O início de governo do novel presidente da República
já foi em clima de agitação, em relação às medidas anunciadas e às expectativas
naturais referentes à posse em si, culminando com a novidade que despertou
curiosidade dos brasileiros sobre o uso, na cerimônia de posse dos ministros, pasmem,
da caneta usada pelo mandatário do país, nada mais nada menos da marca “Bic”,
algo jamais imaginado diante da relevância da assinatura dos respectivos termos.
Parece evidente que se trata de jogo de marketing
político, porque, minutos antes, no Congresso Nacional, o presidente assinou o
próprio termo de posse, empunhando caneta bastante chique, mas, no momento em
que formalizara a posse de seus ministros, ele simplesmente sacou do bolso a
caneta popular azul do tipo “Bic”, da marca brasileira Compactor, deixando os
brasileiros boquiabertos, com sua espetaculosa singeleza.
A exemplar atitude presidencial foi seguida pelo
ministro da Justiça e Segurança Pública, que repetiu o gesto dele por ocasião da
assinatura do seu termo de posse.
O ato em referência causou imediata repercussão entre
seus adversários políticos, em especial, e os apoiadores do novo governo, que
enalteceram a atitude com publicações do tipo como “Nada de Caneta Mont Blanc. Essa é diferença de um presidente ‘RAIZ’ e
‘NUTELLA’”, em comparação aos demais ex-presidentes da República brasileira.
Aproveitando a grande jogada de marketing, a
própria marca da caneta fez questão de agradecer ao presidente do país, no
Instagram, nestes termos: “Presidente
Jair Bolsonaro assinou a posse com caneta 100% brasileira Compactor Economic.
Uma honra ver nossa marca ajudando a escrever um capítulo tão importante na
história do país”, implicando mais de 40 mil curtidas, em um único dia, da
marca “Bic”.
Tempos depois, o presidente brasileiro respondeu à
postagem, utilizando o Twitter, e, em apenas três horas, a publicação contava
com mais de 50 mil curtidas e de 2.000 comentários, tendo ele dito que “Nós é que agradecemos a ótima qualidade e
preço da caneta! (sic)”.
Como
sempre, neste país, tudo é passível de virar manchete na mídia, com
possibilidade de se transformar até em idolatria, principalmente quando as
atitudes partem de políticos, atores, cantores, jogadores de futebol etc., que
logo são copiadas e adoradas, como sendo algo extraordinário, fantástico.
Exemplo
clássico disso é esse caso com a caneta “Bic”, que viralizou, mas ele deveria
ser tratado apenas com a maior naturalidade, eis que o termo de posse sempre
tem os mesmos valor e significado tanto assinado com a caneta das marcas “Bic”
ou Mont Branc, porque o efeito burocrático tem a mesma validade, diferenciando
apenas nos preços das canetas, em que uma é popular, baratinha, enquanto a
outra custa o olho da cara, que normalmente serve tão somente para afagar o ego
de quem se julga no Olimpo das autoridades.
Muitos brasileiros bateram palmas para a novidade
presidencial, por ele mostrar que simplicidade e modéstia podem ser bom sinal
de que é possível sim haver melhoras para o Brasil, com o exemplo de pouco gasto,
logo no início do governo, com o exemplo de racionalidade na gestão pública,
que realmente não precisa de esbanjamento para que os resultados possam
aparecer com a marca de quem precisa mostrar para o povo que os governos
gastadores, que sacrificavam os orçamentos com bilhões de déficits, que
patrocinavam reiteradas “pedaladas” fiscais, ou seja, que gastavam mais do que
arrecadavam, são coisas do passado, porque o Brasil tem pressa para ingressar com,
a maior urgência, em nova fase de extrema austeridade jamais vista na sua história
econômica.
Na opinião de outros brasileiros, o uso caneta de
dez mil em solenidade púbica mostra o sentimento de arrogância, prepotência e
superioridade não compatível para a realidade brasileira, diante da situação de
crises que rondam os orçamentos públicos, levando ao entendimento que, nesses casos,
é preferível o uso de caneta popular, de custo modesto de apenas um real e
cinquenta centavos, com muito maior pé no chão e demonstração da humildade que
melhor representa a realidade do país e dos brasileiros.
Outros brasileiros, principalmente aqueles que fazem
questão de desprezar os verdadeiros princípios democráticos, quanto à premência
de se respeitar a vontade soberana do povo, depositada nas urnas eletrônicas, e
que ainda não se conformaram com a derrota legitimada pela processo eleitoral
absolutamente em sintonia com o ordenamento jurídico e a pureza democrática, zombam
do uso de canetas populares no ato de posse dos ministros, diante do revés que
deixou de ser mostrado com os gastos realizados com a segurança nunca vista na
história das posses presidenciais, como a se afirmarem que houve extremado
exagero de despesas nesse quesito, que não foi mostrado à população, mas houve desmedida
exposição do uso de canetas baratas, talvez na tentativa de impressionar a
opinião pública, logo na largada da jornada presidencial.
É até possível que esses afoitos brasileiros tenham
suas razões em criticar os gastos com a segurança do presidente da República na
solenidade da sua posse, mas também é possível se afirmar que esses mesmos
brasileiros são pessoas extremamente insensatas e até injustas, quando, de
forma deliberada, deixam de avaliar que o presidente do país quase foi morto
possivelmente por pessoa que disse, em depoimento à polícia, que não
simpatizava com o candidato de oposição ao candidato petista, além de que os
órgãos de inteligência de segurança havia identificado movimentos ameaçadores,
prometendo agredir ou matar o presidente, exatamente no dia da posse dele.
Esses são os reais motivos pelos quais houve o
indispensável aparato de segurança que precisava ser implementado, em forma
especial de prudência e segurança de quem já tinha sido vítima de ato covarde de
potencial letalidade e vinha sendo ameaçado de agressão, inclusive de morte, a justificar
plenamente todos os recursos despendidos para a sua proteção, como de fato
aconteceu, em que, por via de consequência, não houve nenhum ato hostil e a
solenidade transcorreu na tranquilidade e no brilho que dela se esperava, para
a posse de qualquer presidente, não importando a sua índole ideológica.
Há de se notar, a propósito, que nas mesmas circunstâncias,
os dispêndios seriam idênticos, não importando quem fosse o presidente a tomar
posse, haja vista que estava em jogo a segurança de vida ou vidas humanas,
conforme a maluquice de quem quisesse estragar a festa, tal como foi feito por
tresloucado, em plena efervescência da campanha eleitoral, em Juiz de Fora
(MG), quando houve a tentativa de morte do então candidato à Presidência da
República.
Impende, ainda, notar, em se tratando de gastos públicos,
o atual presidente contabilizou o valor ínfimo na sua campanha eleitoral, no
total de R$ 2,4 milhões, sem nenhum “tostão” oriundo dos cofres públicos, enquanto
o seu adversário informou ter gasto a cifra, pasmem, de R$ 35 milhões, o que é
mixaria, em relação aos fantásticos consumismos do dinheiro dos contribuintes,
na campanha da reeleição da candidata do mesmo partido do candidato derrotado na
última eleição, tendo atingido, em termos oficiais, a colossal montanha de R$
350 milhões, porque um ex-ministros de governos passados disse, em delação premiada,
que os gastos da campanha da reeleição somaram a extraordinária quantia de R$ 800
milhões, sendo que os R$ 450 milhões se referem à caixa 2 de dinheiro desviado
de estatal.
Agora, certamente, jamais, em tempo algum, uma
caneta da marca “Bic” seria usada em solenidade de posse de ministros dos
governos ditos do povo, onde a ostentação sempre foi o seu símbolo, evidentemente
às custas do suado dinheiro do contribuinte.
Em síntese, os brasileiros precisam realmente ter
esperança de que as canetas da marca “Bic” possam assinar múltiplos atos
presidenciais, com vistas à melhoria e ao benefício da população, porque há
mais do que evidências de que muitas canetas caras e de marcas internacionais
conseguiram assinar muitos atos prejudiciais ao interesse dos brasileiros e
muitos de seus protagonistas estão fora do circuito políticos, em razão de suas maldades e
atrocidades contra o bem comum, ou seja, à toda evidência, não é a marca da caneta
que tem real importância, mas sim o seu conteúdo que escreve e que pode contribuir para a assinatura de importantes atos voltados para o
desenvolvimento socioeconômico.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 6 de janeiro de 2019
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