O desembargador responsável pela Operação Lava-Jato
no Tribunal Regional Federal da 4ª Região validou os depoimentos pertinentes à
delação premiada de um dos principais artífices do PT e ex-ministro da Fazenda
do petista-mor, conforme noticiado pela mídia.
O aludido acordo foi celebrado com a Polícia
Federal, mas estava aguardando a validação daquele Tribunal, cujo conteúdo, em
forma de depoimentos e provas documentais, é mantido sob segredo de Justiça.
O ex-ministro está preso desde setembro de 2016,
por força de condenação no âmbito da Operação Lava-Jato, a 12 anos e dois meses
de prisão, por corrupção passiva e lavagem “de
mais de 10 milhões de dólares”, cujo dinheiro teria sido desviado da Petrobras,
para financiar campanhas políticas e enriquecimento pessoal.
Por enquanto, ainda não se sabe se a delação premiada
em causa implicará possível redução da pena aplicada ao ex-ministro, que a cumpre
na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
Em suas declarações ao juiz responsável pela
Operação Lava-Jato, o ex-ministro foi bastante incisivo e corajoso, quando fez
duras críticas ao até então amigo ex-presidente, ao afirmar, em audiência pública,
que o petista-mor teria negociado acordos ilícitos e milionários com a
empreiteira Odebrecht.
Diante das contundentes acusações, o todo-poderoso sempre
negou qualquer participação em transações ilícitas, tendo partido em revide, questionando
os depoimentos do seu ex-ministro, sob o argumento de que ele havia sido alvo
de pressões para denunciá-lo, sem fundamento e sem provas.
A homologação dos depoimentos de importante ex-homem
igualmente poderoso, inteligente, influente e mentor das principais ações
políticas do partido do ex-presidente, a quem foram confiadas a criação e a
execução das principais estratégias político-eleitorais da agremiação, tem
certamente o peso de toneladas de preocupação colocadas sobre as cabeças, os
ombros e, enfim, os corpos das lideranças do partido, porque ninguém melhor do
que ele para arquivar acervo com enorme capacidade explosiva e destruidora da
vida política de muita gente.
Nas circunstâncias de total confinamento nos porões
do encarceramento, totalmente isolado de tudo, inclusive da família, restou ao
ex-ministro, como forma capaz de, ao menos, minorar seu sofrimento, com a
antecipação de liberdade, revelar às autoridades, por meio de colaboração, o
denso e rico histórico das ilicitudes, falcatruas e toda espécie de maledicências
protagonizadas por membros do então poderoso e influente partido, que, por
certo, atingiu o poder e se manteve nele mediante o uso de procedimentos
ilegítimos e censuráveis, em dissonância com os princípios republicanos e
democráticos, à vista da expectativa sobre o real valor dos depoimentos
prestados à polícia, que não teriam o menor interesse se eles não tivessem a
relevante contribuição, em termos de preciosas informações sob a alçada da
Operação Lava-Jato.
A sociedade, no âmbito da normal ansiedade, tem
demonstrado o maior interesse em que as autoridades incumbidas das investigações
e dos julgamentos dos casos sob a sua incumbência institucional, a par dessas
valiosas informações, dinamizem os procedimentos capazes de levantar os fatos
pertinentes às denúncias em comento, com vistas ao julgamento, se for o caso,
dos envolvidos, o mais rapidamente possível, de modo que os beneficiários das
roubalheiras possam ser condenados ao ressarcimento dos valores desviados dos
cofres da Petrobras e às penas cabíveis, para que as medidas adotadas no âmbito
do Judiciário possam servir de lições exemplares e pedagógicas, no sentido de
serem evitados casos semelhantes aos protagonizados naquela empresa.
Os brasileiros honrados e dignos exigem que as investigações
e as decisões judiciais sejam de modo tão efetivamente exemplares que, com base
nos elementos apurados e levantados, com relação às denúncias oferecidas pelo
ex-ministro, se verdadeiras e incontestáveis, as pessoas e os partidos
envolvidos recebam as condenações proporcionais às suas práticas delitivas em
detrimento dos interesses da nação e da população, de modo que haja a condenação
para a devida reparação dos danos apurados e a decretação de degredo deles, em
razão da gravidade de suas atuações antipatrióticas, em forma do desvio deliberado
de recursos públicos para a satisfação de interesses pessoais e partidários,
com vistas às espúrias dominação das classes política e social e manutenção no
poder, sob o emprego de procedimentos ardilosos e ilegítimos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 23 de junho de 2018
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