Em razão de crônica que escrevi versando sobre o
momento delicado da política brasileira, ressaltando a enorme dificuldade de
superação das crises criadas justamente pela falta de políticos capazes de
perceber o real sentido das atividades políticas, muitos foram os comentários em
apoio às minhas teses voltadas para a necessidades de renovação da classe política.
É evidente que o meu pensamento é muito claro no
sentido de que, sem a conscientização da sociedade, que tem a incumbência de escolher
seus representantes políticos, essa tarefa de mudança se torna praticamente
impossível, notadamente quando a classe política dominante, apesar de suas práticas
indiscutivelmente degradantes, ainda consegue conquistar a simpatia de parcela
expressiva dos brasileiros, que resistem bravamente à compreensão de que a sua participação
no processo político é de suma importância para a implantação de nova
mentalidade política, a ser assentada na conscientização sobre a essência
da exclusiva defesa dos interesses públicos.
Muito bem conscientizado sobre a necessidade de se
passar o Brasil a limpo, o mestre Xavier Fernandes foi muito feliz em comentar o
referido texto, dizendo exatamente o seguinte: “Sua habilidade em descrever os acontecimentos nos traz a perfeita
fotografia da realidade política do nosso Brasil, tão desgovernado e correndo
grande risco de uma hecatombe... que seus textos e análises sejam aspergidos e
absorvidos por pessoas que entendam e compreendam a profundidade e seriedade de
quem realmente mostra como um mestre o quanto precisamos de homens sóbrios,
ajuizados, cidadãos que gostem e honrem o Brasil...suas coletâneas são
perfeitas.”.
Na
ocasião, disse da minha alegria de sentir que ele havia assimilado muito bem minhas
colocações, tendo enaltecido e agradecido suas comoventes palavras sobre os meus
pensamento político e trabalho literário, além de valorizar meu hobby de
escrever, tendo, sobretudo, o condão de multiplicar a minha responsabilidade de
melhor traduzir o que sinto acerca do grave momento político.
Compreendo
perfeitamente a enorme importância que é de transmitir informação imparcial e,
às vezes, sob ângulo diferente de visão, de quem anseia ardentemente por um
Brasil melhor, em que os homens públicos pudessem perceber que ser digno nas
atividades públicas é o único caminho a ser percorrido, em demonstração da
honestidade de bem servir ao público, na melhor forma de defesa do interesse
público, em exclusivo benefício do povo, que é a razão essencial da delegação
recebida dele para a prática do bem comum.
Fico
muitíssimo feliz que eu possa transmitir um pouco desse sentimento de
brasilidade descrito tão bem por você, Xavier, que demonstra muito mais dom de
mestre do que eu, pelo poder de captar, com realismo ímpar, o verdadeiro
sentido do conteúdo de meus textos, que nada mais é o de mostrar que o Brasil
tem jeito sim, mas depende muito da conscientização dos brasileiros.
Não
compete aos brasileiros condenarem as autoridades e instituições que cuidam do combate
aos fora da lei e aqueles que não conseguem provar, por meios jurídicos, a
legitimidade de seus atos na vida pública, porque isso é o mínimo que o homem
público precisa fazer perante o povo, que é prestar contas sobre seus atos, de
modo que não tenha que recorrer a outrem, inclusive ao povo, para prová-la,
porque a responsabilidade é pessoal, intransferível, embora o povo tenha
parcela gigantesca nessa deformidade impregnada nos maus homens públicos.
A
propósito, na forma legal e constitucional, o povo tem obrigação de escolher e eleger seus representantes, passando
a assumir também parcela de culpa por ter chancelado a prática de atos
irregulares por seus delegados nas atividades políticas, o que o obriga a
eliminá-los da vida pública, em novo pleito eleitoral, já que não existe recall
durante o mandato, para afastá-los do cargo, quando eles cometem deslizes, mas, ao contrário e o pior, o povo continua os apoiando, até
mesmo depois que a Justiça os condena, dizendo, com base na norma jurídica, que
eles não têm condições para representarem o povo, nos termos de probidade, honestidade,
dignidade, entre outros princípios indispensáveis ao exercício de cargos públicos
eletivos.
Essa
forma de compreensão política constitui verdadeira lástima, considerando que, nos
países com o mínimo de seriedade e civilidade, o poder também emana do povo, que também que a obrigação de
somente confiar, acreditar e apoiar os homens públicos que estejam devidamente
abonados sobre os princípios da licitude, moralidade, honestidade, idoneidade,
imaculabilidade, entre outros que possam confirmar a sua conduta acima de
quaisquer suspeitas, quanto à prática de atos públicos, como forma de
contribuição ao aperfeiçoamento da democracia moderna, em harmonia com os
sentimentos de valorização dos fundamentos republicanos. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 16 de setembro de 2018
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