quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Respeito à cidadania


Em escapada do hotel onde se encontra hospedado, na Suíça, o presidente brasileiro almoçou no bandejão de um supermercado no centro de Davos, conforme mostram fotografias dele pegando a comida na bancada e sentado à mesa, já deliciando o apetitoso alimento.   
Apenas com pequeno grupo de seguranças, o presidente passou no self-service do supermercado Migros, uma rede popular na Suíça, que seria verdadeiro escândalo se outro presidente brasileiro tivesse tamanha atitude de pura humildade para frequentar o restaurante popular, diante da opulência atribuída, por eles mesmos, no caso dos últimos governantes brasileiros.
          Um artista plástico brasileiro, que vive naquele país, e está fazendo bico como motorista no Fórum Econômico Mundial, disse que se surpreendeu por pegar comida ao lado do presidente brasileiro, nestes termos: "Eu estava pegando comida, olhei para o lado e estava o Bolsonaro".
O brasileiro disse que o presidente estava "comendo sanduíche e tomando refrigerante".
Enquanto isso, do lado de fora do supermercado, que fica a poucos metros do Congress Centre, onde o presidente fez discurso em sessão plenária, brasileiros o aguardavam.
Os referidos brasileiros moram nas cidades suíças de Zurique, Genebra e Lausanne e se  organizaram, pela internet, para tentar uma foto com o presidente brasileiro, em Davos.
Alguns vestiam camisetas com a foto do presidente brasileiro, levavam bandeiras verde-amarelas e fizeram pedido aos repórteres e jornalistas para que eles pedissem que o presidente passasse onde eles estavam, porque eles queriam tirar fotografia como  mandatário brasileiro.
Enquanto isso, a expectativa já era grande para ver e ouvir o presidente, por ocasião do discurso que foi proferido por ele, no Centro de Convenção de Davos.
A viagem do presidente brasileiro tem despertado o foco da imprensa, não somente pela simplicidade nos hábitos alimentares, como na reduzida comitiva que o acompanha, que é constituída exclusivamente dos principais assessores, indispensáveis ao seu apoio de logístico e segurança, além da modicidade na reserva do mesmo hotel de hospedagem de governos anteriores, que utilizaram apartamentos de diárias entre os valores de R$ 18 mil a R$ 22 mil, enquanto o atual presidente optou por apartamento de diária de R$ 12 mil, em média, o que já é 1/3 a menos dos valores pagos no passado.
Há até quem diga que essa forma de economia é simplória, insignificante, mas de muitas e repetidas insignificâncias como essa, no final das contas, se muitos pensarem assim, vai sobrar dinheiro do desperdício que, no passado, deixou de ser evitado, porque a mentalidade se contrapunha ao sentimento de austeridade, que precisa cada vez mais ser valorizado, quando se tem em mira o pensamento de mudanças, que precisam acontecer em todos os setores da administração do país.
O exemplo mostrado pelo presidente do país, a grosso modo, pode até parecer atitude demagógica, para chamar a atenção da imprensa, mas isso mostra, na prática, a imperiosa necessidade de o homem público se enquadrar, urgentemente, em modelo de austeridade compatível com a realidade brasileira, onde a pobreza, na sua expressiva maioria da população, convive em estado de absoluta e extrema penúria e ainda passando pelas piores dificuldades, premidos em situação de precariedade onde não tem a quem recorrer e, mesmo que tivesse a quem reclamar, de nada adiantaria, exatamente porque os recursos são sempre escassos e de nada adianta gritar no vácuo, porque ninguém tanto não ouve como também não tem interesse em escutá-la.
Os brasileiros esperam que o presidente do país siga em continuado padrão de economicidade e austeridade que precisa se consolidar para valer em generalização na administração pública, com abrangência uniforme nos três Poderes da República, como forma de revolucionar o pensamento que predominava no passado recente, em que o esbanjamento acontecia entremuros dos palácios, em extrema insensatez e sem a menor preocupação com as agruras dos desvalidos e dos desassistidos, normalmente sob a alegação da permanente escassez de recursos, menos para as mordomias e as prerrogativas convencionadas, de maneira insensível e abusivas, pelas autoridades da República.
É preciso que o presidente da República lidere, com urgência, movimento em torno da imprescindível eliminação de desperdícios de toda natureza, para que seja incorporada na administração do Brasil cartilha com manual de bons costumes e boas condutas quanto à efetividade dos gastos públicos, vinculando-os à essencialidade da satisfação do interesse público, evidentemente com destaque para a imperiosa e imediata supressão dos gastos supérfluos e principalmente das excessivas e abusivas prerrogativas às expensas de recursos dos contribuintes, que precisam ser destinados para onde eles são verdadeiramente de suma importância.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de janeiro de 2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário