No
momento de indefinições quanto ao futuro político-eleitoral, surgem propostas
populares de muitos matizes, inclusive a que se refere à greve eleitoral,
propugnando que o eleitorado se abstenha em votar, na próxima eleição, como
forma clara de efetivo protesto.
É
preciso de reconhecer que o protesto eleitoral mais poderoso, com capacidade de
letalidade se harmoniza com o princípio democrático segundo o qual o eleitor
precisa votar em candidatos compromissados com a defesa do interesse da
sociedade e procurar ser supercriterioso com a imperiosa necessidade de eliminação
da vida pública daqueles que têm impregnado no seu histórico político, ou seja,
na sua vida pública o ranço ou mesmo a mácula da corrupção, da prática de atos
irregulares, contrários aos princípios da ética, moralidade, dignidade, honorabilidade
e de outros ínsitos da decência nas atividades político-administrativas.
A
greve, salvo melhor juízo, termina contribuindo para eleger maus políticos,
porque seus eleitores normalmente são fanatizados e facilmente manipuláveis,
pouco se importando com as falcatruas protagonizadas por aqueles que foram
endeusados na trajetória política, principalmente diante da mentalidade
medíocre e antipatriótica de que eles podem até nem prestar, como homens
públicos, mas foram capazes de fazer algo em benefício do povo, embora
sabidamente com recursos públicos, também aproveitados em seus objetivos
pessoais e políticos.
O
que o Brasil precisa mesmo e com urgência, na atualidade, é de cirúrgico e
certeiro choque de moralidade, com vistas à eliminação da vida pública da podre
e imprestável classe política, que tem sido compromissada com a pouca-vergonha
justamente impregnada do populismo disseminado nas práticas políticas de total
ineficiência, que infelizmente tem o nefasto e pernicioso poder da facilitação
da permanência do status quo, da
continuidade das políticas retrógradas direcionadas para determinados projetos
ou atividades que têm por finalidade justamente a consolidação dos currais
eleitorais e a garantia da eleição ou reeleição.
A
greve político-eleitoral, data vênia, serve apenas para, de forma irresponsável
e antipatriótica, se lavar as mãos diante das gritantes e ingentes
precariedades que grassam no país, de forma lastimável e vergonhosa, que têm o
condão de beneficiar justamente os péssimos e inescrupulosos políticos, que, em
sintonia com suas estratégias políticas, sabem abrir a boca para proferir
palavras em mimos à pobreza, afirmando a sua ferrenha vocação em defesa dos
pobres, mas o seu histórico político é pródigo em mostrar exatamente que eles
se aproveitam dessa fragilidade para se beneficiar da situação e permanecer
profissionalmente na política.
Os
brasileiros precisam se conscientizar de que a moralização do sistema
político-eleitoral somente será possível se todos decidirem sim votar, de forma
maciça, exclusivamente imbuídos do propósito se promover verdadeira assepsia
dos maus políticos da vida pública, de modo que a nova classe política tenha
compromisso somente com a verdade, sinceridade e sobretudo com o empenho de ser
verdadeira defensora dos interesses da população, com embargo dos políticos
demagogos, hipócritas e que falam a língua do povo justamente para tirar
proveito político-eleitoral e se manter triunfante na vida pública.
À
toda evidência, é preciso que haja completa discordância do vigente sistema político-eleitoral, por possibilitar
a eleição de homens públicos visivelmente com pensamento dissonante dos ideais
de satisfação democrática do atendimento
às necessidades públicas, com embargo de qualquer proposta que não seja à
presença compacta dos eleitores às urnas, com o propósito de votar com vistas à
purificação dos maus políticos, conquanto é consabido que a ausência ao
sufrágio universal condiz com a nefasta contribuição desastrosa em apoio e favorecimento
aos péssimos políticos tupiniquins, que defendem o quanto pior, melhor em
beneficio da sua situação política, sem nenhum compromisso com as causas
nacionais e da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 19 de junho de 2018
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