sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Maquiavélico indulto


Segundo notícia publicada na mídia, a cúpula do Partido dos Trabalhadores mantém em pauta, como prioridade, a ideia de indultar o ex-presidente da República petista, caso o seu candidato à Presidência da República vença a próxima disputa ao Palácio do Planalto.
Em contato com importante colunista política do jornal a Folha de S.Paulo, um cacique do PT afirmou que realmente isso é cogitado como um dos primeiros atos políticos da gestão petista, caso o seu candidato seja eleito.
Não obstante, o mencionado dirigente acredita que a referida medida somente seria possível se o ex-presidente for convencido de que essa é a proposta mais rápida para tirá-lo do cárcere, porque ele tem confessado que não é favorável à ideia, conquanto o seu desejo sempre foi o de ser inocentado pelos tribunais.    
Por seu turno, o candidato presidencial já disse que essa hipótese depende da decisão do principal interessado, que precisa ser respeitado, com relação à sua conveniência.
O político precisa saber que, para ser inocentado pelos tribunais, é preciso que ele produza contraprovas com forças capazes de pôr por terra as provas coligidas, de forma robusta e consistente, pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, que serviram de base para a sustentação das sentenças condenatórias proferidas pelas primeira e segunda instâncias, em razão justamente de ele ter sido incapaz de apresentar argumentos e elementos destruidores dos fatos denunciados na Justiça.
Fato é que essa notícia é de suma importância para o mundo político, principalmente para os eleitores que sabem perfeitamente o verdadeiro valor de se passar o Brasil a limpo, notadamente no que diz com a pouca-vergonha do descaramento pelo emprego, com destaque no meio político, do “jeitinho brasileiro” para solucionar os casos mais intrincados e que não são possíveis de solução pelos caminhos legais e morais.
Não custava absolutamente nada que o próprio implicado com a Justiça tivesse se esforçado em competência para provar algo tão singelo que ele mesmo qualifica de ser inocente e isso se prova com elementos juridicamente válidos, bastando os levar perante a Justiça, que os analisará e, estando tudo devidamente justificado, o libera das acusações sobre a prática de irregularidades com recursos públicos.
Isso não exige esforço algum quando a pessoa tem certeza que é inocente, conforme ele se cansou de propagar que não tem culpa de nada sobre os fatos denunciados, ainda mais quando ela dispõe de competente batalhão de dezenas dos melhores advogados do Brasil, que sabem melhor do que ninguém o caminho das pedras, ou seja, os meios jurídicos capazes para se conseguir comprovar a inculpabilidade sobre a prática das irregularidades objeto da demanda judicial.
Essa ideia estapafúrdia de indulto jamais deveria ser imaginada, quando medida extrema desse jaez somente se aplica para casos em que o próprio condenado se convence que é realmente culpado, ao contrário do que se refere ao principal político do país, que jura aos quatro cantos a sua inocência, embora não tivesse conseguido demonstrá-la perante a Justiça, tanto é verdade que ele se encontra preso.
Esse fato não condiz nem de longe com o cogitado emprego de indulto para ele, que sabe perfeitamente que é imaculado, uma vez que cidadão que tem convicção sobre a sua inculpabilidade acerca dos fatos denunciados à Justiça, mas certamente não o faz comprovação disso por conveniência pessoal de múltiplos interesses, como, por exemplo, político, que parece ser o preferido pelo principal homem público petista, que apenas se agarrou nessa ideia de ficar preso mais pelo desejo de mostrar perseguição política, motivada, como se alega, por injustiça de seus opositores e principalmente para se tornar pivô do mais escandaloso caso de político vítima da crueldade praticada pelo sistema judicial, exclusivamente para tirar proveito político da situação.
Ou seja, ficando caracterizada a perseguição e consolidado o atroz processo de vitimização, o político estaria, finalmente, em plenas condições de ser proclamado, por vias legais, o deus que tem sido, mas sem ainda ter a devida confirmação que adviria com a consumação de seus planos maquiavélicos, que infelizmente não se tornaram realidade por obra e graça da sua incompetente estratégia, naufragada que foi diante da fragilidade de suas contraprovas apresentadas à Justiça, que foram consideradas inconsistentes ante a gigantesca força das provas juntadas aos autos pela referida força-tarefa, confirmando a materialidade dos fatos denunciados à Justiça. Acorda, Brasil!
Brasília, em 14 de setembro de 2018

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