Diante
da preocupante repercussão com o injustificável silêncio papal, a Santa Sé chegou
à conclusão que dará os “esclarecimentos
necessários” após os recentes ataques diretos e contundentes de grupo
ultraconservador da Igreja Católica contra o santo pontífice, conforme anúncio
feito pelo C9, que é o conselho de cardeais que colabora com o papa, na tentativa
de reforma do Vaticano.
Como
vem sendo objeto de notícias permanentes, acusado por prelado conservador
italiano de proteger um cardeal americano, suspeito de praticar abusos sexuais
a seminaristas e sacerdotes, o sumo pontífice se negou até agora a fazer
comentários sobre o episódio, o que tem sido motivo de muitas críticas por
parte dos católicos.
É
possível que essa situação venha a mudar, porque, em comunicado, o conselho de
cardeais se manifestou em “plena
solidariedade com o papa Francisco” neste debate que divide profundamente a
Igreja americana e sacode todo o Vaticano, afirmando que a Santa Sé está “formulando os esclarecimentos necessários”.
Em
um folheto publicado recentemente, na mesma época da visita do papa à Irlanda,
um arcebispo que foi núncio (embaixador) do Vaticano em Washington, entre 2011
e 2016, acusou com veemência, por meio de documento de 11 páginas, o papa de
ter ignorado, pelo período de cinco anos, os relatórios sobre um cardeal
norte-americano, apresentado como sendo notório predador sexual.
Em
razão de ter considerado o silêncio papal muito grave, o arcebispo sugeriu que
o papa renunciasse, com o que estaria ele concordando com possível omissão, que
é forma de falha passível, principalmente, de censura, em caso de confirmação
do erro.
O
papa, no alto da sua infalibilidade, preferiu não se manifestar - que é opção
dele - sobre o referido documento, deixando de fazer comentários acerca do
texto no avião que o levou de volta de Dublin a Roma, tendo afirmado mais tarde
que apenas “o silêncio e a oração”
podem combater “o escândalo e a divisão”,
o que não pode ser aceito como verdade, porque o combate aos fatos denunciados
precisa ser enfrentado com a revelação da verdade sobre eles, como assim
precisa ser da autenticidade da Igreja Católica.
Como
se vê, o papa apenas classificou o documento acusatório como sendo movimento de
escândalo e divisão entre integrantes da Igreja Católica, preferindo se omitir
nesse gravíssimo momento por que passa a instituição que é dirigida por ele,
que pode tudo, menor silenciar diante de questões cruciais atormentando a
seriedade da instituição, cujas estruturas estão sendo abaladas cada vez que implodem
os escândalos, que precisam ser detonas para longe do Vaticano, por meio da revelação
da verdade e da adoção de medidas apropriadas.
É
evidente que tanto o escândalo, não ao que se refere ao passado, como a divisão
são passíveis de saneamento no âmbito da igreja, competindo exclusivamente ao
papa a adoção das medidas capazes de eliminá-los, porque ele é a autoridade
máxima da instituição e precisa agir prontamente para apaziguar os ânimos mais
exaltados por parte daqueles que se opõem à sua orientação de modernização da
Igreja Católica, que não pode ficar à mercê da mentalidade ultrapassado de alguns
cardeais, que precisam se conscientizar de que as reformas modernizadoras
encampadas pelo sumo pontífice nada mais é do que o acompanhamento da evolução
da humanidade, que tem o pleno beneplácito de Deus, posto que nada acontece sem
o consentimento Dele.
A
bem da verdade, é mais do que notório que existe forte divisão no seio da
igreja de Jesus Cristo, liderada por grupos representados por conservadores e
progressistas, que defendem, respectivamente, posições da manutenção das regras
tradicionais, com os dogmas e as doutrinas estratificadas no tempo, e mudanças
capazes de contribuir para a modernidade da instituição, em perfeita sintonia
com os avanços e as modernidades já incorporadas pela humanidade, importante
parcela da qual integra a Igreja Católica, já tendo por hábito o usufruto das
conquistas alcançadas pelos homens, filhos de Deus, que é patrono-mor daquela
instituição.
Não
há a menor dúvida de que a mentalidade do papa, que defende a introdução de
pensamento mais liberal, em harmonia com a modernidade operada no âmbito da
população em geral, notadamente com relação a alguns temas sociais, precisa realmente
ser tratados com maior compreensão por parte da igreja, que não pode ficar
estagnada, em demonstração de solidariedade a princípios que não fazem o menor
sentido na atualidade, diante da necessidade da sua modernização, tendo em conta
que, na essência, as mudanças e os aprimoramentos são de menor abrangência que
ficam longe de contrariar os fundamentos da igreja instituída por Jesus Cristo.
É
preciso se aplaudir a iniciativa do conselho de cardeais de vir ao rebanho de
Jesus Cristo com o propósito de esclarecer os fatos pertinentes aos escândalos
e informar as medidas pertinentes, porque comete gravíssimo pecado aquele que é
contrário à transparência e à verdade, porque isso não condiz com os princípios
e ensinamentos ínsitos do evangelho e muito menos os conceitos religiosos
inspirados pelo Mestre dos mestres, que certamente não concordaria com o
silêncio, porque este somente contribui para aumentar os tormentos concernentes
às dúvidas sobre os fatos e não esclarece absolutamente nada sobre as alegações
acerca da existência de escândalo e divisão, quando estes somente progridem e
conseguem aumentar as interrogações sobre os fatos denunciados.
É
bastante estranho que o papa tenha preferido optar pelo silêncio, diante de
casos da maior importância para os católicos do planeta Terra, porque este é a
antítese da modernidade e da verdade, sendo muito mais consentâneo com os
abomináveis defensores do conservadorismo, nas pessoas dos retrógrados
cardeais, que conspiram contra a imperiosa necessidade da revolução, no bom
sentido, de modernidade que se impõe no seio da Igreja Católica, sem
necessidade de alteração de seus princípios fundamentais, à luz da vontade de
Deus.
Impende
frisar que as conquistas e os avanços operados nos campos da ciência e da
tecnologia e de resto dos conhecimentos incorporados à vida do homem são frutos
da vontade de quem comanda as nossas vidas, que também tem permitido que as
maravilhas em beneficio da humanidade possam acontecer de forma generosa, de
modo que a modernização da Igreja Católica também se impõe, na atualidade,
porque ela precisa acompanhar a evolução das boas novas, em harmonia com a
ajuda vinda justamente de Deus, que tem o poder de permitir que a evolução da humanidade
possa refletir intensamente em benefício do ser humano, que é a razão da existência
da instituição criada por Jesus Cristo. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 12 de setembro de 2018
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