Segundo foi divulgado na mídia, o Ibope acaba de “divulgar pesquisa eleitoral sobre a intenção
de voto dos brasileiros para a Presidência da República no primeiro turno.”.
A
direção do Ibope esclarece que o levantamento em apreço ouviu dois mil
eleitores, espalhados por 128 municípios, entre os dias 21 e 24 do fluente mês.
Foram
apresentados dois cenários, com e sem a participação do ex-presidente da
República petista na disputa, que se encontra preso desde o dia 7 de abril
último, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde cumpre
pena de 12 anos e um mês de prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro, na operação Lava-Jato, com relação ao caso do tríplex.
Por
já ter sido condenado na segunda instância, o político, de quebra, também se
tornou inelegível, por força das normas insculpidas na Lei da Ficha Limpa, e
dependerá da Justiça Eleitoral para concorrer ao cargo presidencial, muito
embora a legislação eleitoral somente abre exceção para casos excepcionais.
Conforme o resultado da aludida pesquisa, o
petista tem 33%
de intenção de voto, frise-se, dos dois mil eleitores consultados, vindo em
seguida o deputado federal ultradireitista pelo Rio de Janeiro, com 15%, e a
ambientalista, com 7%.
É
preciso que o responsável pela divulgação da pesquisa em referência tenha o
mínimo de sinceridade, espírito público e responsabilidade cívica, para
divulgar exatamente o que diz o resultado da consulta realizada, conforme dito
acima, junto a 2.000 eleitores, ou seja, repita-se, foram ouvidas duas mil
pessoas, que deram sua opinião, não é verdade?
Não
obstante, o autor da notícia diz, sem o menor pudor nem responsabilidade com a
verdade, em se tratando de coisa importante e da maior seriedade, que "(...)
a intenção de voto dos brasileiros para a
Presidência da República no primeiro turno.", fato que não condiz com
a realidade, porque o resultado da pesquisa somente pode ser analisado e principalmente
avaliado com base na opinião das 2.000 pessoas consultadas e jamais com relação
aos brasileiros, o que é bem diferente, em termos de informação para a opinião
pública, não é mesmo?.
A
bem da verdade e de respeito ao público, a notícia correta, que corresponde
exatamente à realidade, deveria ter sido a seguinte: “(...) a intenção de voto dos dois mil eleitores
consultados para a Presidência da República, no primeiro turno.".
Vejam
que os eleitores brasileiros habilitados ao voto, ou seja, em condições reais
de eleger os candidatos a cargos públicos eletivos, já ultrapassaram de 146
milhões, fato que tem astronômica diferença entre a quantidade consultada e a
realidade existente de votantes, não é mesmo?
Outro
fato bastante interessante, que chama a atenção até mesmo de quem não é
especialista em sistema eleitoral, é a quantidade informada dos municípios, no
total de 128, sem haver a indicação precisa e exata sobre as localidades e
muito menos sobre as regiões brasileiras nas quais as pesquisas foram realizadas,
ou seja, há a falta das indicações das maiores concentrações das pesquisas, se
em cidades do Nordeste, do Sul ou de qual região, se em cidades pequenas ou
grandes, se na periferia (de população menos informada) ou nos centos, em setores
de classe alta ou baixa) etc., sabendo-se que há regiões do país com enorme predominância
de eleitores absolutamente favoráveis a determinado candidato, em razão da notória
compensação conhecida pela importantíssima distribuição de renda, como se os
recursos não proviessem dos sacrificados contribuintes.
Além
do mais, é sabido que o Brasil tem mais de 5.750 municípios, diante de apenas
128 onde houve as consultas eleitorais, o que também é outro dado nevrálgico relevantíssimo
para a cogitação sobre a preferência do eleitorado, que, por enquanto, ao que
parece, tem servido como elemento de manipulação a serviço de pesquisa
eleitoral absolutamente desacreditada e pouco confiável, em termos exatos sobre
a preferência eleitoral, dando a entender que se trata de pesquisas sob encomenda,
feitas por interesses e destinadas ao atendimento de conveniências, com a
finalidade de beneficiar alguém, não é verdade?
Ademais,
para se ter ideia sobre a exata representatividade dos dados levantados na
pesquisa em comento, os dois mil eleitores consultados correspondem a
exatamente o percentual de 0,000014% (2 mil de 146 milhões) do total de
eleitores brasileiros e 2,85% (128 de mais de 5.750) do total dos municípios, o
que, convenhamos, são dados superinsignificantes para alguém pretender se
arvorar a tentar fazer avaliação sobre o possível desempenho político eleitoral
dos candidatos presidenciais, em termos da contagem de votos para eles,
justamente porque é evidente a estupenda fragilidade da base de dados, não é
mesmo?
Não
se quer dizer com isso que as pesquisas em si estejam maculadas, mas sim apenas
tentando mostrar, de forma bastante didática e pedagógica possíveis, a
realidade que as pessoas ignoram e quem tem interesse no resultado delas não
esclarecem os fatos exatamente na forma como é mostrada neste texto, que não tem
qualquer objetivo senão de contribuir para a melhor interpretação por parte dos
interessados sobre a verdade quanto àquilo que ninguém tem interesse de
fazê-lo, qual seja, mostrar a verdade sobre o significado das pesquisas em si,
como forma de deixar o eleitor minimamente informado sobre determinada
pesquisa, que precisa ser entendida como situação bastante restrita, como se
viu acima, em relação à globalização do sistema eleitoral, não é verdade?
Diante
dessas questões técnicas suscitadas, com a maior plausibilidade, pode-se, sem o
mínimo de esforço, concluir que as pesquisas eleitorais carecem de
esclarecimentos sobre a sua dinâmica e mais credibilidade, à vista das supracitadas
constatações, de modo a se mostrar aos eleitores brasileiros elementos capazes
de se assegurar que os resultados das consultas realizadas têm realmente fundo
de fidedignidade e são de extrema precisão, diante da necessidade da validade
jurídica e material para se transmitir, com segurança, à opinião pública a
certeza de que o seu resultado reflete o desejo sincero e honesto de mostrar o
quadro político, sem qualquer subterfúgio ou forma de manipulação ou enganação aos
eleitores, como fazem normal e naturalmente os países sérios, civilizados e
evoluídos, em termos políticos, eleitorais e democráticos, que precisam ser
acompanhados pelos países que não podem mais deixar de imprimir o mínimo de
dignidade e vontade de proceder com correção, lealdade e, sobretudo, espírito
público, com a responsabilidade inerente às atividades político-eleitorais. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de junho de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário