quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A esperança dos brasileiros

Em crônica recente, escrevi que há esperança de que os brasileiros realmente possam acreditar que “amanhã vai ser outro dia” e que, nesse novo amanhã, seja possível se vislumbrar o encorajamento dos homens públicos, no sentido de somente falar a verdade para seus seguidores sobre os fatos da história, sem o menor sentimento de oportunismo, para que o povo jamais seja enganado nos seus propósitos e na sua ingenuidade.
Convém que a política seja assentada e consolidada em bases sólidas e consistentes, onde seus pilares possam dar forte sustentação aos princípios democráticos, que são a garantia do pleno exercício da soberania popular.
Captando, com a inteligência que lhe peculiar, o senhor Xavier Fernandes, na sua melhor compreensão sobre o sentimento de esperança dos brasileiros, fez comentário muito apropriado acerca da questão em voga, dizendo, verbis: “Acredito firmemente na mudança que vamos ter no nosso país. O novo governo vai enfrentar muitos movimentos advindos da oposição que é radical e não se cansará em perturbar e se contrapor ao novo governo. São esquerdistas revoltados porque perderam suas boquinhas malandras e veem seus planos ideológicos ameaçados por novas ideais que, com certeza, vão conquistar a grande maioria da população e, de uma vez por todas, eliminar o desejo de retroagir ao modelo da política paternalista, radical, dos absurdos e anárquicos movimentos sociais bancados pelos cofres públicos que, na última década, serviram de escada para os chefões da máfia esquerdista, que afogou o Brasil nas piores crises moral, econômica e política da nossa história, quando no último minuto do segundo tempo do jogo, surgiu esse cidadão anônimo que, aos poucos, foi falando uma linguagem que o povo queria ouvir e que, de maneira inédita, conseguiu virar esse jogo, quase que irremediavelmente perdido. Contudo somou-se a esse grito desconhecido a voz rouca das ruas que clamava por socorro e, numa soma de revés, se viu o sonho resplandecente tornar-se realidade. Confio e acredito que o nosso Brasil achou o seu caminho certo. Vamos todos juntos torcer para esse novo país. O povo é soberano e sabe o que faz. As ruas falaram. E gritaram: queremos uma nova ordem nacional.”.
Em resposta a tão centrada e amadurecida mensagem, eu escrevi, em seguida ao supracitado texto, que, realmente, é preciso ter esperança no governo que se inicia, que tem bons propósitos e precisa apenas pegar no tranco e seguir com essa máquina ainda enferrujada e um tanto quanto emperrada, em razão de seu desgaste natural, por tanto tempo e uso inadequado e ineficiente, mas o seu destino, doravante, será o melhor possível, depois que pegar o embolo, certamente para ganhar os rumos do progresso, em busca da valorização dos melhores princípios da administração pública, sempre se objetivando algo diferente e benéfico para o Brasil e os brasileiros.
Tudo vem dando certo, desde a vitória consagradora nas urnas, em harmonia com a vontade soberana dos brasileiros, permitindo, no primeiro momento, a interrupção e o afastamento dos graves problemas prejudiciais à satisfação do bem comum e, depois, o planejamento e a execução de novas metas governamentais, tendo por base plenas formas de mudanças e reformulações do que já demonstrou que não funciona e precisa ser urgentemente substituído, em benefício dos brasileiros.
Conforme assente nas vastas e longas experiências sobre o lamentável e inadmissível conservadorismo aos sentimentos de preservação do status quo, em benefício de interesses pessoais e partidários, evidentemente em detrimento das causas nacionais, o Brasil não terá mínimas condições de conserto, nas suas estruturas e conjunturas, se não se decidir por  mudanças urgentes e generalizadas, com a abrangência e o intuito de transformação dos arraigados e disfuncionais sistemas apropriados e amoldados ao modelo voltado para os recrimináveis fisiologismo, compadrio e patrimonialismo, defendidos pelas velhas oligarquias, embora sejam visivelmente  prejudicais à saudável satisfação do interesse público e do bem comum.
Não se pode mais acreditar no surgimento de forças estranhas e retrógradas, nem em sabotagens, porque o governo conta com poderosos mecanismos capazes de debelar qualquer forma de insurgência contra as suas políticas e elas precisam ser direcionadas exclusivamente para a satisfação do interesse público, em contraposição aos outros governos, que se perderam em privilegiar entidades, organizações sociais e a população pobre, como forma exclusiva de submissão aos seus projetos de dominação política, absolutamente em harmonia com interesses pessoais e partidários, em detrimento das verdadeiras causas nacionais, cujo resultado não passou de tremendo engodo social, porque até possa que tenha havido alguma forma de melhoria, mas o povo continua na miséria e na expectativa de dias melhores, notadamente pelo fato de não terem sido criadas condições para o desenvolvimento sustentável, a exemplo da geração de empregos.
É pena que essas pessoas somente tenham olhos para enxergar esse lado nefasto da política, mesmo sabendo que ações assistenciais são necessariamente tocadas por qualquer governo, não importando, nesse caso, a sua ideologia, que ela seja de direita ou esquerda, considerando que se encontra em jogo é a imperiosa obrigação da ajuda às famílias carentes, de inafastável incumbência constitucional do Estado.
Esse fato demonstra que políticos inescrupulosos aproveitaram e aproveitam a execução de programas oficiais, custeados com recursos públicos, para se beneficiarem, de forma indevida, como se fossem projetos pessoais e partidários, em procedimento absolutamente adverso do sentimento de moralidade e dignidade, que precisam se impor na administração dos recursos públicos.
Convém que o novo presidente da República consiga administrar o Brasil exatamente em sintonia com os salutares princípios republicanos e democráticos, em que a gestão dos recursos públicos seja centralizada e direcionada exclusivamente com vistas à satisfação do interesse público e que seus resultados sejam não apenas efetivos, mas também em cumprimento da sua missão constitucional e legal de servir o país, com competência e eficiência, sem esperar por nenhuma forma de recompensa, em termos de patrimônio eleitoral, porque isso não condiz com a sublime conduta de homens públicos dignos e honrados.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 10 de janeiro de 2019 

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