Uma atriz global defendeu, no Programa do Faustão, da rede Globo, no domingo passado, a Amazônia
e o Carnaval brasileiros, tendo argumentado, na ocasião, nestes termos: "O brasileiro, na hora do Carnaval e na hora da
seleção, nós sabemos muito bem, é um povo que tem união, tem solidariedade, tem
uma integração. Por que isso não acontece nas coisas sérias?".
Diante disso o apresentador do citado programa afirmou, sem
citar nomes, mas em clara forma de desabafo sobre a caótica situação política do
Brasil, que, “Lutar por educação, saúde
pública, contra a corrupção, contra a incompetência. O imbecil que está lá, e
não deveria estar, pode até ser honesto, mas é um idiota que está e está
ferrando com todo mundo”.
O
apresentador global completou suas críticas, dizendo que “Você paga imposto e o que você recebe? Então, vamos ver se esses novos
ares vão mudar. Vamos ver. Tem que rezar pra dar certo, não adianta rezar
contra”.
As polêmicas e
desatinas declarações do apresentador global imediatamente repercutiram nas
redes sociais, dando margem para diversas interpretações, inclusive que as
críticas tinham endereço certo, com direcionamento para o Palácio do Planalto,
na pessoa do presidente da República.
Diante da enorme
repercussão e dos estragos causados na mídia, o apresentador global se sentiu
obrigado a vir a público, no dia seguinte ao seu desabonador pronunciamento,
para negar que tenha se referido ao presidente da República, quando falou em “imbecil
eleito”, porque “Jamais falei especificamente de uma
pessoa ou dos eleitores dessa pessoa”, o que é verdade, mas as inferências,
diante das evidências, não restaria senão a pessoa de quem ele nega.
O apresentador global
divulgou vídeo dando os seguintes esclarecimentos: "Em nenhum momento
eu falei a respeito do atual presidente, muito menos dos eleitores. Usei a
palavra para explicar que muitas vezes o político imbecil, que não está
preparado para ser eleito, nem sabe porque está lá, acaba entrando nessa onda
da vaidade e esquece dos problemas do país. Como estamos em novos
ares ou, pelo menos, com expectativas para novos ares, o que a gente espera é
que todo mundo reze para que os novos eleitos -deputados, senadores,
governadores, presidente da República e ministros indicados- tenham
principalmente consciência dos verdadeiros problemas do Brasil. E que não são
poucos." (Com informações da Folhapress).
Apenas para não
deixar a menor dúvida, no programa, a citação do comunicador foi direta, ou
seja: “O imbecil que está lá...”, em indicação clara de alguém, enquanto
agora ele diz “o político imbecil, que não está preparado...”, o que é
completamente diferente, porque aqui é simplesmente generalização, na tentativa
de não assumir o verdadeiro sentido do que ele realmente quis dizer na manifestação
inicial.
A toda evidência,
quando o apresentador fez a primeira manifestação já tinha conseguido se
apequenar ao máximo, por ter deixado claro que seu discurso foi de puro
sentimento de rancor e repúdio, por certo, contra o presidente da República, em
clara evidência de que ele não deveria estar onde está, por ser “imbecil”
e “idiota”, a par de ter desejado, só podia ser ao novo presidente,
novos tempos, nestes termos: “Então, vamos ver se esses novos ares vão
mudar. Vamos ver.”, evidentemente se referindo ao que ele chama
“(...) O imbecil que está lá, (...)”.
No caso, os
indicadores a que o apresentador se referiu, no singular já identificam, na
opinião dele, o “imbecil que está lá”, que “pode até ser honesto, mas é um
idiota”, ele não poderia estar falando senão da pessoa do presidente da
República, embora não tivesse citado o nome dele nem de ninguém, mas o
mandatário do país que é o único político que ainda não tem nada sobre suspeita
de irregularidade atribuída a ele, ou seja, é o único que “pode até ser
honesto“, com descarte de qualquer outro político, justamente pela
inexistência dele, em se tratando dos caciques calejados na vida pública, com a
devida ressalva para essa nova geração, que ainda precisa mostra para que veio,
como representante do povo.
Como corolário, no
caso dos demais políticos, que vêm na explicação dada depois, entre eles
dificilmente será possível se encontrar um que não esteja com seu nome
envolvido no rol da caixa 2 das campanhas eleitorais, com o timbre de
“desonestos”, justamente por se beneficiarem de dinheiro sujo, o que não é o
caso do “idiota” a que ele se refere, porquanto, até o momento, tem a
chancela de “honesto” mesmo e isso pode ser a inexorável senha para a
identificação da pessoa a quem foi dirigida a terrível e injusta crítica, que
ainda não teve tempo suficiente para “(...) está ferrando com todo
mundo.”.
Isso, por si só,
complica em muito a situação do apresentador, que realmente foi bastante
infeliz nas suas argumentações acusatórias, considerando que o presidente ainda
não teve condições mínimas de “ferrar” ninguém, diante da exiguidade de tempo
no exercício do cargo presidencial.
Diante das
evidências, o presidente do país seria o único político com a característica
mais apropriada para “está ferrando com todo mundo”, na opinião do
apresentador global, que simplesmente cometeu brutal injustiça, ao fazer
comentário absolutamente inoportuno, evitável e extremamente indelicado,
principalmente por garantir que não se referiu ao presidente da República, por
não ter citado o nome dele nem de seus eleitores, mas as características do “imbecil”
e “idiota” citado por ele se encaixa perfeitamente no perfil de
quem ele acha que não deveria estar no Palácio do Planalto, mas está, com a
vontade soberana do povo, em dissonância com o desejo da todo-poderosa
rede Globo.
Na verdade, a
justificativa dada pelo apresentador tem o condão tão somente de reafirmar
exatamente que ele se referia ao presidente do país, por ter ficado muito mais
claro agora, até mesmo para um analfabeto, que a primeira colocação jamais se
encaixaria para o mundo dos políticos, com a abrangência que ele quis dá ao
episódio, na exclusiva tentativa de se passar por esperto e safo, quando a
interpretação que se faz do espetaculoso caso é de que ele queria atingir mesmo
a figura do presidente do país, pelas características do primeiro
pronunciamento, que não se encaixam na explicação dada, por maiores que sejam
os esforços de interpretação.
É preciso se
reconhecer a liberdade de imprensa, expressão, pensamento, individualidade
etc., em consonância com o salutar princípio republicano, com amparo no consagrado
Estado Democrático de Direito, em que os cidadãos gozam do direito de dizer o
que bem entender, mas não se pode, à custa disso, ultrapassar o seu limite de
se expressar, para que não haja ferimento aos salutares conceitos de respeito à
dignidade e à honradez de seu semelhante, diante do balizamento imposto pelas
cláusulas de integridade, ética, seriedade, em harmonia com os sentimentos de
democracia e humanismo.
Não há a menor dúvida
de que o formador de opinião pública sabe muito bem sobre as repercussões
positivas ou negativas acerca das suas manifestações e ainda com muito maior
destaque quando se tratam de referências políticas, como as que foram feitas
pelo apresentador global, que tiveram sim claro objetivo de provocação ao
presidente da República, que precisa reagir à altura e mostrar quem é realmente
o imbecil e o idiota que perdeu importante oportunidade para ter ficado calado,
não somente em respeito à autoridade constituída, mas em benefício do
engrandecimento das instituições democráticas, que asseguram todas as formas de
manifestação, de preferência para aquelas que possam contribuir para a
construção de um Brasil unido e imbuído de bons propósitos de unificação dos
brasileiros, com vistas à superação dos múltiplos problemas nacionais e à
retomada do tão sonhado desenvolvimento socioeconômico.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 9 de
janeiro de 2019
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