Na
agenda das comemorações anuais dos integrantes dos “Filhos de Candinha”, houve visita
ao túmulo da patrona do grupo, tendo sido exposta foto do local e a sua publicação
no Face da turma.
A impressão que eu tive foi a de que o túmulo
da venerável e sempre amada Candinha é representado, composto, por singelo
monte de areias, com uma cruz encimada, cercado por grade de ferro.
Diante disso, eu escrevi, se isso é verdade,
porque eu posso ter me enganado, à primeira vista, proponho que seja erguida
ali uma construção digna do que ela representa para o povo de Uiraúna.
Eu
me proponho a contribuir para o fundo constituído com essa finalidade, tendo
esclarecido que, como eu não tenho condições de administrá-lo, convém que
alguém se ofereça, de forma espontânea e generosa, para esse ato de caridade
cristã, que até pode ser membro do Face ou pessoa da família dela, que cuidará
de providenciar a arrecadação, em conta própria, e a construção da obra, o que
se torna possível tirar aquele cercado pouco representativo para pessoa que eu
já defendi que seja considerada heroína de Uiraúna, pelo tanto de trabalho de
amor dedicado ao seu semelhante, tendo sido pessoa da maior importância para
uma geração (agora acrescento: literalmente) de uiraunenses.
De
imediato, a querida prima Vescijudith Fernandes Moreira disse que, “primeiro, precisamos
conversar com a família de Madrinha Candinha sobre isso. Inclusive, há um filho
dela que é proprietário de uma funerária em nossa cidade.
Em resposta, eu lhe disse o seguinte: Muito
bem, prezada prima Vescijudith, penso que se trata de algo justo, por Candinha
ter sido pessoa pública da maior expressão para a nossa geração.
Nessa minha linha de pensamento, caso seja a
aceitação dos conterrâneos, em forma de apoio, em que cada um pode contribuir
na conhecida forma de que, de grão em grão, a galinha enche o papo, tenho em
mente, em igual situação, a singeleza do túmulo da ex-professora Jovelina
Gomes, que também poderia merecer obra arquitetônica à altura da sua
importância para a comunidade uiraunense, com a substituição do atual túmulo
por outro igualmente à altura da sua simbologia educacional de um povo.
De igual modo, agora já com maior atribuição,
já seria talvez o caso de se criar comissão para cuidar dessa importante missão
cristã, porque eu proponho, por questão de isonomia de tratamento, que outras
pessoas importantes para a cidade também tenham esse cuidado especial, em
termos de se retribuir em carinho a sua importância de amor ao seu semelhante,
evidenciado assim uma forma de reconhecimento por seu verdadeiro valor.
Por até estar imbuído do sentimento de exagero,
propondo algo que pode envolver apenas um pouco de boa vontade, em nome do que
pode ser justo e merecido, em divisão participativa que certamente não fará
falta.
Agradeço pela compreensão sobre as minhas
sensatas sugestões, evidentemente, na minha opinião.
A
querida prima Vescijudit esclarece que é “Justo, mas diferente do caso de Jovelina.
Não podemos invadir a vontade íntima da família de Candinha. Que está sempre
presente em nossa cidade.”.
Nesse
ínterim, a prezada senhora Ubaldina Fernandes declarou que adere à minha
proposta, dizendo que “faço minhas as suas palavras. Também tive a mesma impressão, ao ver
imagem tão ‘simplória’ do túmulo, em detrimento da grandeza de alma de Mãe
Candinha... Salvo se houver decisão em contrário da família, creio que a
situação requer uma campanha urgente.”.
Por
sua vez a senhora Naná Aquino declarou que “Concordo plenamente! Mais que merecida a
essa grande pessoa Mãe Candinha.”.
Novamente
a querida prima Vescijudith disse que “A família de Madrinha Candinha é quem tem
que decidir, da mesma maneira que decidimos os túmulos de nossos parentes. Não
podemos modificar a vontade deles, especialmente porque tem condições de
edificar um túmulo.”.
Nessa
parte, foi suscitada a questão de ordem se já havia sido consultada à família
sobre a autorização para a realização da obra pretendida, quando o meu nome foi
lembrado para se encarregar das tratativas pertinentes.
Nesse
ponto, eu disse que agradecia imensamente o apoio da
senhora Ubaldina Fernandes ao pleito que considero muito representativo para a
cidade, por se tratar de pessoa que, como a conheci, por seu belíssimo trabalho
humanitário, merece o nosso reconhecimento.
Eu confesso que já tinha até me arrependido da ideia,
depois de pessoas ilustres se manifestarem contrariamente ao pleito, que
respeito, mas mantenho minha sugestão, por entender que seria apenas pequena
contribuição daqueles que concordassem com a essa medida que considero
justíssima, evidentemente que tudo seria promovido com o devido consentimento
da família.
Esclareço que essa questão da participação da
família não foi abordada na inicial, porque isso seria resolvido se realmente
as pessoas achassem que a medida é razoável e merecida, ou seja, em momento
algum insinuei que a obra seria feita à revelia da família, diante da presença
da insensatez da minha parte.
Caso eu tenha me expressado nesse sentido, que não
foi, aproveito o ensejo para dizer apenas que, naquele momento, fui tocado por
uma situação e nesse sentido sugeri sobre a possibilidade desse mutirão para
homenagear uma das mais importantes mulheres de Uiraúna, evidentemente não
desmerecendo tantas outras mulheres da cidade, igualmente importantes, mas, em
termos de sentimento humanitário, só conheci ela, que tem o meu mais sagrado
respeito e tenho certeza que, se a família dela consentir, há de haver
entendimento para a construção de obra de melhor aparência do que aquela que é
mostrada na foto, não que ele não fosse simples, porque ela era a irmã Santa
Tereza de Calcutá de Uiraúna, guardadas, obviamente, as devidas proporções, em
termos de assistência aos partos por ela realizados, a toda hora e todo
momento, até mesmo na superação do sacrifício humano.
Ou seja, a simplicidade, que era símbolo da sua
personalidade, não impede que ela seja devidamente homenageada por quem achar
que ela merece algo à altura da sua importância como pessoa.
A
querida prima Vescijudith se manifesta no sentido de que eu cuidasse do
entendimento com a família de Candinha, nestes termos: “caro primo,
ficaríamos felizes se tomasse à frente essa conversa com a família dela.”.
Foi
quando a senhora Ubaldina Fernandes lembrou que “Na verdade, os integrantes que têm
participado mais ativamente das comemorações do Grupo são os mais legitimados a
fazerem uma visita a esses familiares e fazerem essa consulta... Quem sabe,
aproveitando, agora, esse período festivo, quando muitos estão reunidos em
Uiraúna. Nada mais oportuno e próprio para integrar a pauta das decisões...”.
Nessa vertente das conversas, eu fui muito infeliz
na colocação, quando disse, impensadamente, que “não que eu queira tirar a
minha responsabilidade nessa empreitada, mas eu, sinceramente, sou a pessoa
menos qualificada para encabeçar as tratativas pertinentes,” porque não é assim
que se faz, com tanta simplicidade, quando se é autor da ideia, que precisa
assumir as suas consequências, nada justificando que eu tivesse dado a ideia e
simplesmente me omitisse dos compromissos inerentes a ela, sendo absolutamente
injusto que eu exigisse que outrem arcasse com o ônus decorrente, salvo se
alguma alma generosa e de boa vontade se dignasse a ressalvar esse fato.
Daí a motivação essencial da elaboração desta
crônica, para me desculpar com os amigos que foram levados a discutir e se
manifestar sobre algo que deveria ter sido previamente melhor estudado e
pensado para, somente depois, ser lançado como sugestão, já se conhecendo sobre
a sua viabilidade de implementação.
Já agora, com base nas opiniões das pessoas,
pensando melhor, não valeu pela tentativa, porque eu imaginava que a euforia
que se faz em torno do nome da sempre veneranda Candinha valesse a pena o
mínimo de sacrifício para a realização de obra de valorização do local onde ela
se encontra sepultada.
Quem já leu o que escrevo, teve oportunidade de
observar que eu fiz menção ao nome dela como verdadeira heroína de Uiraúna,
pelo tanto que ela contribuiu em benefício para os filhos da cidade, incomparavelmente
em dedicação ao seu oficio de cunho humanitário, que certamente teve o
merecimento divino de salvar muitas vidas no seu diuturno trabalho que exercia
em nome e com as graças de Deus.
Essa,
talvez, tenha sido minha singela forma de tributo a pessoa sempre lembrada com carinho
e amor especiais.
Para
finalizar, agradeço a sensibilidade da prezada prima Vescijudith que, com muita
sapiência, falou o que precisava ser realmente dito, na forma mais clara
possível, tendo concluído que, verbis:
“(...).
Ficaremos muito contentes que quem tenha levantado essa bandeira mais uma vez,
faça as vezes para essa campanha e conversa.”, porque ela se houve com
a melhor clareza possível.
Ela mostrou, de maneira insistente, até eu
entender, como não poderia ser diferente, que eu, sendo o pai da ideia, i.e., o
pai da criança, cuidasse dela, sendo que eu tinha a obrigação de cuidar de tudo,
sem empurrar o trabalho para os outros, inclusive de buscar os meios necessários
para a implementação dela, com o que ela está coberta de razão, a qual trata da
melhor lição de cidadania, posto que eu jamais deveria ter criado situação sem
assumir a responsabilidade sobre as consequências, dedicando-se aos cuidados e
às resoluções das questões e dos trabalhos pertinentes.
Com as minhas escusas e muito obrigado a todos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 11 de janeiro de 2019
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