A
realidade política brasileira se apresenta com características as mais sombrias
imagináveis, em termos de representação projetada para o futuro muito próximo,
com o delinear das projeções das pesquisas de intenção de voto, em que um
ex-militar do Exército tem a preferência de muitos eleitores, enquanto um
petista vem logo no seu encalce, mostrando disposição que poucos acreditavam
que isso seria possível.
Parece
provável que um dos dois vai sentar no principal trono da República, embora
ambos não sejam exatamente o estadista com o perfil que o Brasil esteja
procurando, porquanto eles não preenchem nem de longe os requisitos da simpatia
e do charme ínsitos de políticos palatáveis, visto que eles são extremamente
odiados por expressiva parcela da população, que terá de aturar um ou outro,
porque o quadro político, a poucos dias das eleições, deve se alterar
pouquíssimo.
Esse
fato se confirma tanto na liderança das pesquisas de intenção de voto como na
rejeição dos eleitores, estando os dois na frente das preferências dos
eleitores como da rejeição deles.
Os
dois candidatos se destacam, em termos de repulsa, exatamente pelo que eles representam
politicamente em pensamento ideológico antagônico, enquanto um segue para a
direita o outro ganha o caminho da esquerda e tem despertado os interesses dos
brasileiros, que já estão deixando de lado os demais candidatos, que não
conseguiram atrair a atenção dos eleitores para seus planos de governo, tanto
que eles estão ficando distanciados dos dois mais focados pelos eleitores.
Ao
que parece, os brasileiros vão ser obrigados a escolher seu presidente entre o de
menor grau de antipatia ou aquele que for menos odiado, embora ambos estejam
nivelados em termos de mediocridade, cada qual ao seu modo de ser, em especial como
gestor ou administrador do patrimônio público, por serem homens públicos que
não demonstram a menor habilidade para resolver os graves e macros problemas do
Brasil, salvo alguns poucos conhecimentos sobre algo específico, que mesmo
assim estão distanciados da realidade do Brasil, que precisa de estadista que
tenha amplos domínios sobre todos os assuntos da administração do país, de modo
que a sua compreensão possa contribuir para o equacionamento das monumentosas questões
e o seu pronto saneamento.
Um
presidenciável não tem o menor pudor de encarnar a figura de político poderoso,
em clara demonstração de ausência de personalidade, inclusive o seu lema de
campanha tem o slogan “Haddad é Lula”, deixando muito claro que o próprio
candidato não é ele, mas sim o seu mentor, como se isso fosse normal, quando se
encontra em jogo o principal cargo da República.
Essa
ridícula manobra política evidencia, de forma muito clara, que a disputa
eleitoral não é tratada como algo sério e responsável, quando o eleitor é
levado a acreditar que vota em um candidato como se estivesse votando em outra
pessoa, fato esse que dá a impressão de que, se eleito, o futuro presidente do
país será comandado, em princípio, por ilustre presidiário, por certo, com a
chancela de parcela dos brasileiros que deveriam ter a dignidade e a honradez de
não permitir que essa forma de esculhambação político-eleitoral ainda possa
ocorrer no Brasil, que não merece que essa maneira de desmoralização possa se
materializar, visto que isso somente contribui para denegrir a imagem do país,
em termos da devida observância dos salutares princípios da seriedade e da
civilidade.
Ou
seja, o candidato, sem o mínimo de escrúpulo, usa a máscara do próprio mentor
para afirmar que um e outro representam o mesmo ser, i.e., tal afilhado nada
mais é do que figura postiça, que não tem personalidade autônoma e apenas age como
mero pau-mandado do seu criador e o pior é que seus simpatizantes não se
envergonham de aceitar isso como normal, quando, na verdade, representa algo do
mais aviltante e depreciativo para o eleitor que concorda e apoia tamanho
aviltamento político, porque ele está apoiando uma descomunal farsa política, absolutamente
abominável e recriminável, por haver indiscutível ferimento aos princípios
democrático e republicano.
O
presidenciável, a par de se sujeitar a fazer o papel de candidato
desqualificado, como visto acima, tem terrível histórico de ex-prefeito
paulistano inexpressivo, apagado, desprezado pelo povo, marcado pela
ineficiência administrativa, pela mediocridade de projetos e pela arrogância na
conduta, cujos predicativos negativos sobressaíram na última eleição para
prefeito da cidade de São Paulo, não tendo sequer conseguido votos para ir ao
segundo turno do pleito, ou seja, ele permitiu que o seu sucessor fosse um
tucano novato e inexperiente na política.
Como
concorrente principal do petista, aparece o líder das intenções de voto, que
pode ser denominado com a imprudência com origem na farda verde-oliva, na
figura do titular e do vice de chapa, composta por ex-capitão e general da
reserva, ambos famosos por suas incontinências verbais, que mais atrapalharam
do que beneficiaram as suas campanhas eleitorais, com seus currículos recheados
de pronunciamentos polêmicos, além de ainda não terem apresentado projetos
capazes de recolocar o Brasil nos trilhos do progresso, salvo algumas ideias
pouco plausíveis.
Por
enquanto, os ex-militares ainda não trataram de oferecer ao país as metas
principais do seu possível governo, salvo a promessa da implantação de modelo
libertário de poder ancorado na intolerância como princípio, como se isso
tivesse condições de coexistirem, por serem mecanismos ambíguos.
Na
verdade, o sentimento de radicalização como princípio de prende e arrebenta
pode não se adaptar muito bem no Estado Democrático de Direito, por não
condizente com os princípios democrático e de direitos humanos, diante da
necessidade da tolerância e das boas e imprescindíveis relações sociais.
O
momento político parece aconselhar que os dois candidatos líderes da corrida
presidencial devem caminhar à procura dos eleitores insatisfeitos com o status quo, que estavam à espera da
garantia de que as mudanças do Brasil precisavam acontecer com urgência, abrangência
e modernização, para que ele pudesse ser alçado à rota do tão sonhado progresso,
mas esse alento foi-se para o espaço sideral, em um sopro de pura e passageira
ilusão, diante desse lastimável cenário político-eleitoral.
Por
seu turno, diante das circunstâncias, os eleitores, premidos pela realidade dos
fatos, procuram alternativas que melhores se adequem às suas conveniências político-ideológicas,
em completo detrimento, como se percebe, do sentimento de brasilidade,
nacionalidade ou patriotismo, tão somente agindo na base dos impulsos de
defesa, vingança, insatisfação ou irracionalidade, com claro desprezo aos
princípios democráticos, que deveriam orientar, a princípio, a sua consciência
cívica.
Têm-se,
na disputa presidencial, na liderança, um político que se diz antissocialista e
radicalmente anti-PT, que se apresentou aos brasileiros com o ideário liberal,
prometendo a transformação do Estado mórbido por uma máquina moderna,
revolucionária na sua essência funcional, tendo como bandeira de luta a condenação
ao fisiologismo e à distribuição de cargos públicos em troca de favores em
forma de apoio político, à corrupção e ao uso da máquina pública em prol de
interesses pessoais e partidários; a liberação de armas para a defesa pessoal;
a promoção das privatizações, como forma de enxugamento do gigantismo da
administração pública; o combate intransigente à criminalidade, entre outras
metas sugeridas como contrárias ao populismo político-eleitoreiro.
Na
outra extremidade, aparece o candidato representante do socialismo, que ficou
no poder por 13 anos e meio, que tem como modelo trágico a Venezuela,
completamente devastada como nação que adotou o regime socialista e que serve
de exemplo vivo para o Brasil, cuja essência de governo é o de se apoderar do
Estado e praticar miseráveis políticas sociais assistencialistas, a exemplo do
Bolsa Família, como técnica infalível da conquista da simpatia das classes
pobres, sob a forma de distribuição de migalhas, para a segura obtenção de recompensa
com os votos dos eleitores pobres, que não percebem o real significado de
políticas tão generosas e absolutamente enganosas e traiçoeiras, à vista,
exatamente, como aconteceu naquele país.
Convém
que, como medida de suma importância, além de premente, os eleitores brasileiros
avaliem quanto à enorme possibilidade de o Brasil vir a se tornar, em curto tempo,
uma destroçada Venezuela, em que seu povo é tratado pelo governo socialista de
forma irracional, truculenta e desumana, a ponto de parcela expressiva da sua
população já ter fugido de seu país, para não morrer de forme ou até mesmo
continuar sofrendo as agruras do inferno que foi transformado aquele país.
Há
de se convir que o PT, além de ter trabalhado para eleger o presidente-ditador daquele
país e de transferir substanciosos recursos dos brasileiros para construção de importantes
obras na Venezuela, igualmente carentes no Brasil, cujos pagamentos dos empréstimos
pertinentes não estão sendo honrados, continua mantendo seu apoio ao ditador em
exercício, por entender que ali pratica-se “democracia”, evidentemente tal qual
aos moldes totalitários do socialismo, que, na essência, o cidadão perde a sua
liberdade individual, diante da privação dos direitos humanos e princípios democráticos,
cujo resultado é o que se sabe sobre a desgraça que se abateu sobre os
venezuelanos, que, ingenuamente e crédulos, apoiaram aqueles que distribuíam benesses,
em forma de assistência social, que se transforam em algozes da população, por
meio de métodos cruéis e desumanos, como mostram as notícias vindas daquele
país.
É preciso que os brasileiros deixem de
ficar inebriados com o que pode ter sido algo considerado maravilhoso para parcela
da população, por meio da distribuição de renda, com recursos públicos, porque
essa forma de política socialista, além de que, diante das circunstâncias de
carência financeira, poderia ter sido feita por qualquer governante, no âmbito
da assistência sociofinanceira de competência constitucional do Estado às
famílias carentes, não passou de importante estratégia político-eleitoral, justamente
para o endeusamento político de quem é considerado o maior líder político do
país, conforme mostraram os resultados das urnas da última eleição presidencial,
em que a candidata à reeleição obteve, em determinadas regiões de absoluta
pobreza, quase 90% da totalidade dos votos.
É
importante se ressaltar que não é verdadeiro que somente o partido socialista
do PT seja capaz de manter as políticas de distribuição de renda, consistentes
no Bolsa Família, porque o sucessor da presidente afastada manteve o mesmo
nível dos programas assistenciais do governo dela e nem por isso o presidente
da República conseguiu alguma forma de popularidade, justamente porque não quis
fazer sistemático uso pessoal dessa política social, em prol da sua imagem, na
forma estratégica como era feita com sucesso no passado, talvez por se tratar
de mera execução de ação governamental, obrigatória de qualquer governo da
República, cujo titular, na forma constitucional e legal, não pode nem deve se beneficiar
politicamente em decorrência do exercício de cargo público.
Este
momento também releva a necessidade da conscientização dos eleitores sobre o
desastroso resultado da última gestão petista, que tinha como titular exatamente
pessoa colocada na linha sucessória por quem também agora indicou o candidato
ao Palácio do Planalto, em forma de repetição dos fatos, que podem ter o mesmo
ou pior final desastroso para o país e a população, quando o Brasil foi
conduzido ao abismo, diante de gigantescas e incontroláveis crises social,
moral, política, econômica, administrativa, entre outras que resultaram no inevitável
impeachment da então presidente.
Somente
para rememorar, convém citar que o Brasil e os brasileiros conviveram com
terrível crise econômica, notadamente com recessão; inflação alta; taxas de juros
próximas de 15% a.a.; endividamento público nas alturas; desemprego explodindo de
tamanho; queda estrondosa da arrecadação; rombo nas contas públicas; perda do
grau de investimento; desindustrialização; retirada do capital estrangeiro;
precária prestação dos serviços públicos; falta de investimentos em obras
públicas; entre tantas outras mazelas que foram transformadas em verdadeiro
coas, que foi minimizado com a entrada de outro presidente da linha sucessória
da mesma chapa petista, que, felizmente, conseguiu reverter alguns indicadores,
como o processo recessivo, a inflação e as taxas de juros, permitindo melhoras
no consumo e na produção.
Ou
seja, o quadro político-eleitoral, na atualidade, cinge-se a alternativas
bizarras, em que prevalecem os sentimentos antagônicos entre direita e
esquerda, como que em uma disputa de cabo de guerra, a mostrar que o mais forte
será o vencedor, não importando que nessa disputa cruel esteja, pasmem, exatamente o futuro dos brasileiros, que hão
de eleger um dos piores candidatos que nada, absolutamente nada têm a oferecer
como solução para os gravíssimos e extraordinários problemas nacionais, senão
muitíssimas incertezas projetadas para o porvir.
Na
realidade, a proposta oferecida na eleição presidencial para os brasileiros
pode ser, embora bastante inacreditável, a de trucidamento da pobre democracia,
à vista da presença nas lideranças emblemáticas, de um lado, alguém com a
bandeira com viés “militarizante”, vale dizer, visivelmente de direção à direita,
e do outro, a figura de candidato manipulável a distância de presídio, de forma
absolutamente esdrúxula, por não saber se expressar senão em nome de um fora da
lei, preso, segundo a Justiça, pela prática dos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, ou seja, sem legitimidade e moralidade para presidir o
processo eleitoral do qual vem sendo a principal figura de seu partido, por ter
decidido absolutamente tudo em nome dele, que só ainda existe em razão da sua
pessoa e isso é simplesmente tenebroso, em termos de democracia moderna e saudável,
que deveria ter somente a participação de homens públicos em plenas condições
do legítimo exercício de funções públicas.
Na
verdade, a degradação política vem de longa data, desde quando já se constatou
que a classe política nada mais é do que aglomerado de homens públicos
concentrados em um Congresso nacionalizado que, no conjunto, com raras
exceções, estão ali para defender interesses pessoais ou partidárias, sem
nenhuma preocupação com as causas do povo, em total desvirtuamento das
finalidades para quais eles foram eleitos para representar o povo.
Não
há a menor dúvida de que forças ocultas estão conspirando exatamente para que o
Brasil se encaminhe para desfecho bastante sombrio, tendo como perspectiva o confronto de ideologias
diferentes que, nem de longe, uma ou outra mostra-se capaz de expressar os
sentimentos políticos da maioria, mas não há outra fórmula que possa satisfazer
os verdadeiros anseios dos brasileiros, possivelmente em razão do desencanto por
parte das pessoas que desistiram da luta por saídas mais satisfatórias, dignas
e honradas.
Na
possível disputa a ser travada entre a chapa “verde-oliva”/liberal versus a
chapa petista/socialista, há visível simbologia de princípios por demais deploráveis
de suas respectivas cartilhas, por ainda dependerem de muitas similaridades de
interpretações, adaptáveis ao sabor das versões das conveniências de cada lado,
mas as prováveis mudanças não devem beneficiar senão aos interesses pessoais ou
partidários e jamais os nacionais.
Diante
do exposto, resta somente o apelo aos brasileiros para que, no âmbito do seu
extremado senso patriótico e cívico, se conscientizem sobre os possíveis
benefícios e malefícios que os dois candidatos que lideram a disputa presidencial
possam oferecer para o futuro do Brasil, à vista do retorno à administração nos
moldes perversos do sistema socialista, que já demonstrou seu especial sentimento
de socialização e absoluta resistência à modernização do Estado, em completa dissonância
com os princípios de progresso, ou ao temeroso e improvável futuro da
inexperiência do liberalismo-militarista ou ainda pela mudança de ambos, para o
bem do Brasil, porque ainda dá tempo para decidir sobre o melhor e venturoso
caminho a ser colocado o destino do Brasil e dos brasileiros. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 25 de setembro de 2018
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