domingo, 23 de setembro de 2018

À busca do estadista?


Em campanha eleitoral na cidade de Goiânia, capital de Goiás, o candidato do PDT fez discurso, frise-se, tendo como principal objetivo o combate ao “militarismo”, ao “radicalismo” e à “cultura do ódio”.
Não obstante, na conclusão do seu pronunciamento, o mencionado candidato atacou, de forma extraordinariamente violenta e insensata, o candidato que se encontra hospitalizado e é o líder das intenções de voto, segundo as pesquisas pertinentes, com xingamento duríssimo, que não condiz com os comezinhos princípios de civilidade e racionalidade.
Segundo o jornal O Globo, a ofensa do presidenciável pedetista ocorreu depois que um suposto apoiador do presidenciável carioca ter subido em um carro de som ao lado do carro do pedetista, que, incontinenti, chamou o ex-capitão de “nazista filho da p...”.
O presidenciável pedetista teria afirmado “O que é isso aí? Uma camiseta? Me dá aqui. Olha o que é a cultura de ódio. Um bobinho, que não tem culpa de nada, acabou de criar uma confusão trazendo uma camisa do adversário aqui dentro. Por quê? Porque, por ele, fanático como é, que nem o doido que enfiou a faca nele, acha que política deve resolvida assim. Paciência com ele. Tenham paciência com ele. Ele não é culpado de nada. Ele é só vítima desse nazista filho da p...!”.
A referida camiseta tinha desenhado o número 17, que vai figurar na urna, representando o presidenciável fluminense.
Em termos de violência, parece que já está bastante evidenciado quem tem sido vítima da efetiva violência, inclusive com a maior delas, que foi a agressão contra a sua vida, e agora com essa fragorosa atitude absolutamente despropositada e insensata do pedetista, a mostrar que as recrimináveis violências e agressões têm servido apenas como estopim para a implosão do radicalismo” e da “cultura do ódio”, que, de forma incoerente era combatida, evidentemente apenas da língua para fora, pelo autor de indesculpável violência verbal.
Em princípio, nos países sérios e civilizados, em termos políticos e democráticos, quem se propõe a ser presidente da República, para representar uma nação, um povo, além de mostrar possuir dignidade próprio de autêntico homem público de bem, honrado, educado, preparado como gestor público, precisa se preocupar com a apresentação, da melhor maneira possível, com a devida coerência com os conceitos de factibilidade econômico-financeira, de planos detalhados de governo, com embargo do sentimento degenerativo da tentativa de denegrir a imagem de adversários ao cargo, principalmente por motivo estritamente de competição eleitoral, porque isso apenas evidencia a sua personalidade de nível indiscutivelmente incompatível com a relevância da República.
Nos países com o mínimo de seriedade e civilidade, os candidatos se esmeram em se apresentar aos eleitores com a compostura digna e honrada à altura da relevância do cargo para o qual pretendem se eleger, além de mostrar ao mundo que têm absoluta consciência do que seja respeito aos seus adversários, que estão disputando em iguais condições o mesmo cargo.
É absolutamente inadmissível que qualquer candidato, por pior que seja a motivação, possa denigrir a imagem pública de seu concorrente, porque isso somente depõe negativamente por parte de quem desfere tamanha ofensa moral, diante da demonstração de que a sua formação pessoal, humanitária e de cidadania ainda não conseguiu alcançar o mínimo de civilidade necessária para ser representante de uma nação das grandezas econômica, política e social como a do Brasil, cujo povo já foi bastante vilipendiado e maltratado por governos assolados por mentiras, incompetências, precariedades, corrupção, entre tantas depredações político-administrativas que não condizem com a modernidade e os avanços da ciência e da tecnologia.
À toda evidência, os brasileiros já bem merecem ser comandados por estadista que, além de preparo para a gestão de recursos públicos, tenha as melhores condições de honradez, equilíbrio, sensibilidade, sensatez e principalmente compreensão do que seja o exercício do nobilitante cargo de presidente da República.
 Não se pode desconhecer que a primordial função do presidente do país é de dirigir os interesses dos brasileiros e não do pessoal integrante da sua facção que concorda com despropositados, desumanos e deselegantes xingamentos, absolutamente gratuitos e agressivos, nas circunstâncias, certamente feitos para agradá-la em troca de alguns votos, que poderiam ser muito mais expressivos se, ao contrário, a sua conduta como homem público fosse apenas de compreensão e respeito ao ser humano, diante do momento político, como forma de mostrar equilíbrio psicológico e controle da situação, em ambiente de serenidade como recomendável pela cartilha dos políticos dignos e honrados, para que eles, em reciprocidade, possam merecer o devido respeito como cidadão.
É evidente que a atitude de desprezo e agressão de candidato contra seu adversário político, na forma irracional e inconveniente como protagonizada pelo presidenciável pedetista, somente tem o condão de atrair alguns votos daqueles que apenas pensam igualmente como ele, mas, em compensação, muitos de seus eleitores e de outros indecisos, com a mínima conscientização sobre o conceito do autêntico estadista, que precisa prezar os princípios de urbanidade, civilidade e humanidade, como forma de natural liderança político-social, certamente que vão se distanciar de candidato que vem se consolidando como pessoa genuinamente coerente com o seu pensamento troglodita de agressividade, desrespeito ao seu semelhante e sentimento inconsequente quanto aos seus atos alienantes e abomináveis, como se isso fosse comportamento absolutamente natural e normal da civilização.
Convém que as pessoas percebam que a humanidade já ultrapassou, há séculos, a ignorância da idade paleolítica de incompreensão e de disputas territoriais, exclusivamente pela defesa da sobrevivência, estando agora na era das conquistas e da evolução a serviço e em benefício dos povos modernos e igualmente avançados, que precisam primar pelos sentimentos de compreensão, harmonia e amor, inclusive nas disputas político-eleitorais, em que todos precisam se conscientizar sobre a necessidade do respeito mútuo, como cristalina demonstração de que a evolução dos homens tem enorme importância para que as relações sociais sejam aperfeiçoadas e consolidadas, repita-se, também no seio dos políticos tupiniquins. Acorda, Brasil!
Brasília, em 23 de setembro de 2018

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