Embora os caminhoneiros tenham conseguido desconto
de R$ 0,46 no litro do óleo diesel, os presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal não vislumbram qualquer possibilidade na queda dos preços da
gasolina, do etanol e do gás de cozinha, em que pesem seus preços estarem nas
alturas, a exemplo do que ocorre m Brasília, onde o litro da gasolina está
sendo vendido, em média, ao preço de R$ 5, nos postos, enquanto o botijão de
gás atinge o valor altíssimo de R$ 80,00, bastante dispendioso para famílias
pobres.
Aquelas
autoridades entendem que a margem de manobra orçamentária é muito pequena para
o governo atuar na redução dos preços dos citados produtos, que ainda se depara
com travas da Lei de Responsabilidade Fiscal e da emenda à Constituição que estabeleceu
teto para os gastos públicos.
O
presidente da Câmara acredita que a única política viável para o momento é o
uso de impostos flutuantes, que seriam reduzidos no caso de alta do valor do
petróleo, embora reconheça que essa medida não reduz o elevado preço dos
combustíveis, por apenas contribuir para suavizar as oscilações de mercado.
Não
obstante, a referida medida ganha força desde algum tempo, no Ministério de
Minas e Energia, como forma de amortecer o impacto da volatilidade dos preços
nas bombas.
Para
o governo, não haverá mudança na política de preço da empresa, o que vale dizer
que os aumentos vão seguir a prática dos aumentos e da diminuição, na
conformidade com a variação dos preços internacionais do petróleo.
O
presidente da Câmara, que é pré-candidato à Presidência da República, é
favorável que o governo crie mecanismo para beneficiar os mais pobres,
sinalizando solução que permita se ampliar o valor do Bolsa Família,
direcionando o recurso para a compra do botijão, tendo afirmado que "Agora tem que ter paciência, entender que
não tem mágica, que a Petrobras já foi usada de forma equivocada. Há um
problema grave, o orçamento público está esgotado. Não há mais espaço para
grande interferência no Orçamento".
Por
seu turno, a líder do MDB no Senado afirmou que “a Petrobras é uma empresa estatal e, por isso, precisa dar uma parcela
de contribuição para que a população não seja penalizada. Para ela, o atual
patamar dos combustíveis e do gás de cozinha é "irracional, absurdo e
precisa ser reduzido".
A
parlamentar afirmou que “o
estabelecimento de um colchão que evite variações bruscas nos preços não é
suficiente.” e defende que “a solução
do problema passe necessariamente por cortes no ICMS, imposto arrecadado pelos
estados.”.
Como
se sabe, 28% do preço da gasolina, na bomba, corresponde à cobrança de ICMS,
fato esse que levou a parlamentar a argumentar que a alta dos combustíveis contribuiu
para aumentar a arrecadação do tributo, em benefício dos cofres estaduais, com
o que "Não há como negar que quem
mais está ganhando com a alta dos combustíveis são os estados.", cujos
governos dizem não poder abrir mão do que arrecadam.
Em
Pernambuco, o secretário de Planejamento disse que o combustível representa 20%
da arrecadação do estado e que "Estamos
executando o orçamento com a previsão de receita. O ICMS paga saúde e educação.
Reduzir este tributo seria mais um ataque ao pacto federativo".
O
secretário de Tributação do Rio Grande do Norte disse que "Os estados e municípios estão com orçamentos
estrangulados. Ajustar o equívoco da política de preços dos combustíveis no
atual modelo de receitas públicas é gravíssimo, vai comprometer serviços".
O
presidente do Senado disse que "Reforma
tributária tem que ser debatida com os candidatos a presidente, assim, a população
vai escolher sabendo o que pensa e o que fará o novo presidente que será
eleito. É necessário este debate com aqueles que pensam em governar o país".
Conforme
as estatísticas, desde 2016, quando a Petrobras adotou a nova política de
preços, com base nas valorizações dos valores do dólar e barril de petróleo, o
litro da gasolina teve aumento de mais de 20%.
O
presidente da Câmara afirmou que é preciso dialogar com os governadores, com
relação ao ICMS, porque "Está todo
mundo quebrado", tendo defendido também reformas administrativa e
tributária. Com informações da Folhapress.
Embora
a petrolífera seja empresa estatal, ela somente poderia dar a sua contribuição,
por lei, na proporcionalidade de 51%, porque o capital restante pertence a
particulares, os investidores que aplicam parte da sua economia, na esperança
de retorno, em forma de rendimentos, o que vale dizer que estes não podem arcar
com a política de subsídio aventada pela parlamentar, exatamente por falta de
amparo legal.
Em
se tratando de gestão pública, os políticos, com surpreendente singeleza de
honestidade, estão convictos de que a administração pública, em todos os
níveis, está quebrada, endividada, compromissada e fragilizada, em termos de
contas públicas, e isso não é nenhuma novidade, porque os fatos falam por si
sós, a exemplo de estados que não conseguem sequer pagar em dia seus
servidores, que se trata de obrigação constitucional do Estado.
Não
obstante, ninguém, nenhum político se atreve a imaginar que só existe único
caminho com real poder de solucionar, em definitivo, esse tormentoso imbróglio que
é atribuída a responsabilidade aos bestas dos contribuintes, qual seja, a
racionalização dos serviços públicos de incumbência de cada unidade federativa,
por meio de reformas abrangentes e profundas, de modo que sejam reduzidos o
quadro de pessoal, as empresas estatais, os gastos supérfluos, as mordomias, os
exageros de gastos desnecessários, com o que a máquina pública tenha condições
de funcionar absolutamente com estrutura indispensável e capaz de cumprir, com as
devidas eficiência e presteza, a sua missão constitucional de satisfação do
interesse público.
A
existência de tributos em exorbitância tem a exclusiva finalidade de suportar
os gastos também em exagero, que se tornam pesado ônus para os contribuintes,
que já não suportam tamanha carga tributária sobre seus frágeis ombros, para a
manutenção de serviços públicos sabidamente desnecessários, obsoletos,
ineficientes, dispendiosos, precários e acima de tudo contraproducentes, que
não resistem a reformas profundas, responsáveis e imprescindíveis, como forma
de propiciar a eficiência das atividades indispensáveis ao atendimento
satisfatório do interesse público.
Um
exemplo clássico que se poderia aventar seria com relação aos parlamentares,
que continuariam certamente produzindo com a devida e necessária eficiência se eles
passassem somente a receber a remuneração básica própria dos demais servidores
públicos, obviamente com a eliminação generalizada de tudo o mais que não se
justifica, nas circunstâncias de escassez de recursos, como fazem normalmente nos
países sérios, civilizados e evoluídos, em termos econômicos, políticos e
democráticos.
É
evidente que, além da eliminação das verbas de representação, auxílios, ajudas,
aposentadorias precoces, mordomias referentes a carros, motoristas
particulares, combustíveis, passagens, cartões corporativos, correios,
telefones, impressos, e tudo o mais que não se justifica, em razão da premente
necessidade de enxugamento de despesas que não fazem a menor diferença, à vista
dos exageros em tudo, quando já existe a remuneração básica de quase R$ 34 mil,
que é valor bastante expressivo para o tão pouco que eles fazem em benefício da
sociedade, o que vale dizer que há tremenda injustiça, em termos de
custo-benefício, diante da montanha de recursos ora destinados às atividades
legislativas,
À
toda evidência, as atividades legislativas precisam passar também por urgente
reforma, com a redução da quantidade de congressistas para, no máximo, a metade
da existente na atualidade, porque certamente a sua produtividade ganhará muito
em efetividade e eficiência, principalmente se eles tiverem dignidade para
cumprirem carga semanal de trabalho de 40 horas, seguindo o exemplo dos
servidores estatutários, que somente têm a remuneração e a obrigatoriedade de
prestar 40 horas semanais de trabalho duro e exemplar.
Ainda
sob o enfoque de reforma na administração pública, como justificar que o
Congresso Nacional, um único edifício, tenha o exagerado suporte de enorme
empresa que emprega, pasmem, mais de 20 mil servidores, o que demonstra
estapafúrdia irracionalidade, que órgão que poderia funcionar com extrema
eficiência se tivesse, no máximo, pouco mais de 5 mil servidores.
Enfim,
o que importa mesmo é que os políticos e os administradores públicos não estão
preocupados com o alívio da carga tributária, que seria operada com a reforma
geral e abrangente do Estado, nas suas esferas federal, estadual e municipal,
em que seriam obrigatórios ao enxugamento de pessoal, à diminuição dos órgãos e
à implantação de mecanismos de competência e eficiência, permitindo que o bom
senso e a racionalidade fossem o norte das atividades públicas, tendo como
consequência a gigantesca redução dos tributos.
Na
atualidade, a carga tributária não pode ser diminuída porque agravaria ainda
mais e de forma perigosa as perniciosas e nefastas incompetência e ineficiência
do Estado, que precisa continuar exatamente como está, na visão absurda,
medíocre e irresponsável dos políticos, que somente conseguem enxergar os
interesses pessoais, políticos e partidários, em sintonia com o estapafúrdio
sentimento em defesa da absoluta dominação das classes política e social e da
conquista e permanência no poder, em cristalino detrimento das causas nacionais
e dos brasileiros, porque não há mínimo esforço para que as máquinas dos
Estados se tornem efetivamente competentes e eficientes, em termos de
administração moderna e produtiva, com vistas à observância dos princípios
essenciais da economicidade e da austeridade com relação aos escassos recursos
públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 10 de junho de 2018
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