terça-feira, 19 de junho de 2018

Aproveitamento do frágil sistema eleitoral

No momento de indefinições quanto ao futuro político-eleitoral, surgem propostas populares de muitos matizes, inclusive a que se refere à greve eleitoral, propugnando que o eleitorado se abstenha em votar, na próxima eleição, como forma clara de efetivo protesto. 
É preciso de reconhecer que o protesto eleitoral mais poderoso, com capacidade de letalidade se harmoniza com o princípio democrático segundo o qual o eleitor precisa votar em candidatos compromissados com a defesa do interesse da sociedade e procurar ser supercriterioso com a imperiosa necessidade de eliminação da vida pública daqueles que têm impregnado no seu histórico político, ou seja, na sua vida pública o ranço ou mesmo a mácula da corrupção, da prática de atos irregulares, contrários aos princípios da ética, moralidade, dignidade, honorabilidade e de outros ínsitos da decência nas atividades político-administrativas.
A greve, salvo melhor juízo, termina contribuindo para eleger maus políticos, porque seus eleitores normalmente são fanatizados e facilmente manipuláveis, pouco se importando com as falcatruas protagonizadas por aqueles que foram endeusados na trajetória política, principalmente diante da mentalidade medíocre e antipatriótica de que eles podem até nem prestar, como homens públicos, mas foram capazes de fazer algo em benefício do povo, embora sabidamente com recursos públicos, também aproveitados em seus objetivos pessoais e políticos.
O que o Brasil precisa mesmo e com urgência, na atualidade, é de cirúrgico e certeiro choque de moralidade, com vistas à eliminação da vida pública da podre e imprestável classe política, que tem sido compromissada com a pouca-vergonha justamente impregnada do populismo disseminado nas práticas políticas de total ineficiência, que infelizmente tem o nefasto e pernicioso poder da facilitação da permanência do status quo, da continuidade das políticas retrógradas direcionadas para determinados projetos ou atividades que têm por finalidade justamente a consolidação dos currais eleitorais e a garantia da eleição ou reeleição.
A greve político-eleitoral, data vênia, serve apenas para, de forma irresponsável e antipatriótica, se lavar as mãos diante das gritantes e ingentes precariedades que grassam no país, de forma lastimável e vergonhosa, que têm o condão de beneficiar justamente os péssimos e inescrupulosos políticos, que, em sintonia com suas estratégias políticas, sabem abrir a boca para proferir palavras em mimos à pobreza, afirmando a sua ferrenha vocação em defesa dos pobres, mas o seu histórico político é pródigo em mostrar exatamente que eles se aproveitam dessa fragilidade para se beneficiar da situação e permanecer profissionalmente na política.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que a moralização do sistema político-eleitoral somente será possível se todos decidirem sim votar, de forma maciça, exclusivamente imbuídos do propósito se promover verdadeira assepsia dos maus políticos da vida pública, de modo que a nova classe política tenha compromisso somente com a verdade, sinceridade e sobretudo com o empenho de ser verdadeira defensora dos interesses da população, com embargo dos políticos demagogos, hipócritas e que falam a língua do povo justamente para tirar proveito político-eleitoral e se manter triunfante na vida pública.
À toda evidência, é preciso que haja completa discordância do vigente  sistema político-eleitoral, por possibilitar a eleição de homens públicos visivelmente com pensamento dissonante dos ideais de satisfação democrática  do atendimento às necessidades públicas, com embargo de qualquer proposta que não seja à presença compacta dos eleitores às urnas, com o propósito de votar com vistas à purificação dos maus políticos, conquanto é consabido que a ausência ao sufrágio universal condiz com a nefasta contribuição desastrosa em apoio e favorecimento aos péssimos políticos tupiniquins, que defendem o quanto pior, melhor em beneficio da sua situação política, sem nenhum compromisso com as causas nacionais e da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de junho de 2018

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