem nenhuma vinculação com partido político, ficando caracterizado que se trata de programa de assistência governamental permanente de obrigação de qualquer governo de partido que esteja no comando da nação, com embargo de qualquer vinculação com político ou partido, porque a forma do uso da paternidade do Bolsa Família como sendo de A ou B constitui tremenda indignidade e irregularidade, quando se sabe que há o envolvimento de recursos públicos.
Não pode ser ato considerado legítimo o aproveitamento dessa situação como projeto pessoal ou partidário, transformado em estratégia de marketing político, como se ele tivesse tido o poder de salvamento da pobreza, quando tudo não se passou de obrigação do Estado, que poderia ter sido feito por qualquer governo, com o fim de apenas cumprir a sua obrigação como agente público, que tinha o dever de exercer seu mandato da melhor forma possível, como mero representante do povo.
Mas, voltando ao vídeo, o fato lamentável de que ele se reporta dá notícia de gigantescos gastos, em desperdício de recursos, por via do inchamento da máquina pública, sem os devidos e indispensáveis estudos técnicos sobre a viabilidade econômico-financeira, deixando visível a desorganização administrativa, com a criação de várias empresas públicas e milhares de empregos, evidentemente para assegurar a colocação da militância na administração pública, porque seria inviável outra alternativa, constitui especialidade nefasta e perversa dos governos socialistas, que não se preocuparam com a racionalidade administrativa do Estado, em termos de economicidade e austeridade das contas públicas, conforme ficou bastante claro no último governo afastado, que teve por causa exatamente o rombo nas contas públicas, entre outras mazelas.
O episódio em evidência faz lembrar outro fato extremamente deplorável, quando um diplomata ocupava o cargo de ministro da Fazenda do governo tucano, sem perceber que o microfone estava aberto ou ligado, comentou, à boca pequena, pensando que não seria ouvido por ninguém, mais ou menos isso: "o que é bom no governo agente diz, mas esconde aquilo que não presta, que é ruim".
Ou seja, todas as coisas favoráveis aos governos petistas são divulgadas a todo instante, justamente para impressionar e mostrar o seu lado bom, mas algo terrível, nefasto e prejudicial ao interesse nacional e aos brasileiros, como a matéria de que se refere o vídeo, dificilmente vem à tona, mas é muito bom que isso ocorra, para que os brasileiros possam avaliar as verdadeiras qualidades de quem administrou o país e a sua mentalidade quanto à liberalidade na expansão da máquina pública, em clara demonstração de que não precisava ser respeitada a notória e gigantesca escassez de recursos públicos, a exemplo da criação absolutamente desnecessária, porque onerosa e inflacionária, entre outros males, com o empenhamento de bilhões de reais, de empresas públicas e milhares de empregos, visivelmente com vistas ao atendimento do ideário partidário.
É importante que a sociedade fique sabendo, com vistas a possibilitar melhor avaliação sobre a índole dos homens públicos e seus governos, de que maneira o país foi administrado e em quais circunstâncias, principalmente como essa, que há claro desperdício de recursos públicos, em evidente ônus para os contribuintes, com a criação de empresas e empregos desnecessários, quando ela é insistentemente bombardeada com notícias ressaltando a priorização de medidas em defesa do povo, como a distribuição de renda e outras semelhantes, mas omitindo certamente de propósito o que não presta, porque isso pode prejudicar interesses políticos, quando se sabe que deve prevalecer as causas nacionais, em qualquer hipótese. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 6 de junho de 2018

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