Um
vídeo que circula na internet, com origem em reportagem da TV Record, mostra
que nos governos petistas foram criadas 40 empresas públicas, além do
inchamento da máquina pública, com a criação de aproximadamente 120 mil cargos
em comissão, do aumento de cargos nas estadas de 35 mil, em 2002, para 67 mil
em 2016, com o custo passando de 1,5 bilhão de reais para 7,5 bilhões de reais,
e, na administração direta, existiam cerca de 810 mil cargos, mas esse número
passou de 1 milhão.
Essa
verdadeira farra com os recursos dos contribuintes contribuiu para implodir e
inviabilizar os orçamentos públicos, por não suportarem o peso dos gastos e a
consequência desse desastre teve ressonância na recessão, na inflação alta, nas
taxas dos juros elevados, na queda vertiginosa da arrecadação, na inexistência
de investimentos em obras públicas, na péssima prestação de serviços públicos, na
desindustrialização, entre outras precariedades que levaram o país à bancarrota
e aos rombos nas contas públicas.
O
vídeo em questão é bastante revelador sobre a existência de outro lado de
governos e seguidores habilmente especializados em disseminar as coisas boas e
os resultados somente favoráveis, para mostrar, à exaustão, que as suas gestões
se preocuparam em beneficiar as classes pobres, por meio de programas de
assistência, que são importantíssimos, mas seriam muito mais importantes se
houvesse outra forma combinada de distribuição de renda e criação de polos de
produção, como o incentivo e a implantação de centros de desenvolvimento, com
incentivo fiscal em toda região carente, com capacidade para a produção e o
emprego.
Essa
mentalidade administrativa poderia ter melhores resultados com os mesmos
recursos destinados, em essência, também à produção, com incentivo ao emprego,
que tem como princípio não somente à contribuição ao Produto Interno Bruto, mas
à dignificação do ser humano, que sabe que a manutenção e o custeio da sua
família são feitos por seus trabalho e esforço, e à Bolsa Família, apenas como
instrumento secundário, quando não fosse possível a garantia do emprego, posto
que essa forma de assistência social deveria ter validade por período muito
curto, o necessário para que o governo conseguisse outras formas dignas de
ocupação dos pais de família.
A
verdade é que as famílias não podem ficar eternamente dependentes das migalhas
desse programa, que é importante, mas precisa urgentemente de ser repensando,
quanto mais na forma que ele é mantido na atualidade, como sendo a cara, o
corpo e alma de quem tudo diz que fez para o seu turbinamento, mesmo sabendo
que se trata do emprego de recursos públicos, circunstancialmente gastos e
priorizados pelos governos de então, que, de uma forma ou de outra, seriam
empregados compulsoriamente por outros governos de quaisquer partidos, que
poderiam até fazê-los na forma como foi, diante da gritante carência
identificada da miséria e da pobreza que exigiam, para minorar o sofrimento do
povo, as providências do Estado e não de governo.
Infelizmente,
a forma da distribuição de renda por meio do Bolsa Família tinha exatamente o
objetivo de alcançar o formato idealizado de currais eleitorais que se percebem
na atualidade e isso foi fato constatado na última eleição presidencial, onde
houve município paupérrimo que deu 87% dos votos à candidata do governo, em
clara evidência do peso do Bolsa Família, cuja propaganda eleitoral tinha por
mote a falsa disseminação de que os outros candidatos, se eleitos, iriam acabar
com essa assistência social.
Não
há a menor dúvida de que a distribuição de renda é imprescindível, mas não na
forma interesseira, oportunista e dissonante com a sua real finalidade de
exclusiva ajuda do Estado, que é feita com
recursos públicos, advindos dos contribuintes, sem nenhuma vinculação com
partido político, ficando caracterizado que se trata de programa de assistência
governamental permanente de obrigação de qualquer governo de partido que esteja
no comando da nação, com embargo de qualquer vinculação com político ou
partido, porque a forma do uso da paternidade do Bolsa Família como sendo de A
ou B constitui tremenda indignidade e irregularidade, quando se sabe que há o
envolvimento de recursos públicos.
Não
pode ser ato considerado legítimo o aproveitamento dessa situação como projeto
pessoal ou partidário, transformado em estratégia de marketing político, como
se ele tivesse tido o poder de salvamento da pobreza, quando tudo não se passou
de obrigação do Estado, que poderia ter sido feito por qualquer governo, com o
fim de apenas cumprir a sua obrigação como agente público, que tinha o dever de
exercer seu mandato da melhor forma possível, como mero representante do povo.
Mas,
voltando ao vídeo, o fato lamentável de que ele se reporta dá notícia de
gigantescos gastos, em desperdício de recursos, por via do inchamento da
máquina pública, sem os devidos e indispensáveis estudos técnicos sobre a viabilidade
econômico-financeira, deixando visível a desorganização administrativa, com a
criação de várias empresas públicas e milhares de empregos, evidentemente para assegurar
a colocação da militância na administração pública, porque seria inviável outra
alternativa, constitui especialidade nefasta e perversa dos governos
socialistas, que não se preocuparam com a racionalidade administrativa do
Estado, em termos de economicidade e austeridade das contas públicas, conforme
ficou bastante claro no último governo afastado, que teve por causa exatamente
o rombo nas contas públicas, entre outras mazelas.
O
episódio em evidência faz lembrar outro fato extremamente deplorável, quando um
diplomata ocupava o cargo de ministro da Fazenda do governo tucano, sem
perceber que o microfone estava aberto ou ligado, comentou, à boca pequena,
pensando que não seria ouvido por ninguém, mais ou menos isso: "o que é
bom no governo agente diz, mas esconde aquilo que não presta, que é ruim".
Ou
seja, todas as coisas favoráveis aos governos petistas são divulgadas a todo
instante, justamente para impressionar e mostrar o seu lado bom, mas algo
terrível, nefasto e prejudicial ao interesse nacional e aos brasileiros, como a
matéria de que se refere o vídeo, dificilmente vem à tona, mas é muito bom que
isso ocorra, para que os brasileiros possam avaliar as verdadeiras qualidades
de quem administrou o país e a sua mentalidade quanto à liberalidade na
expansão da máquina pública, em clara demonstração de que não precisava ser
respeitada a notória e gigantesca escassez de recursos públicos, a exemplo da
criação absolutamente desnecessária, porque onerosa e inflacionária, entre
outros males, com o empenhamento de bilhões de reais, de empresas públicas e
milhares de empregos, visivelmente com vistas ao atendimento do ideário
partidário.
É
importante que a sociedade fique sabendo, com vistas a possibilitar melhor
avaliação sobre a índole dos homens públicos e seus governos, de que maneira o
país foi administrado e em quais circunstâncias, principalmente como essa, que
há claro desperdício de recursos públicos, em evidente ônus para os contribuintes,
com a criação de empresas e empregos desnecessários, quando ela é
insistentemente bombardeada com notícias ressaltando a priorização de medidas
em defesa do povo, como a distribuição de renda e outras semelhantes, mas
omitindo certamente de propósito o que não presta, porque isso pode prejudicar
interesses políticos, quando se sabe que deve prevalecer as causas nacionais,
em qualquer hipótese. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 6 de junho de 2018
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