Uma famosa atriz global que apoiou o presidente da República,
na última eleição, e declarou voto quando ele era candidato, agora demonstra
que não estar satisfeita com o governo.
Nas
suas redes sociais, a atriz demonstrou revolta com a possibilidade de o senador
por Alagoas ser eleito para o comando do Senado Federal, tendo o apoio do partido
do presidente da República.
A
atriz global declarou, em tom de protesto, que “Precisamos saber quem é quem no novo time de Brasília”, dando a entender que ela gostaria que fosse
colocada ordem na casa, de modo que a esculhambação na política ficasse apenas
no passado.
Ela
ainda convocou os internautas para uma manifestação, marcada para ocorrer no próximo
(20), na Avenida Paulista, em São Paulo, contra a eleição do senador alagoano.
Durante
a campanha de outubro, a atriz deixou clara a sua simpatia pelo então candidato,
que hoje preside o país, tendo chegado até mesmo a visitá-lo, na residência
dele, após o atentado à faca que o político sofreu em Juiz de Fora (MG).
Ela
também postou fotos, nas redes sociais, e, no dia da cerimônia de posse do
presidente da República, em 1º de janeiro último, fazendo questão de torcer e
acompanhar tudo, inclusive, verbis: "Desejando saúde, fé e força à família
Bolsonaro na grandiosa missão de gerenciar o destino do Brasil junto com os
brasileiros".
Ocorre
que o senador alagoano está no pleno direito de se candidatar à Presidência do
Senado Federal, embora, na qualidade de político que já é réu no Supremo
Tribunal Federal e ainda respondendo a mais de uma dezena de inquéritos nessa
Casa, ele tem mínimas condições morais para sequer representar o povo, quanto
mais para ser presidente da Câmara Alta brasileira, porque isso é simplesmente
o reconhecimento da completa falta de dignidade por parte de quem vota em
político dessa espécie de desqualificação moral para, agora, dirigir seus
eleitores no Senado e também os relevantes projetos de interesse da nação.
A
verdade é que, se isso realmente acontecer e ainda mais com o apoio o mínimo que
seja do presidente da República ou até mesmo por sua omissão ao processo
eleitoral no Senado, por questão de conveniência política, diante da
possibilidade de o senador alagoano garantir magnanimidade com o encaminhamento
dos projetos referentes às reformas do governo, aí sim estar-se-ia configurada
tremenda e inadmissível esculhambação no cenário político brasileiro.
Isso
apenas se confirmaria a situação caótica que grassa no Parlamento, que funciona
sob a influência dos interesses e das conveniências dos congressistas, conforme
mostra a vergonhosa relação deles com os governos do passado, que não tiveram a
dignidade de dizer em alto e bom tom que é preciso que os políticos criem
vergonha na cara e parem de hipocrisia e demagogia, porque os brasileiros já
não aguentam mais esse sistema político podre, seboso, fedorento e insuportável,
de repugnável fisiologismo prejudicial ao interesse público e que é próprio das
republiquetas, que não primam pela moralidade da sua administração.
Muitos
brasileiros com a alma limpa e a mente sadia não concebem como político sem as
mínimas condições morais, para participar da vida pública, ainda tem o disparate
de insistir na sua aceitação por seus pares, quando ele deveria se
conscientizar de que as ansiadas mudanças de moralidade impõem limpeza também na
representatividade política, não cabendo mais que homens públicos investigados
pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela Justiça possam imaginar
que podem representar condignamente o povo, quando isso deveria simplesmente
ser sentimento do passado vergonhoso do mundo político, onde a promiscuidade
predominava sem o menor escrúpulo.
Urge
que tenha fim, em definitivo, esse sistema inaceitável, por ser visivelmente
ilegítimo, de ainda se permitir que homens públicos envolvidos com atos
suspeitos de irregularidades, como no caso do senador alagoano, participem de
atividades políticas, e, o pior, em forma de representação do povo, porque isso
é absolutamente incompatível com os princípios democrático e republicano, onde se
exige o preenchimento dos requisitos de idoneidade moral e conduta moral
ilibada, para o exercício de cargos e funções na administração do país.
A
toda evidência, nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos políticos
e democráticos, jamais alguém com a ficha-suja, vale dizer sendo suspeito da
prática de atos irregulares, seria aceito como participante da vida pública, diante
dos claros sentimentos de degeneração dos princípios morais e do decoro, cuja
forma natural de irresponsabilidade com a coisa pública haveria de impede,
necessariamente, a cumplicidade do povo desinformado nesses casos de
indignidade e desonestidade incompatíveis com as atividades públicas, o que
teria evitado essa desastrosa escolha do povo alagoano.
É
preciso que, com a devida urgência, o povo entenda que não pode ser normal, à luz
desse horroroso caso do senador alagoano, que pessoa sob investigação sobre a
prática de ato delituoso seja transformado em seu lídimo representante; o Poder
Legislativo aprove norma jurídica proibindo que político nessas situações recrimináveis
tenha condições de ser eleito; e o Poder Judiciário atue com a devida
celeridade no julgamento das ações pertinentes aos suspeitos da prática de atos
irregulares.
Tudo
isso mostra que o Brasil se encontra ano-luz da modernidade também na política,
diante de aberrações há muito tempo ultrapassadas e sepultadas nos países sérios
e desenvolvidos, que conseguiram captar as conquistas e os avanços obtidos pela
humanidade, que não pode pagar por mentalidades atrofiadas de homens públicos
que atuam sob os efeitos de seus interesses e suas conveniências políticos, em
detrimento das causas do povo, em dissonância com as verdadeiras finalidades preconizadas
pelas Ciências Políticas.
Convém
que o novo governo, no âmbito da imperiosa necessidade de moralização da administração do Brasil, providencie
a aprovação de normas jurídicas proibindo a participação na vida pública, ou
seja, vetando práticas de atividades políticas por cidadão que estiver sob
suspeita da autoria de ato irregular com recursos públicos, sendo obrigatório o atestado de
idoneidade moral e conduta ilibada, como exigência para a candidatura ao exercício
de cargos ou funções públicos, de modo que essa medida seja extensiva também aos
ocupantes de cargos públicos eletivos, caso em que o seu afastamento se dá
imediatamente ao suscitamento das investigações pertinentes, permitindo-se o seu
retorno ao cargo quando forem aclarados os motivos objeto das suspeitas de irregularidades.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 18 de janeiro de 2019
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