sexta-feira, 1 de junho de 2018

Apelo à reflexão dos uiraunenses


Ainda sob o enfoque da trágica, precária e preocupante situação reinante na desorganização no sistema de tráfego em Uiraúna, Paraíba, tive a oportunidade de responder mais um importante lúcido e oportuno comentário, ainda no início do mês de abril, quando escrevi algumas interessantes crônicas abordando justamente esse tema, que foi considerado de suma importância para apenas algumas pessoas, que pensam igualmente a mim e também concordam com o completo desmazelo e a visível irresponsabilidade por parte das autoridades públicas incumbidas legalmente da manutenção do caos ali dominante, sem a menor perspectiva de alguma resposta saneadora.
Embora eu tivesse respondido à importante mensagem da lavra da senhora Katarina, conforme textos mostrados a seguir, minha intenção, na ocasião, era de tê-los transformados  em crônica, para o fim de constar de meu livro, mas o tempo passou e somente agora foi possível que isso acontecesse, para evidenciar, como fiz no artigo anterior, intitulado “Apelo à sensatez”, que, transcorridos longos dias, a insensibilidade daquelas autoridades ainda permanece intocável, insolente, a desafiar o bom senso e a razoabilidade.
À toda evidência, é indiscutivelmente inacreditável que tamanho disparate ainda possa existir, em pleno século XXI, causando visíveis e afrontosos transtornos à sociedade, mas os órgãos de controle e fiscalização, em especial o Ministério Público Federal, se mantêm travados e alheios diante do seu dever institucional de, no mínimo, exigir explicação para o abusivo e desidioso descumprimento das normas insculpidas no Código de Trânsito Brasileiro, que ainda caberiam inabilitação para o exercício de cargos públicos, aplicação de multas, na confirmação da observância legislação de regência, entre outras medidas coercitivas sobre a necessidade do efetivo cumprimento do dever funcional e legal.
A mencionada conterrânea escreveu trecho, em comentário a uma de minhas crônicas, vazado com expressões de pura sabedoria, tendo anotado exatamente o seguinte texto: “Sabe-se que há diversos e diferentes problemas que afetam a sociedade de forma geral. Vale ressaltar que dentre os problemas que vem afetando a população Uiraunense e circunvizinhas, a situação de acidentes no trânsito, bem como a violência tornaram-se problemas gravíssimos, e que deveriam ser tratados com extrema atenção pelas autoridades e pela população. Embora existam outros tantos problemas que de um tempo para cá vêm aumentando em Uiraúna, a exemplo da insegurança. A questão em relação ao trânsito da cidade é lamentável. É preocupante a real atenção que os motoristas têm com os pedestres, embora a falta de sinalização contribua com a maior parte do problema, e seja por essa razão a maior causadora de acidentes. Claro que a população tem sua parte de culpa em relação ao problema, porque infelizmente além da irresponsabilidade e atenção que tem no trânsito calamos diante de diversas questões existentes, tanto em nossa cidade como no Brasil, como todo. É preciso urgentemente a união da sociedade e das autoridades responsáveis, para que a situação possa ser resolvida de imediato!”.
Depois de ler expressões tão autênticas, sinceras e tocantes como essas ditas pela senhora Katarina, não posso deixar de externar sentimentos de alegria e de ressonância às precisas e abrangentes opiniões, que são dignas de aplausos, por refletirem muito do que existe de errado, não somente no trânsito de Uiraúna, como ela expõe com propriedade, fato que se pode inferir que a população precisa concordar com ela e deixar de ser eterna cúmplice com a irresponsabilidade refletida na omissão e no descumprimento de obrigações do Estado, previstas em lei.
É com muito prazer que felicito a prezada senhora Katarina, por sua exata compreensão sobre tema de suma relevância para os uiraunenses, que, desculpem-me a franqueza, precisam ter a dignidade para assumir enorme parcela de responsabilidade e cumplicidade pela lástima que grassa no trânsito, juntamente diante da indiscutível inércia das autoridades públicas incumbidas de zelar e cuidar do tráfego de veículos em Uiraúna.
É evidente que todos percebem e sentem, por ser cristalina, a tragédia que se abate na constância do cotidiano, em que o flagelo acontece com muita frequência, mas só resta único recurso irrecusável e imponderável, qual seja, a lamentação quando acontece mais um triste acidente, normalmente com clamoroso desfecho de mais caso que apenas é contabilizado nas estatísticas da história negra da cidade, sem que haja punição para quem se omite e se esconde por trás das suas incompetência e irresponsabilidade.
Nada adianta a gente ficar malhando em ferro frio, quando a própria sociedade se omite, não tendo coragem nem altivez para exigir o cumprimento de algo que integra seus direitos primários e essenciais, permitindo que as suas tolerância e covardia cívicas nutram ainda mais as extremadas inércia, omissão e irresponsabilidade, escancaradas, encarnadas, transparentes ínsitas naquelas autoridades, que não têm o mínimo de sensatez nem dignidade para dizer à sociedade o porquê das notórias desorganização e desestruturação do sistema de tráfego da cidade, cuja fragilidade é extremamente pernicioso para a própria comunidade.
As notórias e estúpidas falhas no trânsito da cidade são vergonhosas à vista de visitantes, em especial para quem está acostumado a conviver com o trânsito com o mínimo de civilidade e humanização, ficando a lamentar como povo tão maravilhoso e evoluído ainda é tão insensível, a ponto de se submeter à situação tão deprimente e absurda, ao aceitar passivamente que o trânsito da sua cidade esteja ano-luz da atualidade que precisa estar, em termos do indissociável respeito às normas de trânsito.
Na verdade, é inadmissível que, no contexto atual, à vista da modernização propiciada pela normal evolução humana, a apresentar fase bastante avançada dos conhecimentos e mecanismos sociais, não é preciso muito esforço de reflexão para se conscientizar o povo sobre a urgente necessidade de ser transmitido aos seus representantes políticos que a organização do tráfego de veículos de Uiraúna é ação essencial eleita para ser urgentemente saneada, com vistas à satisfação do bem comum, de incumbência constitucional e legal do Estado.
Diante do exposto, concito meus conterrâneos a fazerem avaliação e se conscientizarem sobre o que é realmente melhor para a comunidade de Uiraúna, se a permanência da atual situação caótica e nefasta do sistema do tráfego de veículos ou se é preferível brigar, no bom sentido, em defesa de causa justa, no sentido de se exigir que as autoridades públicas incumbidas do dever legal de zelar e cuidar da integridade e segurança do trânsito cumpram o seu dever funcional e legal, com a devida urgência e em consonância com o melhor sentimento de respeito ao salutar princípio da civilidade, que precisa imperar no trânsito da cidade, em benefício da vida, em termos de proteção e segurança. Acorda, Uiraúna!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de junho de 2018

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