A
acachapante e surpreendente derrota da Seleção Alemã de Futebol por 2 a 0 para
a Seleção de Futebol da Correia do Sul soou como se tivesse sido verdadeira vingança
sobre a humilhante e inesquecível surra de 7 a 1 sofrida pelo Brasil, na Copa
do Mundo de 2014, cujo resultado interrompeu, naquela ocasião, o caminho da
seleção canarinha rumo ao hexacampeonato, posto que se tratava da semifinal.
O
nosso algoz certamente jamais imaginaria que aquele dia aziago de 8 de julho da
Copa de 2014, no Brasil, pudesse ser de igual forma experimentado com o
requinte de estarrecedora crueldade, porque a vexatória derrota acontecida hoje
teve como algoz senão uma seleção classificada no ranking da Fifa em 56ª lugar,
ou seja, a surra se torna ainda mais humilhante, com sabor ainda mais
decepcionante porque até seria natural que a atual seleção campeã de futebol
tivesse perdido para outro time da sua paridade, do seu quilate, mas não,
trata-se de seleção bastante longe do convívio das famosas, que se encontra
naquele lugar exatamente porque não desfruta do conceito das grandes seleções
mundiais.
Convém
que seja enaltecido que, no mesmo dia da fragorosa derrota da Alemanha, o
Brasil teve a alegria de comemorar importante vitória nos gramados russos,
quando se classificou, com mérito, para disputar a próxima fase, conhecida por
mata-mata, na qual avança somente o time que tiver competência para trucidar
seus adversários, i.e., ganhar deles.
À
toda evidência, o Brasil não vem jogando ainda o futebol nada excepcional, mas
o suficiente para superar as dificuldades próprias da disputa de jogos da Copa
do Mundo, tendo derrotado a Seleção de Futebol da Sérvia, por 2 a 0, o
necessário para continuar no campeonato e se manter vivo na disputa em rumo ao
tão ansiado hexacampeonato de futebol.
É evidente que os deuses do
futebol sabem muito bem o que é melhor para o futebol tupiniquim, porque eles perceberam
a tempo, para o bem da seleção verde-amarela, que o precoce duelo entre as duas
seleções brasileira e alemã estaria selando a sorte antecipada de uma das
seleções para a conquista do hexa ou do pentacampeonato, respectivamente para o
Brasil ou a Alemanha, uma vez que esta era a única que poderia se igualar ao
Brasil, eis que a outra seleção nas mesmas condições seria a italiana, haja
vista que ambas já conquistaram o tetracampeonato mundial de futebol.
A
derrota da Seleção de Futebol Alemã mostrou a grande diferença de sentimentos
dos povos brasileiro e alemão, enquanto o nosso derramou rios de lágrimas, que
encheram os mananciais brasileiros em 2014, diante da histórica paulada
representada pela derrota imposta pelos alemães, hoje se viu que essa de chorar
não faz parte da cultura daquele país, porque foram vistos casos isolados, em
demonstração de que tem muito mais coisas importantes para se preocupar,
porquanto lá não é como no Brasil, que considera a seleção canarinha a pátria
de chuteiras, que, aliás, deve ser o único país do mundo que torce de forma
ensandecida e apaixonada.
É preciso se atentar para o fato
de que, não fosse a eliminação da Alemanha, conforme o resultado da
classificação dela, o Brasil já poderia disputar o próximo jogo contra os alemães,
o que poderia se transformar em algo bastante traumático para a seleção
canarinha, que certamente seria levado para o gramado, ainda nesse fase inicial
o duelo do século, esperado para tira-teima, em forma de revanche dos mais
disputados da história do futebol mundial, porque o Brasil, por certo, não
gostaria de perder oportunidade especial para se vingar diretamente, sem necessidade
de ter agradecido pelos “serviços” mais do que especiais prestados pelo
excelente time da Coreia do Sul, evidentemente pelo obséquio, em forma de
façanha, protagonizada hoje, em nome de uma nação chamada Brasil, que
certamente lavou a alma com a derrota da todo-poderosa Seleção Alemã de
Futebol.
A
verdade é que a Seleção de Futebol do Brasil, em cada jogo, precisa mostrar
que, enfim, conseguiu superar aquela desmoralizante derrota ocorrida no
Mineirão, para que, aos poucos, o demolidor tratoraço que a atropelou, de forma
impiedosa, passe a figurar apenas como derrota acontecida como desvio de
percurso, que precisa ser esquecida o mais rapidamente possível, com o acúmulo
de grandes vitórias conquistadas sobre seleções de prestígio, no cenário
mundial, ou seja, que o vergonhoso constrangimento seja transformado em
retumbantes vitórias, em demonstração de que a desgraça daquela copa teve o
mérito de unir os jogadores atuais para propósito capaz de contribuir com algo
especial que possibilite a volta por cima e a recuperação do prestígio do
brilhante futebol brasileiro, desfilado com muita graça nos campos mundiais, a
merecer não somente os aplausos dos brasileiros, mas de todos que valorizam a
boa arte do futebol mágico.
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 27 de junho de 2018
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