Em
escapada do hotel onde se encontra hospedado, na Suíça, o presidente brasileiro
almoçou no bandejão de um supermercado no centro de Davos, conforme mostram fotografias
dele pegando a comida na bancada e sentado à mesa, já deliciando o apetitoso
alimento.
Apenas
com pequeno grupo de seguranças, o presidente passou no self-service do
supermercado Migros, uma rede popular na Suíça, que seria verdadeiro escândalo
se outro presidente brasileiro tivesse tamanha atitude de pura humildade para
frequentar o restaurante popular, diante da opulência atribuída, por eles
mesmos, no caso dos últimos governantes brasileiros.
Um
artista plástico brasileiro, que vive naquele país, e está fazendo bico como
motorista no Fórum Econômico Mundial, disse que se surpreendeu por pegar comida
ao lado do presidente brasileiro, nestes termos: "Eu estava pegando comida, olhei para o lado e estava o Bolsonaro".
O
brasileiro disse que o presidente estava "comendo sanduíche e tomando refrigerante".
Enquanto
isso, do lado de fora do supermercado, que fica a poucos metros do Congress
Centre, onde o presidente fez discurso em sessão plenária, brasileiros o
aguardavam.
Os
referidos brasileiros moram nas cidades suíças de Zurique, Genebra e Lausanne e
se organizaram, pela internet, para
tentar uma foto com o presidente brasileiro, em Davos.
Alguns
vestiam camisetas com a foto do presidente brasileiro, levavam bandeiras
verde-amarelas e fizeram pedido aos repórteres e jornalistas para que eles
pedissem que o presidente passasse onde eles estavam, porque eles queriam tirar
fotografia como mandatário brasileiro.
Enquanto
isso, a expectativa já era grande para ver e ouvir o presidente, por ocasião do
discurso que foi proferido por ele, no Centro de Convenção de Davos.
A
viagem do presidente brasileiro tem despertado o foco da imprensa, não somente
pela simplicidade nos hábitos alimentares, como na reduzida comitiva que o
acompanha, que é constituída exclusivamente dos principais assessores,
indispensáveis ao seu apoio de logístico e segurança, além da modicidade na
reserva do mesmo hotel de hospedagem de governos anteriores, que utilizaram
apartamentos de diárias entre os valores de R$ 18 mil a R$ 22 mil, enquanto o
atual presidente optou por apartamento de diária de R$ 12 mil, em média, o que
já é 1/3 a menos dos valores pagos no passado.
Há
até quem diga que essa forma de economia é simplória, insignificante, mas de muitas
e repetidas insignificâncias como essa, no final das contas, se muitos pensarem
assim, vai sobrar dinheiro do desperdício que, no passado, deixou de ser evitado,
porque a mentalidade se contrapunha ao sentimento de austeridade, que precisa
cada vez mais ser valorizado, quando se tem em mira o pensamento de mudanças,
que precisam acontecer em todos os setores da administração do país.
O
exemplo mostrado pelo presidente do país, a grosso modo, pode até parecer
atitude demagógica, para chamar a atenção da imprensa, mas isso mostra, na
prática, a imperiosa necessidade de o homem público se enquadrar, urgentemente,
em modelo de austeridade compatível com a realidade brasileira, onde a pobreza,
na sua expressiva maioria da população, convive em estado de absoluta e extrema
penúria e ainda passando pelas piores dificuldades, premidos em situação de
precariedade onde não tem a quem recorrer e, mesmo que tivesse a quem reclamar,
de nada adiantaria, exatamente porque os recursos são sempre escassos e de nada
adianta gritar no vácuo, porque ninguém tanto não ouve como também não tem
interesse em escutá-la.
Os
brasileiros esperam que o presidente do país siga em continuado padrão de
economicidade e austeridade que precisa se consolidar para valer em generalização
na administração pública, com abrangência uniforme nos três Poderes da
República, como forma de revolucionar o pensamento que predominava no passado
recente, em que o esbanjamento acontecia entremuros dos palácios, em extrema
insensatez e sem a menor preocupação com as agruras dos desvalidos e dos desassistidos,
normalmente sob a alegação da permanente escassez de recursos, menos para as
mordomias e as prerrogativas convencionadas, de maneira insensível e abusivas,
pelas autoridades da República.
É
preciso que o presidente da República lidere, com urgência, movimento em torno
da imprescindível eliminação de desperdícios de toda natureza, para que seja
incorporada na administração do Brasil cartilha com manual de bons costumes e
boas condutas quanto à efetividade dos gastos públicos, vinculando-os à
essencialidade da satisfação do interesse público, evidentemente com destaque
para a imperiosa e imediata supressão dos gastos supérfluos e principalmente das
excessivas e abusivas prerrogativas às expensas de recursos dos contribuintes, que
precisam ser destinados para onde eles são verdadeiramente de suma importância.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de janeiro de 2019
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