segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Tragédia brasileira


De acordo com o resultado de pesquisa realizada pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos da América, o Brasil é o país com o maior número de mortos por arma de fogo no mundo, totalizando 42 mil casos em 2016,
O estudo, intitulado "Global Mortality From Firearms", revela que foram analisadas todas as mortes causadas por armas de fogo no mundo, consistentes em homicídios, suicídios e incidentes entre os anos de 1990 e 2016, baseando-se nos dados do Estudo Global da Carga de Doenças, programa sobre mortalidade realizado pela mesma universidade.
A análise concluiu que, nos últimos anos, os mortos por arma de fogo aumentaram, no mundo, e 51%, ou seja, mais da metade dos casos  se concentraram em seis países, a saber: Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Guatemala, fato que mostra a premência das medidas saneadoras que esses países precisam implementar para, pelo menos, minimizar essa tragédia social.
Há estimativa de que 251 mil pessoas morreram por armas de fogo, em 156 países recenseados, durante o ano de 2016, contra 209 mil mortes, em 1990.
O Brasil lidera a estatística, no ano de 2016, com 42 mil mortos, seguido pelos Estados Unidos, com mais de 37 mil, que foram acompanhados por México, Colômbia e Venezuela, que contabilizam entre 10 e 20 mil cada, enquanto a Guatemala conta pouco mais de 5 mil mortos.
Segundo a pesquisa, no geral, 64% dessas mortes foram causadas por homicídio, sendo que o Brasil contabilizou um quarto desse total, consistindo em 27% por suicídio e 9% por incidentes.
De acordo com a pesquisa, a maioria das mortes se deu em países onde não há guerra em território nacional, embora a alarmante quantidade de mortes dê a impressão de que os países estão em conflito armado.
Um estudioso da matéria disse que "Ainda que pelo aumento da população, a taxa de mortes a cada 100 mil habitantes tenha ligeiramente caído, o número absoluto continua muito alto. As mortes por arma de fogo são um problema de saúde pública". Com informações da Ansa.
No Brasil, tem candidato que pretende liberar o porte de armas, mas ainda não sinalizou de que maneira e como isso poderá acontecer, porque há a expectativa de que não seja muito positivo a simples e generalizada liberação do uso de armas de fogo, porque a falta de critérios, por mera consequência de promessa de campanha eleitoral, pode não ser exatamente solução responsável para tão grave problema nacional, que precisa ser resolvido sim, mas de maneira equilibrada e bem estudada, porto que o oba-oba pode contribuir, ao contrário, para resultar em verdadeira tragédia social.
Em termos de bom senso e sensatez, é precisa que haja, o mais rapidamente possível, é o controle efetivo  sobre o tráfego de armar de fogo, que abastece a bandidagem, que possui enorme arsenal bélico capaz de enfrentar a polícia, por prolongado tempo, evitando que a liberação de armar possa concorrer para tragédia ainda mais alarmante, a depender da ânsia da população de querer se armar, para fazer justiça com as próprias mãos, evidentemente em razão da inexistência de políticas públicas capazes de cumprir a incumbência constitucional e legal de proteção às pessoas e à propriedade, além da garantia da ordem pública, sem necessidade de a população precisar correr risco de substituir, sem o devido preparo, a responsabilidade da missão que compete exclusiva e legalmente ao Estado.
A verdade é que há absoluta precariedade do sistema de segurança pública, tanto em termos de prioridade das políticas públicas de incumbência do Estado, como de gigantesca precariedade dos recursos financeiros, de pessoal, de tecnologia e de preparo profissional, que não acompanharam o crescimento populacional e muito menos a inteligência e o desempenho da criminalidade organizada, que se encontra bem superior em tudo, com relação ao seu arsenal bélico, a evidenciar que o sistema de segurança pública precisa correr para se preparar em tudo, sob pena de continuar essa tristeza de muitas mortes, que poderiam ser evitadas não fosse o crônico e irresponsável descaso dos governantes, que demonstram cumplicidade, diante da sua omissão, com a bandidagem.
As estatísticas e os estudos apenas são publicados para evidenciarem fatos que todo mundo já sabe que realmente o Brasil é, sem dúvida, o campeão de mortes, exatamente por consequência da passividade dos governantes, que permitem que os bandidos muito bem armados possam dominar setores estratégicos da população, que não tem alternativa para escapatória, sendo eterna refém da criminalidade, que vem matando em clima da pior banalidade e, infelizmente, não há qualquer sinalização, parte das autoridades incumbidas da execução das políticas de segurança pública, para alguma forma de reação, em termos de saneamento dessa grave questão.
O absurdo dos absurdos fica por conta da última estatística divulgada, dando conta de que, no último mês de agosto, foi registrado o maior número de tiroteios no Rio de Janeiro, neste ano.
Segundo aponta o aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT), aconteceram, pasmem, 692 tiroteios e isso evidencia que ocorreram 22 trocas de tiros por dia, quase uma ocorrência por hora, o que demonstra o altíssimo grau de irresponsabilidade das autoridades incumbidas da segurança pública, por praticamente assistir a incidência de tamanha tragédia, à luz do dia e de forma continuada, a afrontar abertamente o sentimento de civilidade e tolerância da capacidade humana.
Desde o início do ano, os números de tiroteios ocorridos naquele estado são chocantes, à vista do quadro de registros, pasmem, de 4.177 tiroteios, sendo 3 mil somente na capital, embora a bandidagem ainda não tenha declarado a deflagração de guerra, mas não há a menor dúvida de que o arrojo dos tiroteios se compare a verdadeira guerra, diante de tantos conflitos entre bandidos e entre estes e a polícia.
Um especialista em segurança pública atribui ao crescente número de tiroteios ao que ele chamou de vácuo de poder, ou seja, ante a falta de autoridade que possa assumir a responsabilidade pelo caos existente e adotar enérgicas e efetivas medidas contra a fúria da bandidagem .
Ele disse ao G1 que "Um governo que faz uma intervenção nesse nível que empurra polícia para combate e número de operações cada vez maior e fica esquecendo essa outra parte (social)".
Nesse quadro desastroso e repugnante, o Rio de Janeiro, como se vê, deve representar caso especial à parte da maior carnificina, com o uso de armas fogo, à vista da multiplicidade de tiroteios que acontecem praticamente em série, em todos os lugares da cidade, que tem conseguido manter pontos de disputas de drogas em todos os morros, tendo como consequência a alta mortandade de criminosos, policiais e comunidade entrincheirada entre as balas perdidas, responsáveis por enorme quantidade de mortes de inocentes e indefesos.
Na verdade, o que acontece, na atualidade, é que o Brasil vem há muito tempo como se estivesse em fim de governo, como se o atual presidente da República reconhecendo a bagunça da administração do país, em todos os segmentos, simplesmente tivesse resolvido aplicar a lei do menor esforço e imaginasse que o novo mandatário vem com todo poder, resultante do entusiasmo da campanha eleitoral, e equipe ávidos para consertarem as gigantescas mazelas, exclusivamente à sua maneira, o que não compensaria começar nada agora, que certamente não seria concluído até o término da sua gestão.
Ou seja, a melhor interpretação que se pode ter do atual governo, sem muito esforço, é a de que ele quer mesmo é que o mundo se transforme numa enorme rede, para que, logo em breve, ele possa descansar em berço esplêndido e que o povo se exploda e continue morrendo, de forma impiedosa, sob a mira das armas da bandidagem.
Não há a menor dúvida de que, nos últimos tempos, nunca houve na história do Brasil, governos tão descompromissados com as principais políticas voltadas para o país e o interesse público, tendo a preocupação exclusivamente com ações de governo direcionadas à priorização de determinados programas que tivessem o condão de despertar na população o sentimento de cumplicidade na satisfação de interesses mútuos, evidentemente na expectativa de que essa forma de relação seria mais do que suficiente para que as demais questões de Estado fossem relegadas a planos secundários e mandadas para as calendas.
Como se vê, porque os fatos mostram exatamente isso, os governos pouco se importaram com as demais políticas públicas, mesmo que elas fossem, como verdadeiramente foram e são, prioritárias para o desenvolvimento integral da nação, a exemplo, em especial, da educação, saúde, segurança pública e outras ações que foram entregues aos cuidados da degeneração e da depravação.
No caso específico da segurança pública, a bandidagem soube muito bem cuidar com os devidos carinho e zelo, ao seu jeito de ser, cujo resultado não poderia ter sido diferente, com o Brasil despontando sobejamente na dianteira do mundo, como o maior número de mortos por armas de fogo, cujo título poderia ser colocado em um pedestal em plena Esplanada dos Ministério ou mais propriamente defronte ao Palácio do Planalto, com os dizeres gravados no seu frontispício, em letras garrafais: "Pedestal em homenagem aos presidentes da República que nada fizeram para evitar a tragédia que o Brasil ostenta de principal pais em mortes por armas de fogo". Acorda, Brasil!
Brasília, em 3 de setembro de 2018

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