Tem
sido motivo de muita satisfação para mim as manifestações de carinho externadas
por pessoas bondosas, por ocasião do anúncio da publicação de mais um livro da minha
lavra, todas em apoio ao meu trabalho literário.
Fiquei
muito feliz com a manifestação longa, minuciosa e precisa de meu amado irmão Francisco
Cláudio Fernandes, que assim se expressou, verbis:
“Querido e
estimado irmão, parabéns por mais este livro. Mas eu quero felicitar por mais
esta homenagem em que você está fazendo nesta edição. Antônio Olinto, ser
humano de um grande coração, simples, fala mansa, tranquilo e especialmente
amigo. Falar de pessoas tão queridas e que fizeram e fazem parte de nossa
história, quanta alegria ter vivido e conhecido pessoas como Antônio Olinto,
Bonifácio Fernandes, maestro Ariosvaldo e outros mais que deixaram um grande
legado para todos nós. Você trouxe para o presente uma parte de nosso passado.
Espero de coração, que com este ato sirva de alerta para que todos não esqueçam
que a nossa história foi e será feita por pessoas como estas. Como podemos
esquecer de Candinha, Enfermeira Rosinha, Fernandinho, cabocla, Chico Branco,
Zé Campina, Zé e Raimundo Daniel, Joaquim Costa, Ananias Figueiredo, Chico
Euclides, Nozinho Barbosa, Cirilo Félix, Antônio Aquino, Odeo Fernandes, Joel
Vieira, Primo Fernandes e outros tantos que deixaram os seus legados. Por favor,
me perdoem em deixar de citar outros nomes. Não vamos esquecer a nossa história.
Infelizmente quando vou à nossa Uiraúna, tenho que ir ao cemitério para lembrar
de nosso passado e ver em fotos a nossa história.”.
Em
resposta ao querido irmão Cláudio, me manifestei agradecido e dizendo que suas palavras
tocantes me deixaram muito sensibilizado, por elas exprimem por si sós e mostrarem
o real sentimento que precisamos ter no coração, em relação às pessoas que
merecem a nossa gratidão, porque elas se tornaram símbolo de amor ao povo de
Uiraúna, por tudo que fizeram em seu benefício, razão pela qual o maior esforço
que se faça na busca do reconhecimento de nossos heróis e heroínas é
simplesmente o mínimo de demonstração de nosso eterno amor por eles.
Na
ocasião, disse a ele que se eu não estivesse distante da terrinha há mais de 52
anos, quando de lá saí no limiar do ano de 1966, certamente estaria lá agora
enlouquecido brigando ferozmente para que as autoridades públicas tivessem o
mínimo de sensibilidade para causa da maior importância cívica para a cidade.
Também
manifestei minha tristeza de perceber o pouco ou nenhum interesse dessas
autoridades que, no futuro, puderam ser igualmente relegadas ao esquecimento e
ao desprezo dessas gerações, na mesma proporção como acontece na atualidade, ou
seja, com o total desprezo, dando a entender que elas se esquecem que seus
familiares, como netos, bisnetos etc. e amigos não vão continuar e podem achar
que seu legado tenha sido de somenos importância, em termos de contribuição
para o bem comum da cidade, e, por isso, elas não serão merecedoras do
reconhecimento.
De
igual modo, afirmei que estava muito triste com a demonstração de
insensibilidades para com os valores culturais da cidade, que mesmo sendo
objeto de veementes alertas, na forma reiterada como tenho feito, isso não
merecem sequer uma nota de esclarecimento, em se tratando que a administração
pública tem o dever legal da transparência e da informação à sociedade, como
forma de responder ao seu anseio quanto aos fatos de interesse público, como
nesse caso do reconhecimento oficial sobre o legado de nossos construtores da cidade,
que merecem o destaque nos anais da história de Uiraúna.
Ultimamente, tenho falado e enaltecido sobre a necessidade do
reconhecimento do trabalho de grandes construtores do bem de Uiraúna, na forma
da concessão do título de herói ou heroína, tendo citado como exemplo a
extraordinária e notável obra de Bonifácio Fernandes como merecedora de honraria
dessa magnitude.
Diante
disso, penso que é importante que fique acentuado que o meu propósito da criação
do título de herói tem a ver exclusivamente com o reconhecimento de ser humano
possuidor dos atributos excepcionais e incomparáveis, em superação sobre-humana
por meio da execução de atividades indispensáveis ao bem comum, sem que precise
a caracterização de coragem e bravura, mas tão somente de extremada disposição para
marcar a sua presença na comunidade com seu trabalho voluntarioso e capaz de
solucionar situações críticas da sociedade.
O
trabalho que me refiro de puro heroísmo tem que atender ao requisito primordial
do reconhecimento como genuinamente útil, generoso e singular no seu oficio, de
modo que o seu desempenho possa ser caracterizado como atitude altruísta, pelo
simples prazer de agir com o espírito estritamente humanista e a devoção voltada
para o bem-estar de seu próximo, sem qualquer motivação egoísta de
autopromoção.
Na
concepção moderna, a figura do herói e da heroína se confunde com o protótipo
do ser humano que se presta como referência benfazeja a sociedade e a sua obra
precisa ser apontada para as gerações seguintes como padrão e modelo de atitudes
que revolucionaram, no bom sentido do comportamento humano, naquilo que fizeram,
tanto é verdade que o seu legado apenas precisa se consolidar no tempo.
Convém
que seja reconhecido que herói da contemporaneidade pode ser caracterizadas tão
somente pelo resultado de trabalhos excepcionais e extraordinários, por pessoas
comuns, que apenas conseguiram ser diferentes e imprimiram, na história de uma
comunidade, a sua marca de singularidade e de altruísmo, servindo de poderoso exemplo
para gerações.
Fora
de dúvida, o herói se eterniza no tempo, por se tornar sujeito especial, que teve
oportunidade de se destacar por mera razão de seu trabalho voluntarioso, diante
da sua importância e do seu valor em determinados contextos da vida da
comunidade, conseguindo o reconhecimento de ser merecedor desse título
exclusivamente por força da sua vocação de servir o seu semelhante, de forma
voluntária, incondicional e altruísta, com a superação de dificuldades,
sacrifícios e escassez de recursos materiais, pessoais e financeiros.
Na
minha modéstia concepção de avaliação dos conceitos humanos, as características
apontadas acima são absolutamente atendidas pelo meu indicado, em primeiro
plano, que é Bonifácio Fernandes, que tem a minha preferência, como modelo
exemplar a ser seguido como notável ídolo e herói, que soube como poucos honrar
a sua situação de ser humano, no sentido próprio do vocábulo, e ainda mostrou
aos seus pares a maneira mais elementar de como o amor cristão pode ser
disseminado no dia a dia, com a multiplicação de magnânimas ações de
benemerência ao seu semelhante.
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 16 de junho de 2018
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