domingo, 16 de setembro de 2018

Nova mentalidade política


Em razão de crônica que escrevi versando sobre o momento delicado da política brasileira, ressaltando a enorme dificuldade de superação das crises criadas justamente pela falta de políticos capazes de perceber o real sentido das atividades políticas, muitos foram os comentários em apoio às minhas teses voltadas para a necessidades de renovação da classe política.
É evidente que o meu pensamento é muito claro no sentido de que, sem a conscientização da sociedade, que tem a incumbência de escolher seus representantes políticos, essa tarefa de mudança se torna praticamente impossível, notadamente quando a classe política dominante, apesar de suas práticas indiscutivelmente degradantes, ainda consegue conquistar a simpatia de parcela expressiva dos brasileiros, que resistem bravamente à compreensão de que a sua participação no processo político é de suma importância para a implantação de nova mentalidade política, a ser assentada na conscientização sobre a essência da exclusiva defesa dos interesses públicos.
Muito bem conscientizado sobre a necessidade de se passar o Brasil a limpo, o mestre Xavier Fernandes foi muito feliz em comentar o referido texto, dizendo exatamente o seguinte: “Sua habilidade em descrever os acontecimentos nos traz a perfeita fotografia da realidade política do nosso Brasil, tão desgovernado e correndo grande risco de uma hecatombe... que seus textos e análises sejam aspergidos e absorvidos por pessoas que entendam e compreendam a profundidade e seriedade de quem realmente mostra como um mestre o quanto precisamos de homens sóbrios, ajuizados, cidadãos que gostem e honrem o Brasil...suas coletâneas são perfeitas.”.
Na ocasião, disse da minha alegria de sentir que ele havia assimilado muito bem minhas colocações, tendo enaltecido e agradecido suas comoventes palavras sobre os meus pensamento político e trabalho literário, além de valorizar meu hobby de escrever, tendo, sobretudo, o condão de multiplicar a minha responsabilidade de melhor traduzir o que sinto acerca do grave momento político.
Compreendo perfeitamente a enorme importância que é de transmitir informação imparcial e, às vezes, sob ângulo diferente de visão, de quem anseia ardentemente por um Brasil melhor, em que os homens públicos pudessem perceber que ser digno nas atividades públicas é o único caminho a ser percorrido, em demonstração da honestidade de bem servir ao público, na melhor forma de defesa do interesse público, em exclusivo benefício do povo, que é a razão essencial da delegação recebida dele para a prática do bem comum.
Fico muitíssimo feliz que eu possa transmitir um pouco desse sentimento de brasilidade descrito tão bem por você, Xavier, que demonstra muito mais dom de mestre do que eu, pelo poder de captar, com realismo ímpar, o verdadeiro sentido do conteúdo de meus textos, que nada mais é o de mostrar que o Brasil tem jeito sim, mas depende muito da conscientização dos brasileiros.
Não compete aos brasileiros condenarem as autoridades e instituições que cuidam do combate aos fora da lei e aqueles que não conseguem provar, por meios jurídicos, a legitimidade de seus atos na vida pública, porque isso é o mínimo que o homem público precisa fazer perante o povo, que é prestar contas sobre seus atos, de modo que não tenha que recorrer a outrem, inclusive ao povo, para prová-la, porque a responsabilidade é pessoal, intransferível, embora o povo tenha parcela gigantesca nessa deformidade impregnada nos maus homens públicos.
A propósito, na forma legal e constitucional, o povo tem obrigação de  escolher e eleger seus representantes, passando a assumir também parcela de culpa por ter chancelado a prática de atos irregulares por seus delegados nas atividades políticas, o que o obriga a eliminá-los da vida pública, em novo pleito eleitoral, já que não existe recall durante o mandato, para afastá-los do cargo, quando eles cometem deslizes, mas, ao contrário e o pior, o povo continua os apoiando, até mesmo depois que a Justiça os condena, dizendo, com base na norma jurídica, que eles não têm condições para representarem o povo, nos termos de probidade, honestidade, dignidade, entre outros princípios indispensáveis ao exercício de cargos públicos eletivos.
Essa forma de compreensão política constitui verdadeira lástima, considerando que, nos países com o mínimo de seriedade e civilidade, o poder também emana do povo, que também que a obrigação de somente confiar, acreditar e apoiar os homens públicos que estejam devidamente abonados sobre os princípios da licitude, moralidade, honestidade, idoneidade, imaculabilidade, entre outros que possam confirmar a sua conduta acima de quaisquer suspeitas, quanto à prática de atos públicos, como forma de contribuição ao aperfeiçoamento da democracia moderna, em harmonia com os sentimentos de valorização dos fundamentos republicanos. Acorda, Brasil!
Brasília, em 16 de setembro de 2018

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