quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Amanhã vai ser outro dia?


Em mensagem divulgada pouco antes da meia noite, bem próximo da passagem de ano, o ex-presidente da República petista divulgou nota recomendando que seus apoiadores não baixem a cabeça, assegurando que 2019 será ano de "resistência e luta", em referência ao novo governo do presidente da República. 
Em texto publicado na página de seu partido, o petista afirmou que "Não vamos baixar a cabeça nem deixar que tirem nossa alegria de viver e de batalhar por dias melhores. Nós sempre tivemos coragem de lutar e temos coragem de recomeçar".
O ex-presidente citou, na mensagem aos seus seguidores, frase da autoria de um cantor seu idólatra, nos seguintes termos: "Como diz a canção do grande Chico Buarque: ´Amanhã vai ser outro dia´".
Como se ninguém soubesse, o petista lembrou que passaria o Ano Novo encarcerado, tendo afirmado: "Como vocês sabem, vou passar o Ano Novo numa cela em que fui preso sem ter cometido crime nenhum, condenado sem provas e sem direito a um julgamento justo. Mas não me sinto só. Não estou só." (Com informações da Folhapress).
Ao incitar seus seguidores para não baixarem a cabeça, por considerar que 2019 é ano de “resistência e luta”, o ex-presidente dá clara lição antidemocrática de não aceitação do resultado da eleição presidencial, dando a impressão de que a derrota não fazia parte dos planos políticos de seu partido, que somente aceitaria a vitória nas urnas, em nítida evidência de prepotência política.
Ele também lembrou que “amanhã vai ser outro dia”, como quem dizendo que a derrota teria sido muito dura para seus planos políticos, que neles somente têm cabimento a vitória, como se a derrota deveria existir para seus opositores.
Agora causa tremenda perplexidade o petista ter afirmado, pasmem, que a mudança de ano dele seria em uma cela, em que pese ter sido preso absolutamente sem prova e sem direito a julgamento justo, em razão de não ter cometido crime algum.
O mais estranho de tudo isso é ele falar e afirmar esses gigantescos disparates, na certeza de que há ainda seguidores completamente ingênuos que acreditam muito nas suas histórias sem fundamento, sem se preocupar com a verdade sobre os fatos, como nesse caso de que a Justiça o teria condenado injustamente, ante a ausência de provas, quando elas existem nos autos e são robustas e incontestáveis sobre a materialidade dos fatos denunciados à Justiça.
Ocorre que, só o fato de ele ter sido julgado e condenado pela Justiça, que ainda determinou a sua reclusão em processo que seguiu rigorosamente as praxes do Judiciário, onde foi observado cegamente os procedimentos aplicáveis ao caso em questão, já é mais do que suficiente para se concluir que o petista não tem o mínimo respaldo jurídico para se considerar injustiçado.
Tanto o ex-presidente como as pessoas ingênuas que acreditam piamente em afirmações inconsistentes e alheias à realidade dos fatos precisam se conscientizar de que não tem o menor cabimento alguém ser julgado, condenado e preso sem as devidas provas sobre a materialidade da autoria do crime, diante principalmente da impossibilidade jurídica, que caso dessa magnitude se materialize aos olhos da Justiça extremamente ciosa da sua responsabilidade quanto à fiel e rigorosa observância do ordenamento jurídico do país, não permitindo que falha absurda e de elevada gravidade possa ocorrer, em pleno século XXI.
A verdade é que, quando há a comprovação de condenação sem as devidas provas, além de outras medidas jurídicas, o processo pertinente é simplesmente anulado, perdendo validade o julgamento e a condenação, evidentemente se tivesse validade a caluniosa alegação aduzida pelo ex-presidente, sem a menor base para isso, por absoluta falta de elementos probatórios, à vista da integridade do processo pertinente ao julgamento, que permanece, desde o julgamento final, em janeiro de 2018, intocável, com suas peças em plena validade.
Esse fato contradiz, por completo, a afirmação do petista, pela falta de provas, que impossibilitaria, se elas existissem, a formalização das sentenças adotadas nas primeira e segunda instâncias da Justiça.
Ademais, o juiz que julga e condena sem provas nos autos, se comprovados tais procedimentos irregulares e indevidos, fica passível de condenação pelo crime de prevaricação, por ter agido de forma deliberadamente desidiosa e irresponsável, para prejudicar, sem causa, o denunciado, o que não se caracterizou até o momento, com relação aos juízes que o condenaram, levando a se acreditar que não faz o menor sentido que o petista continue tentando enganar pessoas com informações falsas e sem nenhuma base jurídica, como essa de falta de provas.
Ao contrário disso, se realmente não tivessem robustas provas, no caso do triplex, ele jamais estaria preso e ainda por tanto tempo, diante da sua relevância como ex-presidente da República, a maior autoridade do Brasil, que dificilmente teria sido condenado e preso se ele fosse realmente inocente, mas, infelizmente, ainda há quem acredite nessa horrenda, deprimente e melancólica história de Trancoso.
Sem dúvida alguma, à toda evidência, uma das maiores aberrações do discurso em comento cinge-se na afirmação de que o petista teria sido condenado “sem direito a um julgamento justo”, quando ele foi defendido em juízo por equipe de advogados especialistas do Direito, composta por mais de vinte juristas de escol, tendo protocolado mais de oitenta recursos, com direito, na forma da Constituição Federal, à ampla defesa e ao contraditório, não tendo sido observada ou anotada a menor restrição quanto ao acesso aos autos e muito menos cerceamento legal e processual de qualquer natureza, como forma de fundamentar, de forma justa, essa indevida e leviana acusação de falta de direito a julgamento justo.
Somente esse fato já demonstra a maneira irracional e desonesta como alguém pretende induzir pessoas à interpretação distorcida sobre a realidade dos fatos, em clara evidência de que a verdade sobre eles não interessa que venha à tona, porque isso não convém aos seus planos e objetivos políticos.
Apenas como informação aos enganados crédulos e ingênuos que ainda insiste em continuar a acreditar em inverdades, os recursos movidos pelo político preso, na ação objeto da sua prisão, foram todos negados pela Justiça de todas as instâncias, o que demonstra a incapacidade da ilustrada equipe de advogados de comprovar a tão decantada inocência, fato este que põe por terra todas alegações no sentido de que ele é perseguido e judiado pela Justiça, que o teria julgado sem provas e ainda, pasmem, “sem direito a um julgamento justo”, porque ele tanto não consegue provar isso como também não teve condições de demonstrar a sua inocência sobre os fatos denunciados à Justiça.
Aliás, o entendimento sobre julgamento justo jamais poderia ter sido dispensado, de outra maneira, no caso em comento, quando foram observados, de forma rigorosa, obviamente em razão, em especial, da relevância da pessoa envolvida, os princípios jurídicos e os procedimentos constitucionais e legais cabíveis e aplicáveis ao caso, não tendo sido indicado pela defesa nenhum caso passível de caracterização de erro judicial, em combinação com a negação de todos os recursos impetrados no curso do processo.
Esses fatos corroboram a afirmação de que carecem de elementos probantes as argumentações sobre “condenado sem provas e sem direito a um julgamento justo.”, o que é bastante lamentável que essa forma de expediente ainda seja explorada junto a pessoas ingênuas e outras nem tanto, que bem merecem saber e também acreditar sobre a verdade acerca dos fatos relacionados com esse horroroso affair, envolvendo político da maior relevância do país, que precisa defender a sua honra, mostrando apenas a verdade sobre os fatos da história.
É preciso que os piedosos e ingênuos apoiadores fiquem sabendo que nem nas republiquetas alguém é julgado e condenado à prisão sem ter cometido crime algum, porque seria humanamente impossível que tantos julgadores pudessem chegar ao mesmo veredicto se não houvesse, nos autos, as provas pertinentes aos fatos objeto da denúncia à Justiça, salvo somente nos casos em que há a banalização sobre o desvio de conduta, sem que isso não possa ser caracterizado crime grave, como forma passível de justificar a ideologia da impunidade, muito comum nas republiquetas, em confirmação de que os princípios da ética e da moralidade somente se aplicam nos casos quando não prejudicarem os interesses pessoais e partidários.
          A pior gravidade de tudo isso é justamente que o todo-poderoso tem absoluta certeza, diante das manifestações dos seguidores, de que ainda existem milhões de pessoas que acreditam em sua inocência, como se ele fosse a pessoa realmente injustiçada da face da Terra, embora ele não tivesse, como é do seu dever, condições de contestar e demover dos autos as robustas provas coligidas nas investigações sobre a materialidade da autoria dos fatos denunciados à Justiça.
Há esperança de que os brasileiros realmente possam acreditar que “amanhã vai ser outro dia” e que, nesse novo amanhã, seja possível de se vislumbrar o encorajamento dos homens públicos, no sentido de somente falar a verdade para seus seguidores sobre os fatos da história, sem o menor sentimento de oportunismo, para que o povo jamais seja enganado nos seus propósitos e na sua ingenuidade, porquanto a política precisa se assentar e se consolidar em bases sólidas e consistentes, onde seus pilares possam dar forte sustentação aos princípios democráticos.     
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 2 de janeiro de 2019

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