Em crônica recente, escrevi que há esperança de
que os brasileiros realmente possam acreditar que “amanhã vai ser outro dia” e
que, nesse novo amanhã, seja possível se vislumbrar o encorajamento dos homens
públicos, no sentido de somente falar a verdade para seus seguidores sobre os
fatos da história, sem o menor sentimento de oportunismo, para que o povo
jamais seja enganado nos seus propósitos e na sua ingenuidade.
Convém que a política seja assentada e consolidada em
bases sólidas e consistentes, onde seus pilares possam dar forte sustentação
aos princípios democráticos, que são a garantia do pleno exercício da soberania
popular.
Captando, com a inteligência que lhe peculiar, o senhor Xavier
Fernandes, na sua melhor compreensão sobre o sentimento de esperança dos
brasileiros, fez comentário muito apropriado acerca da questão em voga, dizendo,
verbis: “Acredito firmemente na mudança que vamos ter no nosso país.
O novo governo vai enfrentar muitos movimentos advindos da oposição que é
radical e não se cansará em perturbar e se contrapor ao novo governo. São
esquerdistas revoltados porque perderam suas boquinhas malandras e veem seus
planos ideológicos ameaçados por novas ideais que, com certeza, vão conquistar
a grande maioria da população e, de uma vez por todas, eliminar o desejo de
retroagir ao modelo da política paternalista, radical, dos absurdos e
anárquicos movimentos sociais bancados pelos cofres públicos que, na última
década, serviram de escada para os chefões da máfia esquerdista, que afogou o
Brasil nas piores crises moral, econômica e política da nossa história, quando
no último minuto do segundo tempo do jogo, surgiu esse cidadão anônimo que, aos
poucos, foi falando uma linguagem que o povo queria ouvir e que, de maneira
inédita, conseguiu virar esse jogo, quase que irremediavelmente perdido. Contudo
somou-se a esse grito desconhecido a voz rouca das ruas que clamava por socorro
e, numa soma de revés, se viu o sonho resplandecente tornar-se realidade. Confio
e acredito que o nosso Brasil achou o seu caminho certo. Vamos todos juntos
torcer para esse novo país. O povo é soberano e sabe o que faz. As ruas
falaram. E gritaram: queremos uma nova ordem nacional.”.
Em
resposta a tão centrada e amadurecida mensagem, eu escrevi, em seguida ao
supracitado texto, que, realmente, é preciso ter esperança no governo que se
inicia, que tem bons propósitos e precisa apenas pegar no tranco e seguir com
essa máquina ainda enferrujada e um tanto quanto emperrada, em razão de seu
desgaste natural, por tanto tempo e uso inadequado e ineficiente, mas o seu
destino, doravante, será o melhor possível, depois que pegar o embolo,
certamente para ganhar os rumos do progresso, em busca da valorização dos melhores
princípios da administração pública, sempre se objetivando algo diferente e
benéfico para o Brasil e os brasileiros.
Tudo
vem dando certo, desde a vitória consagradora nas urnas, em harmonia com a
vontade soberana dos brasileiros, permitindo, no primeiro momento, a interrupção
e o afastamento dos graves problemas prejudiciais à satisfação do bem comum e,
depois, o planejamento e a execução de novas metas governamentais, tendo por
base plenas formas de mudanças e reformulações do que já demonstrou que não
funciona e precisa ser urgentemente substituído, em benefício dos brasileiros.
Conforme
assente nas vastas e longas experiências sobre o lamentável e inadmissível conservadorismo
aos sentimentos de preservação do status
quo, em benefício de interesses pessoais e partidários, evidentemente em
detrimento das causas nacionais, o Brasil não terá mínimas condições de conserto,
nas suas estruturas e conjunturas, se não se decidir por mudanças urgentes e generalizadas, com a
abrangência e o intuito de transformação dos arraigados e disfuncionais sistemas
apropriados e amoldados ao modelo voltado para os recrimináveis fisiologismo, compadrio
e patrimonialismo, defendidos pelas velhas oligarquias, embora sejam visivelmente
prejudicais à saudável satisfação do
interesse público e do bem comum.
Não
se pode mais acreditar no surgimento de forças estranhas e retrógradas, nem em
sabotagens, porque o governo conta com poderosos mecanismos capazes de debelar
qualquer forma de insurgência contra as suas políticas e elas precisam ser direcionadas
exclusivamente para a satisfação do interesse público, em contraposição aos
outros governos, que se perderam em privilegiar entidades, organizações sociais
e a população pobre, como forma exclusiva de submissão aos seus projetos de
dominação política, absolutamente em harmonia com interesses pessoais e partidários,
em detrimento das verdadeiras causas nacionais, cujo resultado não passou de
tremendo engodo social, porque até possa que tenha havido alguma forma de
melhoria, mas o povo continua na miséria e na expectativa de dias melhores,
notadamente pelo fato de não terem sido criadas condições para o desenvolvimento
sustentável, a exemplo da geração de empregos.
É pena que essas pessoas somente tenham olhos para enxergar esse
lado nefasto da política, mesmo sabendo que ações assistenciais são necessariamente
tocadas por qualquer governo, não importando, nesse caso, a sua ideologia, que
ela seja de direita ou esquerda, considerando que se encontra em jogo é a imperiosa
obrigação da ajuda às famílias carentes, de inafastável incumbência constitucional
do Estado.
Esse fato demonstra que políticos inescrupulosos aproveitaram e
aproveitam a execução de programas oficiais, custeados com recursos públicos, para
se beneficiarem, de forma indevida, como se fossem projetos pessoais e
partidários, em procedimento absolutamente adverso do sentimento de moralidade
e dignidade, que precisam se impor na administração dos recursos públicos.
Convém que o novo presidente da República consiga administrar o
Brasil exatamente em sintonia com os salutares princípios republicanos e democráticos,
em que a gestão dos recursos públicos seja centralizada e direcionada exclusivamente
com vistas à satisfação do interesse público e que seus resultados sejam não apenas
efetivos, mas também em cumprimento da sua missão constitucional e legal de
servir o país, com competência e eficiência, sem esperar por nenhuma forma de recompensa,
em termos de patrimônio eleitoral, porque isso não condiz com a sublime conduta
de homens públicos dignos e honrados.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 10 de janeiro de 2019
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