O
principal político do PT e a voz central do partido, que consegue manobrar ao
seu talante os destinos da agremiação, conforme ficou muito claro nesse
episódio da tentativa se se impor a sua candidatura, em que o possível e o
impossível foram explorados para se conseguir o registro da sua candidatura ao
Palácio do Planalto, mas, enfim, prevaleceu a norma insculpida na Lei da Ficha
Limpa, segundo a qual quem for julgado por órgão colegiado da Justiça, que é o
caso dele, se torna inelegível, i. e., não pode se candidatar, porque isso
significa a perda dos direitos políticos, já na segunda instância.
O partido chegou ao ponto de se valer de fajuta liminar
concedida por somente dois membros, de dezoito, do Comitê de Direitos Humanos
da Organização das Nações Unidas, que queria que a imposição da aludida lei
fosse suspensa por força desse documento de órgão apenas administrativo da ONU,
como se ele tivesse algum poder jurisdicional, que não o tem, para que o Brasil
respeitasse os direitos do petista, como se houvesse algum desrespeito aos
direitos dele, quando ele não tinha direito de se candidatar, perdendo sentido
o teor do documento do comitê.
Superada
essa fase, com a confirmação da inelegibilidade do todo-poderoso, restaram as
recomendações dele ao seu substituto na chapa presidencial, que precisa seguir
rigorosamente a cartilha política instituída por ele, de modo que seja satisfeitos
os desejos e as imposições emanados pelo pensamento dele, que tem o poder
máximo de traçar exatamente o que o seu substituto precisa fazer e seguir para
atender aos desejos políticos do chefe, que age como verdadeiro dono e mentor dos
desígnios da agremiação que integra.
Na
verdade, ao substituir o todo-poderoso, o agora titular na chapa presidencial é
obrigado a se submeter, porque também não haveria alternativa, aos caprichos
dele, simplesmente realizando exatamente aquilo que ele pretendia pôr em
prática, caso tivesse sido liberado para ser candidato, como o dono do poder e
da influência política, aos moldes que lhe convém, sem que o agora titular
possa formular e pôr em prática qualquer plano exclusivamente seu, eis que deve
prevalecer unicamente o que está escrito na cartilha do chefão, que não admite senão
as vontade e ideias próprias.
Tudo
começou com a ideia de que o agora candidato titular precisou sustentar a
candidatura a vice-presidente, a depender do desfecho da pretensa candidatura
do ex-presidente, enquanto ele estava encarcerado nas dependências da Polícia
Federal, em Curitiba (PR), embora todos, menos os petistas, sabiam que o líder-mor
era carta fora do baralho e não poderia ser candidato, por não ter condições
legais para atender aos requisitos de idoneidade e conduta ilibada, que são exigências
indispensáveis ao exercício de cargo público eletivo.
Em
claro afronta às normas jurídicas e às respeitáveis decisões judiciais, o
condenado em segunda instância e inexoravelmente “ficha-suja” era considerado inelegível,
permanecendo por muito tempo como enganador da boa vontade de seus seguidores,
que acreditavam piamente na garantia dita por ele que seria candidato, “nem que Deus não quisesse.”.
O
mais estranho de tudo isso, como se o Brasil fosse uma republiqueta, é que a
sua pseudo candidatura foi mantida, por muito tempo, absolutamente ilegítima e
ainda com ele dentro da cadeia, obrigando o vice na sua chapa fazer papel de
pau mandado, a correr o Brasil, a sustentar a
ideia que certamente seria declarado candidato à Presidência da
República, fazendo os ingênuos a acreditarem na sua força política, que seria
capaz de dobrar o Poder Judiciário, mas, felizmente, a força da norma jurídica,
contida na Lei da Ficha Limpa, foi confirmada, para garantir a preservação dos
princípios da legalidade, moralidade e dignidade no processo político.
Não
à toa que o já agora titular candidato ao Palácio do Planalto continua falando
em nome do líder-mor, como se um e o outro fossem a mesma pessoa, à vista dos dizeres
que muito bem caracterizam isso, estampados em chamada na televisão, pasmem, de
que “Haddad é Lula”, dando a entender
que o candidato age como se fosse o próprio petista, i.e., como se ele fosse
sósia, como expressão de marionete dele, demonstrando o ridículo de falta de
personalidade logo de candidato ao principal cargo da República, em ambiente
bastante lamentável para a realidade brasileira, que ainda se permite,
evidentemente com o imaginável respaldo da desatualizadíssima legislação
eleitoral, que, em pleno século XXI, um candidato se passe por outra pessoa, ou
seja, fazendo as vezes de outro personagem, sem que este precise assumir
nenhuma responsabilidade jurídica, mas a sua imagem está inserida no contexto
político.
É
precisa sim ser chamada a atenção da sociedade para esses fatos degradantes dos
princípios republicano e democrático, de vez que ela insiste em não querer
perceber a gravidade dessa monstruosa farsa consistente na deformidade política,
quando alguém se submete ao ridículo e questionável papel de coadjuvante da desmoralização
protagonizada por aproveitadores da ingenuidade de pessoas possivelmente fanatizadas,
que ainda se sentem felizes com atrocidades e imoralidades praticadas na
política, que, ao contrário, deve ter por finalidade somente o emprego de
práticas saudáveis e construtivas de bons princípios e de condutas exemplares
de cidadania.
Convém
que os honrados brasileiros se conscientizem sobre a existência de tristes
mazelas políticas, em especial sobre os fatos acima narrados, que são capazes
de contribuir para tornar o sistema político-eleitoral péssimo exemplo de
deplorável, desmoralizada e corrompida democracia, em aprendizado monstruoso
para a formação de novos políticos brasileiros, que precisam urgentemente se
distanciar da atual classe política reconhecida decrépita pela opinião pública,
em termos de parâmetro de democracia moderna, desejável pelas nações sérias,
civilizadas e evoluídas.
Urge
que os verdadeiros brasileiros, ungidos pelo nobre sentimento de amor ao
Brasil, repudiem, com veemência, os homens públicos inescrupulosos e
aproveitadores dos sistemas político-partidários para a realização de seus
projetos políticos, em cristalino prejuízo das causas sociais e do país, de
modo que eles sejam eliminados da vida pública, em consonância com a pureza e o
primado institucionalizados pelos objetivos republicano e democrático. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 28 de setembro de 2018
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