terça-feira, 25 de setembro de 2018

Ainda dá tempo para decidir...


A realidade política brasileira se apresenta com características as mais sombrias imagináveis, em termos de representação projetada para o futuro muito próximo, com o delinear das projeções das pesquisas de intenção de voto, em que um ex-militar do Exército tem a preferência de muitos eleitores, enquanto um petista vem logo no seu encalce, mostrando disposição que poucos acreditavam que isso seria possível.
Parece provável que um dos dois vai sentar no principal trono da República, embora ambos não sejam exatamente o estadista com o perfil que o Brasil esteja procurando, porquanto eles não preenchem nem de longe os requisitos da simpatia e do charme ínsitos de políticos palatáveis, visto que eles são extremamente odiados por expressiva parcela da população, que terá de aturar um ou outro, porque o quadro político, a poucos dias das eleições, deve se alterar pouquíssimo.
Esse fato se confirma tanto na liderança das pesquisas de intenção de voto como na rejeição dos eleitores, estando os dois na frente das preferências dos eleitores como da rejeição deles.
Os dois candidatos se destacam, em termos de repulsa, exatamente pelo que eles representam politicamente em pensamento ideológico antagônico, enquanto um segue para a direita o outro ganha o caminho da esquerda e tem despertado os interesses dos brasileiros, que já estão deixando de lado os demais candidatos, que não conseguiram atrair a atenção dos eleitores para seus planos de governo, tanto que eles estão ficando distanciados dos dois mais focados pelos eleitores.
Ao que parece, os brasileiros vão ser obrigados a escolher seu presidente entre o de menor grau de antipatia ou aquele que for menos odiado, embora ambos estejam nivelados em termos de mediocridade, cada qual ao seu modo de ser, em especial como gestor ou administrador do patrimônio público, por serem homens públicos que não demonstram a menor habilidade para resolver os graves e macros problemas do Brasil, salvo alguns poucos conhecimentos sobre algo específico, que mesmo assim estão distanciados da realidade do Brasil, que precisa de estadista que tenha amplos domínios sobre todos os assuntos da administração do país, de modo que a sua compreensão possa contribuir para o equacionamento das monumentosas questões e o seu pronto saneamento.
Um presidenciável não tem o menor pudor de encarnar a figura de político poderoso, em clara demonstração de ausência de personalidade, inclusive o seu lema de campanha tem o slogan “Haddad é Lula”, deixando muito claro que o próprio candidato não é ele, mas sim o seu mentor, como se isso fosse normal, quando se encontra em jogo o principal cargo da República.
Essa ridícula manobra política evidencia, de forma muito clara, que a disputa eleitoral não é tratada como algo sério e responsável, quando o eleitor é levado a acreditar que vota em um candidato como se estivesse votando em outra pessoa, fato esse que dá a impressão de que, se eleito, o futuro presidente do país será comandado, em princípio, por ilustre presidiário, por certo, com a chancela de parcela dos brasileiros que deveriam ter a dignidade e a honradez de não permitir que essa forma de esculhambação político-eleitoral ainda possa ocorrer no Brasil, que não merece que essa maneira de desmoralização possa se materializar, visto que isso somente contribui para denegrir a imagem do país, em termos da devida observância dos salutares princípios da seriedade e da civilidade.
Ou seja, o candidato, sem o mínimo de escrúpulo, usa a máscara do próprio mentor para afirmar que um e outro representam o mesmo ser, i.e., tal afilhado nada mais é do que figura postiça, que não tem personalidade autônoma e apenas age como mero pau-mandado do seu criador e o pior é que seus simpatizantes não se envergonham de aceitar isso como normal, quando, na verdade, representa algo do mais aviltante e depreciativo para o eleitor que concorda e apoia tamanho aviltamento político, porque ele está apoiando uma descomunal farsa política, absolutamente abominável e recriminável, por haver indiscutível ferimento aos princípios democrático e republicano.
O presidenciável, a par de se sujeitar a fazer o papel de candidato desqualificado, como visto acima, tem terrível histórico de ex-prefeito paulistano inexpressivo, apagado, desprezado pelo povo, marcado pela ineficiência administrativa, pela mediocridade de projetos e pela arrogância na conduta, cujos predicativos negativos sobressaíram na última eleição para prefeito da cidade de São Paulo, não tendo sequer conseguido votos para ir ao segundo turno do pleito, ou seja, ele permitiu que o seu sucessor fosse um tucano novato e inexperiente na política. 
Como concorrente principal do petista, aparece o líder das intenções de voto, que pode ser denominado com a imprudência com origem na farda verde-oliva, na figura do titular e do vice de chapa, composta por ex-capitão e general da reserva, ambos famosos por suas incontinências verbais, que mais atrapalharam do que beneficiaram as suas campanhas eleitorais, com seus currículos recheados de pronunciamentos polêmicos, além de ainda não terem apresentado projetos capazes de recolocar o Brasil nos trilhos do progresso, salvo algumas ideias pouco plausíveis.
Por enquanto, os ex-militares ainda não trataram de oferecer ao país as metas principais do seu possível governo, salvo a promessa da implantação de modelo libertário de poder ancorado na intolerância como princípio, como se isso tivesse condições de coexistirem, por serem mecanismos ambíguos.
Na verdade, o sentimento de radicalização como princípio de prende e arrebenta pode não se adaptar muito bem no Estado Democrático de Direito, por não condizente com os princípios democrático e de direitos humanos, diante da necessidade da tolerância e das boas e imprescindíveis relações sociais.
O momento político parece aconselhar que os dois candidatos líderes da corrida presidencial devem caminhar à procura dos eleitores insatisfeitos com o status quo, que estavam à espera da garantia de que as mudanças do Brasil precisavam acontecer com urgência, abrangência e modernização, para que ele pudesse ser alçado à rota do tão sonhado progresso, mas esse alento foi-se para o espaço sideral, em um sopro de pura e passageira ilusão, diante desse lastimável cenário político-eleitoral.
Por seu turno, diante das circunstâncias, os eleitores, premidos pela realidade dos fatos, procuram alternativas que melhores se adequem às suas conveniências político-ideológicas, em completo detrimento, como se percebe, do sentimento de brasilidade, nacionalidade ou patriotismo, tão somente agindo na base dos impulsos de defesa, vingança, insatisfação ou irracionalidade, com claro desprezo aos princípios democráticos, que deveriam orientar, a princípio, a sua consciência cívica.
Têm-se, na disputa presidencial, na liderança, um político que se diz antissocialista e radicalmente anti-PT, que se apresentou aos brasileiros com o ideário liberal, prometendo a transformação do Estado mórbido por uma máquina moderna, revolucionária na sua essência funcional, tendo como bandeira de luta a condenação ao fisiologismo e à distribuição de cargos públicos em troca de favores em forma de apoio político, à corrupção e ao uso da máquina pública em prol de interesses pessoais e partidários; a liberação de armas para a defesa pessoal; a promoção das privatizações, como forma de enxugamento do gigantismo da administração pública; o combate intransigente à criminalidade, entre outras metas sugeridas como contrárias ao populismo político-eleitoreiro.
Na outra extremidade, aparece o candidato representante do socialismo, que ficou no poder por 13 anos e meio, que tem como modelo trágico a Venezuela, completamente devastada como nação que adotou o regime socialista e que serve de exemplo vivo para o Brasil, cuja essência de governo é o de se apoderar do Estado e praticar miseráveis políticas sociais assistencialistas, a exemplo do Bolsa Família, como técnica infalível da conquista da simpatia das classes pobres, sob a forma de distribuição de migalhas, para a segura obtenção de recompensa com os votos dos eleitores pobres, que não percebem o real significado de políticas tão generosas e absolutamente enganosas e traiçoeiras, à vista, exatamente, como aconteceu naquele país.
Convém que, como medida de suma importância, além de premente, os eleitores brasileiros avaliem quanto à enorme possibilidade de o Brasil vir a se tornar, em curto tempo, uma destroçada Venezuela, em que seu povo é tratado pelo governo socialista de forma irracional, truculenta e desumana, a ponto de parcela expressiva da sua população já ter fugido de seu país, para não morrer de forme ou até mesmo continuar sofrendo as agruras do inferno que foi transformado aquele país.
Há de se convir que o PT, além de ter trabalhado para eleger o presidente-ditador daquele país e de transferir substanciosos recursos dos brasileiros para construção de importantes obras na Venezuela, igualmente carentes no Brasil, cujos pagamentos dos empréstimos pertinentes não estão sendo honrados, continua mantendo seu apoio ao ditador em exercício, por entender que ali pratica-se “democracia”, evidentemente tal qual aos moldes totalitários do socialismo, que, na essência, o cidadão perde a sua liberdade individual, diante da privação dos direitos humanos e princípios democráticos, cujo resultado é o que se sabe sobre a desgraça que se abateu sobre os venezuelanos, que, ingenuamente e crédulos, apoiaram aqueles que distribuíam benesses, em forma de assistência social, que se transforam em algozes da população, por meio de métodos cruéis e desumanos, como mostram as notícias vindas daquele país.
          É preciso que os brasileiros deixem de ficar inebriados com o que pode ter sido algo considerado maravilhoso para parcela da população, por meio da distribuição de renda, com recursos públicos, porque essa forma de política socialista, além de que, diante das circunstâncias de carência financeira, poderia ter sido feita por qualquer governante, no âmbito da assistência sociofinanceira de competência constitucional do Estado às famílias carentes, não passou de importante estratégia político-eleitoral, justamente para o endeusamento político de quem é considerado o maior líder político do país, conforme mostraram os resultados das urnas da última eleição presidencial, em que a candidata à reeleição obteve, em determinadas regiões de absoluta pobreza, quase 90% da totalidade dos votos.
É importante se ressaltar que não é verdadeiro que somente o partido socialista do PT seja capaz de manter as políticas de distribuição de renda, consistentes no Bolsa Família, porque o sucessor da presidente afastada manteve o mesmo nível dos programas assistenciais do governo dela e nem por isso o presidente da República conseguiu alguma forma de popularidade, justamente porque não quis fazer sistemático uso pessoal dessa política social, em prol da sua imagem, na forma estratégica como era feita com sucesso no passado, talvez por se tratar de mera execução de ação governamental, obrigatória de qualquer governo da República, cujo titular, na forma constitucional e legal, não pode nem deve se beneficiar politicamente em decorrência do exercício de cargo público.    
Este momento também releva a necessidade da conscientização dos eleitores sobre o desastroso resultado da última gestão petista, que tinha como titular exatamente pessoa colocada na linha sucessória por quem também agora indicou o candidato ao Palácio do Planalto, em forma de repetição dos fatos, que podem ter o mesmo ou pior final desastroso para o país e a população, quando o Brasil foi conduzido ao abismo, diante de gigantescas e incontroláveis crises social, moral, política, econômica, administrativa, entre outras que resultaram no inevitável impeachment da então presidente.
Somente para rememorar, convém citar que o Brasil e os brasileiros conviveram com terrível crise econômica, notadamente com recessão; inflação alta; taxas de juros próximas de 15% a.a.; endividamento público nas alturas; desemprego explodindo de tamanho; queda estrondosa da arrecadação; rombo nas contas públicas; perda do grau de investimento; desindustrialização; retirada do capital estrangeiro; precária prestação dos serviços públicos; falta de investimentos em obras públicas; entre tantas outras mazelas que foram transformadas em verdadeiro coas, que foi minimizado com a entrada de outro presidente da linha sucessória da mesma chapa petista, que, felizmente, conseguiu reverter alguns indicadores, como o processo recessivo, a inflação e as taxas de juros, permitindo melhoras no consumo e na produção.      
Ou seja, o quadro político-eleitoral, na atualidade, cinge-se a alternativas bizarras, em que prevalecem os sentimentos antagônicos entre direita e esquerda, como que em uma disputa de cabo de guerra, a mostrar que o mais forte será o vencedor, não importando que nessa disputa cruel esteja, pasmem,  exatamente o futuro dos brasileiros, que hão de eleger um dos piores candidatos que nada, absolutamente nada têm a oferecer como solução para os gravíssimos e extraordinários problemas nacionais, senão muitíssimas incertezas projetadas para o porvir.
Na realidade, a proposta oferecida na eleição presidencial para os brasileiros pode ser, embora bastante inacreditável, a de trucidamento da pobre democracia, à vista da presença nas lideranças emblemáticas, de um lado, alguém com a bandeira com viés “militarizante”, vale dizer, visivelmente de direção à direita, e do outro, a figura de candidato manipulável a distância de presídio, de forma absolutamente esdrúxula, por não saber se expressar senão em nome de um fora da lei, preso, segundo a Justiça, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ou seja, sem legitimidade e moralidade para presidir o processo eleitoral do qual vem sendo a principal figura de seu partido, por ter decidido absolutamente tudo em nome dele, que só ainda existe em razão da sua pessoa e isso é simplesmente tenebroso, em termos de democracia moderna e saudável, que deveria ter somente a participação de homens públicos em plenas condições do legítimo exercício de funções públicas.
Na verdade, a degradação política vem de longa data, desde quando já se constatou que a classe política nada mais é do que aglomerado de homens públicos concentrados em um Congresso nacionalizado que, no conjunto, com raras exceções, estão ali para defender interesses pessoais ou partidárias, sem nenhuma preocupação com as causas do povo, em total desvirtuamento das finalidades para quais eles foram eleitos para representar o povo.
Não há a menor dúvida de que forças ocultas estão conspirando exatamente para que o Brasil se encaminhe para desfecho bastante sombrio, tendo como  perspectiva o confronto de ideologias diferentes que, nem de longe, uma ou outra mostra-se capaz de expressar os sentimentos políticos da maioria, mas não há outra fórmula que possa satisfazer os verdadeiros anseios dos brasileiros, possivelmente em razão do desencanto por parte das pessoas que desistiram da luta por saídas mais satisfatórias, dignas e honradas.
Na possível disputa a ser travada entre a chapa “verde-oliva”/liberal versus a chapa petista/socialista, há visível simbologia de princípios por demais deploráveis de suas respectivas cartilhas, por ainda dependerem de muitas similaridades de interpretações, adaptáveis ao sabor das versões das conveniências de cada lado, mas as prováveis mudanças não devem beneficiar senão aos interesses pessoais ou partidários e jamais os nacionais.
Diante do exposto, resta somente o apelo aos brasileiros para que, no âmbito do seu extremado senso patriótico e cívico, se conscientizem sobre os possíveis benefícios e malefícios que os dois candidatos que lideram a disputa presidencial possam oferecer para o futuro do Brasil, à vista do retorno à administração nos moldes perversos do sistema socialista, que já demonstrou seu especial sentimento de socialização e absoluta resistência à modernização do Estado, em completa dissonância com os princípios de progresso, ou ao temeroso e improvável futuro da inexperiência do liberalismo-militarista ou ainda pela mudança de ambos, para o bem do Brasil, porque ainda dá tempo para decidir sobre o melhor e venturoso caminho a ser colocado o destino do Brasil e dos brasileiros. Acorda, Brasil!
Brasília, em 25 de setembro de 2018

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